domingo, 25 de agosto de 2013

Primórdios do presbiterianismo na cidade de São Paulo (parte 3)

Rev. George W.Chamberlain e o início da Escola Americana (Mackenzie Colege)

Rev. George W. Chamberlain
Blackford, Simonton, Schneider e Conceição seguiam como os principais divulgadores da fé presbiteriana em solo brasileiro. A eles juntou-se o Rev. George Whitehill Chamberlain, que trouxe uma enorme contribuição para o progresso do presbiterianismo na cidade de São Paulo.
Chamberlain era professor e inicialmente veio ao Brasil para tratamento de uma enfermidade nos olhos. O professor Chamberlain chegou ao Brasil em 21 de julho de 1862 e, como lhe havia indicado o Rev. Blackford, que por esse tempo estava nos Estados Unidos, passou a conhecer o campo missionário. Por um ano esteve na Província de São Paulo e depois foi ao Rio Grande do Sul, onde lecionou inglês.
Em 23 de maio de 1864 veio para o Rio de Janeiro com a finalidade de auxiliar o Rev. Simonton, justo no ano do falecimento de Helen Simonton, no final de junho. Em novembro de 1864, mudou-se para São Paulo e primeiramente lecionou inglês aos paulistanos, auxiliando várias vezes na pregação da Primeira Igreja de São Paulo, participando da organização desta em 1865.
Como já auxiliava os missionários em pregações e aulas de Escola Dominical, Chamberlain foi encaminhado pelo Presbitério do Rio à ordenação, que ocorreu em 08 de julho de 1866. Foi aos Estados Unidos, estudou teologia em Princeton e levantou recursos para a construção da sede da Igreja no Rio de Janeiro, retornando ao Brasil em 23 de setembro de 1868 para substituir o Rev. Blackford que voltara aos Estados Unidos.
Escola Americana na Rua São João com Rua Ipiranga
Em outubro de 1869 assumiu o pastorado da Igreja de São Paulo e deu novo impulso a este trabalho. Visitou vários bairros e vilas da capital paulista, o interior e o litoral do Estado. Em sua residência, na Rua Visconde de Congonhas do Campo, nº1, iniciou a Escola Americana. Dna Mary Ann Amesley Chamberlain, lecionava para meninas que não podiam ir à Escola Pública por causa de intolerância religiosa. Em 1871, a Escola Americana passou a funcionar no endereço da Igreja, na Rua Nova de São José, nº1 (atual Líbero Badaró) e outros mestres passaram a dar aulas ali, entre eles: Mary Chamberlain (música e francês); Harriet Greenman (inglês, caligrafia, conhecimentos gerais); Júlio Ribeiro, o conhecido autor do livro “A Carne” (português); Palmira Rodrigues (história) e Adelaide Molina (geografia).
A Escola Americana se desenvolvia fortemente naqueles anos e em 1876, transferiu-se para uma sede própria na esquina da Rua São João com a Rua Ipiranga, onde passou a funcionar também um internato para meninas e o primeiro jardim da infância do Brasil.

(Fonte: Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil (1859-1900) - autor: Alderi S. Matos - Ed. Cultura Cristã) 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Primórdios do presbiterianismo na cidade de São Paulo (parte 2)

“Quanto ao futuro, não há motivo para dúvidas nem receios. Tomemos o passado como garantia de maiores coisas no futuro. Firmados nas promessas divinas resolvamos prosseguir avante, tranquilos e cheios de esperança”. Essas palavras, encontradas no diário de Simonton, são o seu último registro antes de sua morte em 09 de dezembro de 1967, na Rua Nova de São José, n°01, São Paulo.
O presbiterianismo havia começado há pouco tempo na cidade de São Paulo. O Rev. Blackford pregava os seus sermões no endereço indicado e começa a alcançar vidas na promissora Vila de Piratininga, onde chegara em 1863.
Órgão de Tubos da atual
Primeira Igreja Presbiteriana Independente do Brasil|
A primeira ceia foi celebrada em 29 de maio de 1864 e sete pessoas participaram, a segunda, somente em 8 de janeiro de 1865, ministrada a 08 pessoas. Mas, foi no dia 5 de março de 1865, um dos mais alegres daquela história iniciante, que a ceia fora servida e 18 comungantes dela participaram.  Blackford colhia os primeiros frutos do trabalho em São Paulo.
Nesse dia, seis moradores paulistanos eram recebidas por pública profissão de fé: Manoel Fernandes Lopes Braga, Miguel Gonçalves Torres, Antônio Trajano, José Maria Barbosa da Silva, Ana Luiza Barbosa da Silva e Olímpia Maria da Silva (quatro portugueses e duas brasileiras).
Esse 05 de março ficou sendo considerado o ponto de partida da primeira Igreja presbiteriana de São Paulo, hoje conhecida como Catedral Presbiteriana Independente, localizada na Rua Nestor Pestana.
Os primeiros anos foram difíceis, mas os poucos conversos eram muito atuantes. Eles e seus missionários, Rev.. Blackford, Rev.. José Manoel da Conceição, Rev.. Francis Schneider, empreenderam grandes esforços para alcançar novos locais.
Nesse mesmo ano de 1865, eles, por meio da obra do padre protestante, O Rev. J.M. da Conceição, plantaram o trabalho presbiteriana na Cidade de Brotas e organizaram lá a terceira igreja presbiteriana do Brasil.
Durante alguns anos, Brotas foi a maior igreja paulista, superando a própria Igreja de São Paulo. De lá, o presbiterianismo espalhou-se para o interior do Estado e para Minas Gerais.
Em 1865, os pastores, Blackford, Simonton e Schneider, organizaram o primeiro presbitério brasileiro, o Presbitério do Rio de Janeiro. Foi na Rua Nova de São José que isto aconteceu, quando também foi recebido o Rev.. José M. da Conceição como pastor da Igreja Presbiteriana. 
Apenas três igrejas e uma grande história a ser continuada. As palavras de Simonton continuam válidas para o presbiterianismo nacional.

fontes: Anais da Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo (1863-1903) - Autor: Vicente Temudo Lessa - Ed. Cultura Cristã, 2010; História Documental do Protestantismo no Brasil - Autor: Duncan Reily - Ed. ASTE, 1984. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Série: Primórdios do Presbiterianismo na Cidade de São Paulo

Em 12 de agosto de 1859, o jovem pastor Rev. Ashbel Green Simonton aportava no Rio de Janeiro e, com ele, uma história de 154 anos de idade. Tinha apenas 26 anos e desejava servir a Deus de todo o seu coração. Em 9 de dezembro de 1867, oito anos e quatro meses depois de sua chegada, na cidade de São Paulo, faleceu. Deixou um enorme legado de amor e dedicação a Cristo e à Igreja Presbiteriana do Brasil.
Rev. Alexander Latimer Blackford
Não somente Simonton, mas também Blackford, Conceição, Schneider, Chamberlain e outros, dedicaram a história de suas vidas ao bem do nosso país e à propagação do Evangelho. Por isso, podemos dizer com todas as letras, somos herdeiros de uma igreja missionária.
Mas, quando pensamos de forma mais detida sobre a história destes homens e da igreja nos seus primeiros anos, não podemos nos esquecer de que no seu dia a dia, tantas e tantas situações se levantaram para os impedir, ou mesmo diminuir a marcha de seu interesse pelo reino. Mas eles não desistiram.
Quando o presbiterianismo chegou à São Paulo, a cidade não era a grande megalópole que estamos acostumados a conhecer. Não tinha mais que trinta mil habitantes e se localizava na região central no alto da colina entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí.
Os presbiterianos começaram oficialmente o seu trabalho no dia 18 de outubro com um sermão do Rev. Alexander Latimer Blackford, na rua da Constituição, hoje Florêncio de Abreu. Um mês depois, na casa de um comerciante inglês, Sr. D.Pitts, na Rua Boavista, Blackford pregou seu primeiro sermão em português.
O primeiro endereço oficial da Igreja Presbiteriana na Cidade de São Paulo, onde os cultos eram celebrados e onde também morava a família Blackford, ficava numa rua lateral, a Rua Nova de São José, nº01 (atual Líbero Badaró).
Nessa residência, os presbiterianos ordenaram o primeiro pastor presbiteriano brasileiro, o ex-padre Rev. José Manuel da Conceição; criaram o primeiro presbitério da Igreja Presbiteriana do Brasil (Presbitério do Rio de Janeiro); começaram os trabalhos sócio educacionais da Escola Americana, que mais tarde tornou-se na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

(fontes: Anais da Primeira Igreja Presbiteriana de São Paulo (1863-1903) - Autor: Vicente Temudo Lessa - Ed. Cultura Cristã, 2010; História Documental do Protestantismo no Brasil - Autor: Duncan Reily - Ed. ASTE, 1984.