quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Lições de Um Dia Triste


(Uma reflexão sobre o incêndio do dia 27 de janeiro de 2013 em Santa Maria-RS que ceifou a vida de 235 pessoas, a maioria delas jovens universitários)

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Assim como a maior parte do povo brasileiro e até muitos estrangeiros, me solidarizo com os familiares que perderam seus entes queridos no fatídico incêndio, na boate Kiss na cidade de Santa Maria-RS. Rogo que o conforto do Espírito Santo conduza os corações à paz de alma, para suportar este momento de tão grande e necessária resignação.
Dias como este marcam famílias, cidades, nações. Tornam-se parte de nossas memórias mais tristes e significativas. Importa que aprendamos lições em dias tão lúgubres, para que nossas histórias não se situem apenas no campo do relato trágico, mas incrementem a construção de algo melhor, justamente para que momentos como estes não se repitam, ao menos, não nas mesmas condições.
As lições desse dia triste começam na necessidade de uma atitude revisionista de muitos dos nossos processos humanos. Pare para pensar sobre aqueles que, por ganância, não se importaram com o elevado número de pessoas em um espaço tão desprotegido, compraram equipamento de qualidade inferior, ou mesmo, simplesmente para evitar a evasão e falta de pagamento, não proveram opções de saída.
Reflita, então, sobre o público, vitimado e inocente no incidente. Contudo, em troca de uma alegria tão efêmera, sequer exigiu segurança e se entregou à condições tão insalubres para o seu lazer e desfrute! 
Que tal abordar as leis, as regras que regem o comportamento de instituições e pessoas e tantas outras marcas de uma cultura consumista, mercantilista, hedonista e irresponsável.
A revisão que precisamos fazer é sobre o nosso modelo cultural e o apodrecimento de valores que subjazem nas escolhas que fazemos. Nessa busca auto investigativa encontraremos o inconsciente coletivo de uma cultura que, aos poucos, vive de valores transitórios e busca saciedade imediata.
Até o fato de logo procurarem encontrar um culpado, ainda que seja responsabilizar os responsáveis por toda a negligência ocorrida, é uma demonstração de como buscamos saciedade imediata e não nos preocupamos com as bases  que fundamentam nossos problemas.
Em Lucas 13, falando sobre outra tragédia, perguntou-se a Jesus se os mortos ali era mais culpados que os demais e logo, ele respondeu: não! Jesus afirmara naquela ocasião que todos precisavam se arrepender, pois tal acontecimento era o resultado de uma conjuntura de erros, que levara os homens a se desviarem dos valores e padrões do Criador.
A proposta de revisão de valores é um apelo do próprio Cristo aos judeus de seu tempo, diante da tragédia de seu dia triste.
Este apelo também se dirige, ainda hoje, à nação brasileira e a todo o Ocidente Cristão. Revisemos os valores que movem as escolhas que fazemos e, muitas vezes, nos encaminham a viver situações como a interrupção de vidas de forma humanamente estúpida. Isto tudo resulta de uma cultura  de autoamor, que substituiu o amor ao Criador e ao próximo.
Que dias tristes assim, além de lágrimas, causem mudanças em nós. A sociedade brasileira precisa se reeducar e reaprender a viver valores que respeitem a vida humana, que foi criada à imagem e semelhança do Criador.
Nossas leis, a maneira como ganhamos dinheiro, o modo como nos divertimos e desfrutamos a vida, nossa música, quadros, esculturas etc, precisam ser reflexos de corações não adoecidos pela idolatria do ego. Que venham dias mais felizes!


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Amor Vence as Trevas


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Trevas, nas Escrituras, são o modo como os autores bíblicos descrevem a condição do homem sem Deus. Isto aponta para a obscuridade do coração de quem vive sem uma comunhão viva e verdadeira com o Senhor.
Então, quando a Escritura fala em viver nas trevas, não está apenas se referindo à perdição eterna, mas a uma condição de vida sem esperança, sem direção e sem a percepção da realidade de Deus.
Infelizmente, esta condição entenebrecida, muitas vezes, é uma descrição da vida do povo de Deus. Não somente os ímpios andam nas trevas. Eles, nelas estão aprisionados, mas há filhos de Deus que, mesmo podendo andar na luz, preferem vaguear pelas trevas.
Paulo escreveu aos colossenses afirmando a liberdade dos filhos de Deus ao dizer: “Ele nos libertou do Império das Trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Colossenses 1.13 e 14); e, ao fazer isto, deixou claro que nossa liberdade foi nos dada para viver em um Reino que se manifesta no Amor.
Talvez o texto bíblico que mais deixa clara essa relação entre o amor e a presença da luz, seja João 3.16 a 21. Curiosamente, este texto revela os benefícios do amor e da luz, mas não esconde que o coração humano, muitas vezes escolhe ser andarilho das trevas.
Há um grande perigo nestas considerações. O de, mesmo sendo filhos da luz, mantermos nossos passos no escuro de uma vida perdida e sem a presença de Deus. Mas, como podemos nos prevenir de cair neste laço apertado?
Em Mateus 4.12 a 17, temos o relato de que Jesus, logo após a prisão de João Batista, foi morar em Cafarnaum, que ficava na região que o profeta Isaías disse que era uma terra em trevas. Foi ali, que Jesus começou a pregar a sua mensagem e chamava os homens ao arrependimento.
O amor de Deus faz isto: vai ao encontro dos que precisam de liberdade e nos fala o que é preciso ouvir: “arrependei-vos...”. Jesus não penteia os nossos pecados e as nossas trevas, ele rompe essas amarras.
O amor de Deus vence nossas trevas cada vez que sua Palavra ilumina nosso coração, mostrando quem somos e o caminho a ser seguido. Agora é ouvir, atentar e caminhar. Seja mais sábio para atentar ao que o Senhor tem te falado e não se deixe afastar dos conselhos da Palavra. Ouça e ilumine-se!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Amor Vence a Tentação


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Muitas são as chances de que um discípulo de Jesus caia em pecado, porque muitas são as tentações que nos induzem a errar o alvo da nossa existência, que é viver para a glória e o agrado de Deus.
Imagem colhida no site "defensores da cruz de Cristo"
sem designação do autor
A tentação pode mudar sua forma e objeto, mas sempre tenderá a colocar o nosso prazer e alegrias pessoais à frente do interesse naquilo que é o prazer e a alegria de Deus. A tentação te levará a escolher a si mesmo, antes que escolher a Deus.
Infelizmente, o cair em tentação é muito frequente e o problema é que muitos nem percebem que caíram. Isto ocorre porque temos considerado cair em tentação apenas aquelas ações mais rudes que nos levam a quebrar a lei de Deus, por exemplo, o adultério, pornografia, furtos etc.
Mas há muitas quedas em tentação que passam despercebidas, como a pouca consideração pela adoração a Deus, a intromissão de outros interesses substituindo o genuíno amor e fervor para com o Reino de Cristo etc. A tentação pode assumir máscaras com nomes nobres: “dever”, “ministério” e até “em obediência a Deus” (é só lembrar das justificativas dos fariseus para crucificarem Jesus).
A força para vencer a tentação deve vir de nosso amor a Deus. Sem um exercício constante deste amor, fortalecendo nosso caráter e moldando nossa maneira de pensar não alcançaremos a graça de vencer as tentações mais sutis.
Quando vemos o modo como Jesus Cristo venceu as tentações, percebemos que a força que o moveu era o desejo interior de fazer a vontade de seu Pai. A pedra mais fundamental do processo da vitória de Cristo sobre a tentação se concentrou no seu amor a Deus e em como ele escolheu a vontade e o prazer de Deus, antes que os seus próprios interesses.
O Diabo tentou-o oferecendo três coisas: satisfação das necessidades básicas (Mateus 4.1 a 4); busca egocêntrica da ajuda divina (Mateus 4.5 a 7) e a glória pessoal (Mateus 4.8 a 10). Em comum, estas três ações da tentação apresentavam o egocentrismo como o ponto de partida para a vida.
Nenhuma vida é boa se não agrada a Deus. Nenhuma saída liberta sem que Ele se alegre. O amor a Deus, o levará ao senso de busca daquilo que o agrada e criará em você a aversão por tudo o que entristece o seu Deus. Considere  que é fácil cair e lembre-se: Quem está em pé, veja que não caia!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Comunhão Produzida Pelo Amor a Deus


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

O mais impressionante dia da vida de João Batista com certeza foi o dia em que, estando ele às margens do rio Jordão, viu aproximar-se um homem, um galileu, cuja vida estava ligada à dele antes mesmo do seu nascimento.
Era Jesus de Nazaré e João sabia que se tratava de alguém especial, então lhe disse: “eu é que preciso ser batizado por ti” (Mateus 3.14). A resposta de Jesus foi: “Deixa por enquanto, porque convém cumprir toda a justiça” (verso 15). E, assim, João o Batizou e, logo que Jesus saiu da água, os céus se abriram para ele e o Espírito Santo lhe apareceu em forma de pomba e uma voz do céu foi ouvida: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” (verso 17).
Deus tinha prazer na vida de Jesus e o amava intensamente. O amor de Deus por seu Filho tinha uma especial correspondência por parte de Jesus, pois ele amava o amava de todo o seu coração e estava disposto a viver para a sua glória, sob a sua santa vontade.
Precisamos aprender que o amor a Deus produzirá comunhão entre em nós e o Senhor. Mais quais são as marcas do amor de Jesus a Deus que podemos também demonstrar em nossa vida? Como podemos viver em comunhão tão elevada com o Altíssimo?
Olhando para este texto aprendemos algumas verdades sobre o amor a Deus. A primeira delas é não deixar com que o nosso amor por nós mesmos nos domine.
Jesus não cedeu à pressão de João, quando este, tentou fazê-lo mudar de ideia e em lugar de ser batizado, batizar (verso 14). O amor verdadeiro a Deus nos leva a resistir o viver para a própria glória.
Em seguida, Jesus afirmou que era necessário cumprir toda a justiça (verso 15). Isso nos faz  perceber que o verdadeiro amor a Deus é obediente e sinceramente devotado a fazer a vontade de Deus.
E o passo mais completo da vida de Jesus e do seu relacionamento com o Pai que devemos imitar era a intencionalidade com que Jesus vivia para agradar a Deus, por isso é dito dele: “...em quem me comprazo”.
Um amor assim, altruísta, dedicado e propositadamente intencionado em viver para agradar a Deus só poderá nos levar a um nível de comunhão com Deus, que nos fará distintos dos outros homens. Proponha-se a ser alguém assim Não julgue os outros, mas a si mesmo e viva para amar a Deus!



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Frutificação - Um Produto do Amor


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Não é, sequer, necessário discutir sobre a importância da vida cristã frutífera. Sabemos que os frutos da nossa vida são a consequência natural da nossa relação com Deus. A questão que levantamos hoje é: o que nos leva a frutificar?
A união com Cristo é a raiz da produção de frutos em nossa vida: “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto” (João 15.5). Todo cristão verdadeiro produz fruto, ao menos os frutos básicos do arrependimento e da descoberta da vida com Deus, por exemplo.
Entretanto, a vida de muitos crentes parece uma árvore completamente seca, distante, desnutrida, infrutífera e completamente descompromissada com a produção de novos frutos. O que fazer para que este estado de coisas seja transformado? Como trabalhar para que mais e mais a nossa vida seja frondosa e produtiva?
Os frutos são as obras que realizamos as quais demonstram que estamos ligados a Cristo, que temos o fluir da vida de Cristo em nós. Mas, o fluir a vida de Cristo só pode ser visto na medida em que nós agimos, em como vivemos enquanto ramos da videira. Então, qual é a qualidade mais especial de nossa ligação com Jesus? Qual é a seiva da vida de Cristo? O amor é a resposta, ele nos leva a frutificar.
O amor nos liga a Cristo: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (João 14.21). O curioso nesta palavra é que os mandamentos de Deus se resumem justamente no “amor”. O amor nos une a Ele e o amor nos une ao nosso próximo. Os frutos deste amor são as ações que revelam que O amamos acima de tudo bem como a nossa percepção da importância e necessidade que temos das outras pessoas.
A falta de frutos na vida cristã aponta para uma doença que compromete a direção do nosso amor. O nome dessa doença é “idolatria”. Algum amor idolátrico substitui o verdadeiro amor que devemos a Deus e a sua consequente escolha pelo amor ao próximo. Normalmente, esse amor idolátrico tem como direção o “ego” e se disfarça em muitas estatuetas: a falta de tempo; as lutas do dia-a-dia; necessidades da família etc.
Lute intensamente contra qualquer interferência no seu amor a Deus. Reforce o seu interesse pela palavra que o leva ao amor verdadeiro. Frutificar é resultado de sua luta para amar a Deus e viver este amor.