sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A Cruz e a Autoridade de Cristo


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceo

O Novo Testamento não somente nos apresenta Jesus, ele nos conduz a reconhecer o seu senhorio sobre todas as coisas: “E pôs todas as coisas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja” (Ef 1.22). Para os apóstolos, a Igreja de Cristo, vivendo em um mundo hostil e perseguida, precisava discernir sua fé e concentrá-la verdadeiramente no fato que era parte de um Reino superior, ligado ao verdadeiro Senhor de todas as coisas (Cl 1.13-16).

O próprio Senhor Jesus, enquanto andou neste mundo, deixou claros testemunhos de sua autoridade sobre a vida humana e todas as coisas enfim. Os evangelistas tomaram esses testemunhos e os publicaram para que a Igreja se firmasse em Cristo como o seu Senhor (Mt 28.18; Mc 2.10; Lc 4.32, Jo 19.10). Para eles, o cristianismo nascente, para se firmar e sobreviver a todas as intempéries, precisava de uma clara visão da soberania de Cristo sobre cada aspecto da vida humana e da existência como um todo.
Jesus Cristo homem, cujo nome está acima de todo o nome, não conquistou essa autoridade sobre a vida e a morte por que realizou sinais. Na verdade, o grande sinal que deu a Jesus o poder sobre todas as coisas foi a sua entrega na cruz (Fp 2.8-11).
A Cruz de Cristo é o ponto de mudança mais importante da História, a plenitude dos tempos  (Gl 4.3-5). Na cruz, Deus estabeleceu Cristo Jesus como o foco para o qual toda a Criação deve olhar. A Cruz nos atrai à Ele e cristocentriza o universo (Jo 12.32, Ef 1.10).
Os apóstolos trabalharam intensamente para  que a Igreja entendesse a Cruz de Cristo e confiassem nos efeitos restauradores que emanavam dela. Todos os cristãos deveriam viver neste mundo com os olhos do coração fitos na Cruz. Por isso, a pregação apostólica era a pregação da Cruz (1Co 1.23; 2.1-2; 1Pe 2.24; 3.18).
A missão de Jesus tinha foco.  A Cruz era o alvo máximo de toda a sua jornada. Ele foi feito Senhor de todas as coisas, porque se moveu no caminho espinhoso de se entregar por nós: “...o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1Pe 3.18).
Assim como o ministério de Jesus ressaltou a cruz e os seus apóstolos nela se gloriaram, também nós devemos encarar esse mundo com a consciência absorvida pelo fato de que a Cruz nos conduziu ao Reino do Filho: “a saber, que Deus . Deus estava em Cristo (na cruz), reconciliando consigo o mundo (2Co 5.19).


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Nunca é tarde para Cristo


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Como você reagiria se um médico demorasse para ir ao quarto de sua filha por estar atendendo outro paciente e seu atraso custasse-lhe a vida? O texto bíblico que conta a história do contato de Jairo, chefe da sinagoga, com Cristo Jesus (Mc 5.21-24, 35-43) tem uma certa semelhança com este possível drama médico.
“Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva e viverá”. Jesus foi com ele” (Mc 5.23-24). Jairo enfrentava uma grave crise familiar e temia pela vida de sua filha. Ele se referia a ela usando uma palavra que destaca a ideia de “juventude” (Thugater - minha filhinha - novinha). Essa expressão revela o drama que a história pretende nos mostrar.
A caminho da casa de Jairo, Jesus se depara com uma grande multidão que o comprime e atrapalha o trajeto. Entre a multidão, estava uma mulher que também vivia um grave drama pessoal, pois há doze anos sofria de uma doença que além de ter um alto custo financeiro, cobrava-lhe um custo social (Mc 5.25-26).
“Tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. Porque dizia: Se eu apenas tocar as vestes, ficarei curada” (Mc 5.27-28). Ao tocar as vestes de Jesus, a mulher foi imediatamente curada. Jesus interrompeu sua jornada em direção à casa de Jairo para saber quem havia lhe tocado, pois sentira a diferença deste toque (Mc 5.30). A mulher se apresentou e ouviu de Jesus: “Filha, a tua fé te salvou, vai-te em paz e fica livre do teu mal” (Mc 5.34).
Enquanto tudo isso acontecia, Jairo recebia a notícia que buscava afastar: “Tua filha já morreu” (Mc 5.35). Jesus teria se atrasado? A multidão, ou a mulher que fora curada, teriam impedido que sua filha também fosse salva?
Jesus aproximou-se de Jairo, dizendo-lhe: “Não temas, crê somente” (Mc 5.36). Ele dirigiu-se a sua casa e, na companhia de alguns dos discípulos, trouxe a “menina” (Talita) de volta à vida usando sua autoridade sobre a morte: “Menina, eu te mando, levanta-te” (Mc 5.41).
Doze anos de doença ou mesmo a morte não poderiam limitar o poder de Jesus. Marcos nos conduz por essas histórias a colocar  a nossa fé na autoridade que Cristo tem sobre a vida e a morte.
Qualquer que seja a circunstância, podemos crer que Jesus agirá na hora certa. Nunca é tarde para Cristo. Podemos e devemos repousar nossa esperança nEle e oferecer-lhe nosso coração e fé. Não temamos, creiamos somente!


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Contra as forças espirituais do mal

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

"Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais"
 (Efésios 6.12). Para o apóstolo Paulo, o crente deveria ter uma noção clara sobre a realidade de um mundo não material maligno.
Pedro, por sua vez, fez referência a este conceito ao afirmar o assédio contínuo do Diabo (1Pe 5.8). E João, em Apocalipse, deixou claro que houve uma grande batalha entre os exércitos de Deus e espíritos malignos (Ap 12.7-8).
As Escrituras afirmam a existência de uma realidade maligna, não material, invisível, cuja atividade central é opor-se ao Reino de Deus e, naturalmente, à Igreja de Cristo no mundo (Ap 2.10). A questão que levantamos nessa reflexão não é se devemos ou não crer nisso. O que nos perguntamos aqui é: como devemos reagir?
O ensino bíblico sobre a questão do mal e da existência de seres malignos os demônios é que eles não representam um poder maior ou igual ao de Deus.  A suposta oposição que fazem ao Reino de Deus não é uma resistência entre iguais. As Escrituras ensinam que Deus é o Senhor de todas as coisas e até os demônios se submetem ao seu poder (Rm 8.38-39; Mc 1.27).
A atitude esperada do povo de Deus diante da realidade do maligno não é a negação, nem a supervalorização, mas a confiança absoluta no poder superior de Deus (Is 43.13).
Deus propõe que nossa fé nele será suficiente para nos preservar diante desta “batalha” nas regiões celestiais (1Jo 5.18). Essa fé pode ser a mola mestra a nos impulsionar a seguir adiante na nossa árdua jornada de servir a Deus neste mundo.
Ao expulsar demônios, Jesus nos deixou sinais do seu poder sobre o maligno. Os evangelistas, ao registrarem essas inúmeras oportunidades em que Cristo expulsou demônios,  desejavam que a nossa segurança em Cristo aumentasse e nos  ajudasse a continuar nossa vida com Deus.
O que esperamos da Igreja de Cristo diante do maligno? Esperamos que ela esteja consciente de que não pode vacilar e que mantenha sua confiança naquele que está a seu lado está aquele e que é capaz de destruir o mal com o sopro de sua boca (2Ts 2.7-8).
“Toda autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18). Foi com essa certeza no coração que os discípulos saíram mundo a fora anunciando o Evangelho e destruindo as fortalezas do mal (2Co 10.3-5) e prevalecendo contra as portas do inferno (Mt 16.18). 


sábado, 1 de fevereiro de 2014

Sua Prioridade: a vida eterna!

Autor: Rev.José Mauricio Passos Nepomuceno


“Mas Jesus lhes advertia severamente que o não expusessem à publicidade” (Marcos 3.12). Evidentemente, essa não seria uma estratégia de muitos evangelistas de nossos dias. Com certeza, boa parte dos mais “famosos” ministérios atuais, jamais dispensariam uma publicidade como esta.
Algumas vezes, nos perdemos em nossas tarefas diárias. Devotamos muita atenção às coisas periféricas e não trabalhamos pelas que realmente importam. Gastamos todo o tempo disponível com detalhes e tratamos de forma imprópria o principal.
Observamos nessa passagem, que Jesus mantinha o foco em sua missão e o seu objetivo não era a cura do corpo, mas a cruz e o derramar do seu sangue, que libertaria os homens da sua maior doença, o pecado.
Jesus realizou curas e se importava com as pessoas (Mc 3.10). Mas, sabia que o problema do pecado e da distância do homem na sua relação com Deus deveria ser o foco de toda a sua atenção. Embora apontassem para sua messianidade, as curas que realizava eram apenas instrumentos de um plano muito maior e mais importante.
Quando os espíritos imundos se prostraram diante dele e exclamaram a respeito da sua origem divina: “Tu és o Filho de Deus”, Jesus lhes ordenou que não o expusessem publicamente. Essa exigência de Jesus aos espíritos prevenia a inversão dos valores, a troca do principal pelo acessório.
Em outras palavras, podemos dizer que ainda não era chegada a hora do confronto final com as autoridades judaicas, não havia chegado o momento da cruz e Jesus não deixaria nada interferir no seu propósito libertador.
Mesmo sendo cristãos, nem sempre estamos dispostos a priorizar a eternidade. Nossos olhos se distraem com as glórias deste mundo e perdemos o foco máximo de nossa existência. As suas prioridades controlarão a sua vida, você já pensou nisso?
Como Jesus Cristo, dedique-se a tudo, mas saiba o que é prioritário e cumpra essa tarefa. Precisamos agir com fé neste mundo. Isto implica em uma clara percepção de que a realidade do Reino de Deus deve ser considerada no modo como vivemos.

A verdadeira cura que precisamos é a transformação do nosso coração. Um coração verdadeiramente curado pelo Evangelho é capaz de discernir a vida e viver para Deus. Neste novo estado, o homem se encontra com sua verdadeira prioridade e ela tem um nome: vida eterna!