domingo, 8 de fevereiro de 2015

Quando o fraco é forte?

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Quando o apóstoloPaulo falou sobre a força presente na fraqueza, estava instruindo a igreja a admitir suas limitações, quer as de ordem imposta pela força e poder de Satanás, agindo pela instrumentalidade dos ímpios, quer as que surgem de nossas distorções pessoais, afinal, nem sempre fazemos o que é bom, como desejamos (2Co 12.10).
No núcleo da mensagem do Evangelho encontramos o arrependimento, que é uma das mais maravilhosas obras da graça (2Co 7.10). Afinal, o verdadeiro arrependimento nasce de uma tristeza, que se origina na percepção da tristeza de Deus com nossas atitudes (Sl 51.4). O arrependimento é o primeiro sinal positivo da força que nasce na fraqueza. Pois, somente aqueles que reconhecem a fragilidade e inconstância de sua fé é que estão realmente preparados para serem fortalecidos no homem interior (Ef 3.16).
Este processo de crescimento é um projeto de Deus para a nossa vida (1Ts 4.3) e acontece, em geral, pela via da luta pessoal contra a própria inclinação pecaminosa (1Ts 4.4-5; Gl5.16-17). Nossa natureza transformada é testada por meio de muitas tentações desta vida e, por isso, devemos constantemente reequilibrar nossa relação com Deus, por meio da oração e meditação da Palavra (Mt 26.41).
Embora as Escrituras pontuem constantemente sobre a fragilidade da nossa fé e inclinação para o pecado (Sl 51.5; Rm 7.15-25), uma realidade ainda maior deve manter a nossa  fé viva. Trata-se do fato de que Deus é o nosso socorro na hora da tribulação, tanto quanto em meio à tentação (Sl 46.1-3; 1Co 10.13).
O socorro de Deus para todos os seus filhos, primeiramente se manifestou em Cristo,  quando ele venceu toda a tentação, abrindo a porta para socorrer todos os que são tentados (Hb 2.18). Portanto, Jesus Cristo é o instrumento de salvação que eu e você precisamos para que nossa fé não esmoreça. Nele reside toda a nossa força (Fp 4.12-13).
Para que possamos nos valer deste auxílio, precisamos primeiramente compreender que que, sem ele, nada é possível fazer a respeito da nossa salvação (Jo 15.5). Somente quando reconhecemos nossa necessidade e fraqueza é que alcançamos a força para nos levantar e prosseguir rumo ao alvo da nossa vida (Fp 3.12-14).
A vitória de Cristo é nossa única garantia de sucesso. Não se trata do que fazemos, mas de confiarmos no que ele fez. Portanto, o fraco é forte, quando Cristo é sua força!


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O Verdadeiro Arrependimento

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O Arrependimento é um dos mais significativos sinais da obra do Espírito Santo no coração de uma pessoa. Entretanto, precisamos considerar o que realmente é um verdadeiro arrependimento. 
Arrepender-se, como os textos bíblicos indicam, é sofrer uma profunda alteração no modo de pensar e agir (Os 14.1-2). Esta alteração acontece em virtude de uma convicção acentuada do pecado e de como isto interfere na nossa relação com Deus (Is 59.2).
O Espírito Santo produz esta nova mentalidade e nos conduz a um sentimento de tristeza acentuada, provocada pela consciência do pecado e da necessidade de mudança. Paulo nos ensinou que essa tristeza é operada segundo Deus, isto é, pela ação sobrenatural da divindade.
Entretanto, o próprio apóstolo alerta para um tipo de tristeza que não é segundo Deus, a qual não pode produzir o verdadeiro arrependimento: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2Co 7.11).
Esta tristeza segundo o mundo não  nasce de uma obra do Espírito, despertando a consciência do pecado. Ela apenas gera uma profunda decepção, uma auto frustração que nos leva a um pesar pelo fracasso pessoal e não pela ofensa que cometemos contra Deus.
Ou seja, a tristeza segundo o mundo não produz o verdadeiro arrependimento que consiste em sentir o amargo de ofender a Deus. Ela é apenas um desconforto egocentrado, uma tristeza pessoal por não atingirmos algum padrão. Trata-se de uma auto censura, mas não de uma mudança de rumo na vida. Geralmente chamamos esta tristeza de remorso.
O Novo Testamento usa a palavra “metanóia” para definir o arrependimento. “Metanóia” ou “mudança de mente” é uma reestruturação do modo de ver o mundo e exige atitudes coerentes. João Batista, quando recebia os homens no deserto e os batizava, indicava-lhes o caminho de uma atitude transformada: “Produzi, pois, frutos dignos do arrependimento” (Lc 3.8).
Eis o ponto importante do arrependimento na sua vida. Não basta estar triste consigo mesmo por um erro, mas é necessário que sejamos conduzidos a uma reconstrução da nossa mente  para caminhos novos. Um novo modo de encarar as coisas, uma forma santa, que honre a Deus. Que este nosso grande desafio, provar a nossa fé e arrependimento com atitudes.