terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Quando lentilhas superam Deus


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
O episódio ocorrido entre Esaú e Jacó, envolvendo um bocado de pão e um cozido de lentilhas é bem conhecido da maior parte dos cristãos. Contudo, apesar de conhece-lo e suas desastrosas consequências para Esaú, muitos, daqueles que professam amar a Deus sobre todas as coisas, ainda se vendem ou vendem sua lealdade a Deus e o desfrutar de sua herança, para receberem um bocado de pão e um prato de lentilhas.
Depois de um longo dia de caçadas e muito cansado, Esaú só conseguia pensar em um modo de superar a fome que sentia. Qualquer coisa seria um banquete. De repente, chegando em casa, viu seu irmão Jacó a preparar um guisado de lentilhas. Nem chegava a ser a um grande banquete, mas estava ali, prontinho para satisfazer-lhe os desejos e necessidades sentidas.
“Peço-te que me deixes comer um pouco desse cozinhado vermelho, pois estou esmorecido” (Gn 25.30). Esaú, dominado pela fome, desejando satisfazer imediatamente o desconforto, negociou com Jacó: o direito à primogenitura e com ele o direito à herança e a bênção de seu pai Isaque, por um bocado de pão e o guisado vermelho (Gn 25.33). O escritor bíblico, conclui o relato do episódio com o seguinte comentário: “Assim, desprezou Esaú o seu direito de primogenitura” (Gn 25.34).
Esta pode parecer apenas uma distante história, dos dias em que as coisas de família seguiam uma lei patriarcal. No entanto, não raro, trocamos tesouros, por lixo, especialmente quando estamos pressionados por necessidades egocentradas da nossa natureza humana.
Infelizmente, no que diz respeito ao bom relacionamento com Deus e o progresso da nossa fé, minutos de oração verdadeira e o precioso espaço da meditação bíblica, são deixados de lado em troca de futebol, conversa tola, ócio improdutivo e outras escolhas. Nem sempre se trata de coisas superficiais, é verdade, mas as lentilhas podem se transformar em trabalho, estudos, relacionamentos etc.
A questão não deve ser vista pelo lado do prato que Esaú escolheu comer, mas daquilo que ele desprezou. Na verdade, estava abandonando um projeto de vida que tinha a ver com o “ser o líder da família consagrada a  Deus”. Da mesma forma, podemos pecar escolhendo deixar de lado a busca de uma vida consagrada a Deus para servirmos a nós mesmos e nossos interesses.
Quando lentilhas superam Deus em nossos interesses, um alerta vermelho (sem trocadilhos com a cor do prato servido por Jacó) deve se acender em nosso coração. Neste momento precisamos fazer uma revisão imediata de nossa relação com Deus e buscar uma mudança de rota de interesses. Uma renovação do nosso interesse na vida com Deus é mais importante que o crescimento em qualquer outra área da vida. Jamais permitam que lentilhas superem Deus no seu coração.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Uma Pergunta Sobre os 56 anos da Igreja Presbiteriana de Vila Formosa

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Muitas e muitas vezes, somos surpreendidos pelo tempo. Uma criança cresceu, não  é mais um bebê, de repente, nos assustamos com a simples constatação de que 10, 15 ou 20 anos se passaram. Moisés nos ensinou a pedir sabedoria para contar os dias, pois os anos se vão como um breve pensamento (Sl 90.9 e 12).
As Escrituras deixam claro que Deus é o único para quem os anos não produzem efeito, pois o tempo não o controla, mas lhe pertence. As profecias apontam sempre para o tempo de Deus, em especial aquelas que indicavam a chegada da salvação em Cristo. A este momento, as Escrituras chamaram de “a plenitude do tempo” (Gl 4.4).
O tempo do amadurecimento da fé é aquele em que uma pessoa passa da ideia comum de apenas conhecer e crer em algo, para viver sua fé como um padrão de existência. Para o apóstolo Paulo, Cristo representava mais que uma crença, era a sua vida: “Para mim, o viver é Cristo”(Fp 1.21). Isso também acontece com igrejas que amadurecem, quando o tempo forja em seu caráter marcas da face de Cristo e o desejo de viver para Deus (Gl 6.17).
“Como estes 56 anos de Igreja Presbiteriana de Vila Formosa moldaram nosso compromisso com Deus?”
As Escrituras dizem que o tempo deve produzir amadurecimento, o contrário sinaliza problemas (Hb 5.12). Não obstante, as mesmas Escrituras reconheciam que há aqueles que em pouco tempo surpreendem pela segurança de sua fé e comprometimento (1Ts 1.6-7). Assim, voltamos a dizer que “o tempo de Deus não é o nosso” e “Ele tem os seus planos a nosso respeito” (Jr 29.10-11).
Considerando, portanto, estas coisas, podemos responder à pergunta dizendo que, para saber o que tempo de Deus produziu em nós, precisamos verificar o que esperamos do futuro. Em outras palavras, o modo como aguardamos o que Deus fará, diz muito sobre tudo o que realmente Deus colocou em  nosso coração, porque a fé em Cristo é sempre dinâmica e nunca estagna no presente.
Uma igreja madura, desejará sempre ser melhor e mais útil no futuro. É desta forma que nossa geração vê seu chamado como Igreja Presbiteriana de Vila Formosa. Esperamos que os anos de vitória, tenham esculpidos em nosso caráter o anseio de fazer a vontade de Deus cada vez mais e melhor. Você precisa deste padrão, o padrão de Cristo. Deixe o que passou e busque o futuro, o alvo (Fp 3.12-14).