sábado, 12 de maio de 2018

A Justiça e a Coerência da Vida Com Cristo


De alguma maneira e em alguma medida, todos os seres humanos estão em busca de uma resposta sobre a coerência de sua própria existência. Todos esperam que ao final de tudo haja alguma justiça e que  a confusa história da humanidade possua alguma explicação plausível.

Este sentimento de incômodo é parte de uma rica herança criacional, que Deus instilou na alma humana e que a pervade com uma inquietação na busca de sua própria eternidade: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem” (Ec 3.11).
A rebeldia apóstata do homem levou muitos a uma atitude intelectual de negação da coerência criacional. Materialistas céticos acreditam que os acontecimentos da vida  não seguem nenhum propósito definido e negam qualquer possibilidade coerência na história.
Essa falta de esperança pode se tornar um fator altamente destrutivo para a alma humana. Pois, se não existe justiça e coerência e a vida é somente um incerto amanhã, existir é um ato fortemente deprimente e destituído de valor: “Naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).
O autor da Carta aos Hebreus, na intenção de fortalecer a esperança e o entusiasmo dos que estão em Cristo, apontou para o fato de que a vida cristã deve se nutrir da verdade de que Deus garante a  coerência e a justiça da nossa existência, mesmo que durante o trajeto da vida, tenhamos de enfrentar momentos difíceis: “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que envidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos” (Hb 6.10).
Olhar para o futuro com esperança é marca distintiva do cristianismo bíblico (Hb 11.11-16). Tal esperança é construída na certeza de que Deus está dirigindo a nossa vida pelo melhor caminho possível, sem erros e ou imprevistos. Essa certeza nos motiva e da segurança para a caminhada: “Desejamos, porém, continue cada um vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança, para que não vos torneis indolentes, mas imitadores daqueles que, pela fé e pela longanimidade, herdam as promessas” (Hb 6.11-12).  
Ainda que a vida pareça confusa e até injusta muitas vezes, creia na esperança de que o Rei Jesus está no controle de todas as coisas, conduzindo sua igreja e preparando-a para a vida eterna. Existe coerência e justiça neste governo de Cristo sobre a Igreja e tudo isto está fundamentado no amor que o Rei Jesus tem por nós. O “Amor da Cruz” assentou-se no trono, na forma de um Cordeiro que foi morto, mas vive!

Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

quarta-feira, 9 de maio de 2018

O Senhor está no Trono

"No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono" (Isaías 6.1a). 

Uma pequena frase com uma maravilhosa e grandiosa lição para todos nós. 
Sem dúvida, o Rei Uzias foi um dos grandes monarcas da história de Judá. Seus feitos como governante trouxeram um sentimento de valor àquela nação e os enchia de orgulho, entusiasmo e grande confiança. 
Infelizmente, aquele grande Rei, também era um homem pecador e se deixou levar por sua certa vaidade e não resistiu em fazer aquilo que Deus não aprovava. A história dele, registrada no capítulo 26, do segundo livro das Crônicas, nos mostra que seu erro custou-lhe muito.
Contudo, apesar de seu erro no final do reinado, Uzias era considerado um dos grandes reis de Judá: "(...) divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte" (2Cr 26.15). O profeta Isaías foi um dos seus mais cuidadosos biógrafos (2Cr 26.22). 
Quando Uzias morreu, com ele, certamente, morreram muitas esperanças de glória em Judá. Em particular o seu biógrafo Isaías, filho de Amoz, deve ter se preocupado com o futuro da nação. 
As coisas não estavam muito bem no mundo em que Uzias e sua habilidade no governo eram uma garantia de confiança para Israel. Com a morte do Rei, certamente, as coisas poderiam mudar e uma sombria nuvem de incertezas pairava sobre a nação. 
Diante deste quadro temos a grande visão de Isaías e uma resposta de Deus para todos nós, que de vez em quando nos sentimos cercados de uma nuvem de desesperança. 
Isaías ainda tinha em mente a morte do grande Rei Uzias, mas quando Deus lhe traz uma visão profética, ele vê "O Senhor" (Adonai) sentado em um alto e sublime trono. 
Deus revela ao seu profeta que mesmo em meio às densas nuvens de incertezas, com poderosas nações inimigas espreitando oportunidade para dominar Israel, com homens maus desejando o poder, ele ainda podia descansar e confiar, pois no trono de todo o Universo quem está assentado é o Senhor. 
Apesar de todo o quadro triste de Judá naqueles dias durante o reinado de Acaz, a conspiração dos reis da Síria, Israel (reino do norte), as ameaças dos povos Egípcios e Assírios e a própria corrupção do coração do povo de Deus em Judá, Isaías ouve do Senhor palavras de esperança: "Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto" (Is 8.13). 
Deus, afinal, é quem realmente governa todas as coisas e se isto é assim, podemos confiar e descansar no seu poder e na sua fidelidade. Ao Senhor é quem devemos realmente temer, o homem nada poderá fazer, mas Deus é Senhor sobre todos.