sábado, 28 de novembro de 2015

Imagens do Messias - Um Rei, Filho de Davi

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Jesus, Filho de Davi - As imagens bíblicas  que apontam para Jesus, são uma maneira didática para nos ensinar a respeito do Nosso Senhor. Entre elas, encontramos a figura “Filho de Davi”. Mas o que isso explica sobre a pessoa e obra do Nosso Salvador?
A primeira frase do Novo Testamento apresenta Jesus Cristo da seguinte forma: “Livro da Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).  As genealogias tinham um importante lugar na cultura dos judeus. Elas apontavam para a grande promessa dada a Adão (Gn 3.15), que fala que “o descendente” da mulher haveria de esmagar a cabeça da serpente. Desde então, as famílias de Israel passaram a esperar por este “filho”.
Abraão foi um destes agraciados pela promessa de um descendente (Gn 17.19). Dele, nasceu Isaque, o filho da promessa. Os anos se passaram, a família de Isaque cresceu e depois dos dias de Jacó, seu filho, um grande povo saiu do Egito, rumo à terra de Canaã. Os hebreus, agora, israelitas, se tornaram uma nação organizada.
Já na terra, escolheram um rei. O primeiro foi Saul, mas este não fez o que era reto perante o Senhor. Por isso, Deus tirou-lhe o trono, provendo para si um Rei, segundo o seu coração, Davi, o filho de Jessé. A Davi, Deus fez uma promessa a Davi: “Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. Este edificará a mim uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino (2Sm 7.12-13). Nestas palavras, podemos aprender importantes lições sobre o Messias. Destacamos aqui o fato de que Jesus veio ao mundo para reinar. 
Estabelecerei o seu reino - Deus deixa claro que a conquista realizada por Jesus, o Filho de Davi, não é o simples resultado do poder humano, mas do grande poder de Deus. Paulo diz que este poder foi exercido em Cristo e o colocou acima de todos os principados e potestades (Ef 1.19-21).
Edificará uma casa - Essa promessa é uma referência ao  templo, que seria construído por Salomão. As Escrituras nos falam de uma “Casa” ainda maior, o verdadeiro Templo do Senhor, feito de “pedras vivas”, a Igreja. Cristo, em seu ofício real, trabalha para edificar a Igreja, que é também chamada de “O  Corpo de Cristo” (Ef 1.23).
O Eterno Trono do Seu Reino - Juntos, o Rei e seu povo, o Cabeça e o Corpo, Cristo e a Igreja podem desfrutar da promessa de uma vida eterna de harmonia, de justiça e comunhão. Este reino eterno é o lugar dito nas  Escrituras: “...para mostrar, nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça e bondade para conosco” (Ef 2.7).
Um Reino de Luz que se levanta sobre a vida daqueles que clamam ao “Filho de Davi” que lhes socorra e lhes abra os olhos para que possam ver (Lc 18.41). A este mesmo Jesus, Rei pelo poder de Deus, construtor da nossa casa espiritual e eterno Rei, você também pode clamar: “Jesus, Filho de Davi, eu quero ver”. 

sábado, 14 de novembro de 2015

Imagens do Messias - O Filho de Abraão

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1). O Evangelho de Mateus apresenta a pessoa de Cristo e pontua especialmente sobre o fato de que era “filho de Abraão”. Mas o que isso quer dizer? De que maneira isso é importante para um cristão do século I? E para nós, do século XXI, qual o  valor desta informação?
A profecia mãe, Gênesis 3.15, anunciava a vitória sobre o pecado vindo de um descendente de Eva. As Escrituras trabalharão com a imagem do descendente messiânico durante todo o trajeto da História da Redenção. Quando este relato chega no capítulo 11 de Gênesis, depois da torre de Babel, as Escrituras se voltam para a história de um homem, Abraão.
Abraão se tornou uma das mais importantes personagens da história do povo de Deus. Não somente por ter sido o pai do povo hebreu, mas principalmente, por ter confiado em Deus e vir a se tornar o “pai dá fé” (Rm 4.11). Ele qualificou-se como modelo de esperança, no sentido de ter vivido neste mundo na busca de viver e trabalhar para que Deus, através de sua vida, cumprisse o grande propósito de redimir e abençoar pessoas do mundo inteiro: “Abraão, esperando contra a esperança, creu, para vir a ser pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: assim será a tua descendência” (Rm 4.18).
Jesus Cristo, filho de Abraão, é um sinal do governo de Deus sobre toda a história e da fidelidade de Jehovah que cumpre suas promessas. Jesus, é o filho da promessa e a esperança de Abraão. Foi por este filho, que Abraão lutou, sofreu e venceu suas batalhas pessoais, suas lutas contra poderosos inimigos e principalmente, os embates contra o seu próprio coração que precisava continuar crendo e confiando.
Judeus do primeiro século deveriam se sentir em paz pela realização das promessas de redenção e do poderoso plano de amor salvífico da parte de Deus. Quando Mateus anunciou Jesus Cristo como o filho de Abraão, falou da consumação da esperança do povo de Deus. Mas, o que isto significa para nós, brasileiros do Século XXI?
O apóstolo Paulo, que foi incumbido por Deus de anunciar o evangelho aos não judeus, disse o seguinte: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho à Abraão: em ti, serão abençoados todos os povos da terra” (Gl 3.8). Portanto, para nós, Jesus Cristo representa o mesmo plano de salvação que não nos excluiu, mas tornou-nos “filhos de Deus”.
Jesus Cristo, o filho de Abraão, é a nossa carta de adoção na família de Deus e também é a nossa esperança, a certeza do amor incondicional do Pai Celestial. As palavras de Mateus não consolam apenas os judeus dos dias de Jesus, mas produz fé também sobre todos os que crêem, porque Deus tem só um povo, aqueles que em Cristo são chamados, pela fé, “filhos de Abraão”.
Jesus Cristo, o filho de Abraão, é uma imagem que representa a nossa caminhada de fé, rumo às promessas de Deus. Ela nos conduz à extrema confiança na luta por ideais de fé que se realizam na nossa vida, quando apreendemos a crer, mesmo que seja contra a esperança e quando aprendemos a caminhar na direção certa, segundo a Palavra de Deus.