domingo, 9 de outubro de 2022

A Reforma do Culto

Quando lembramos de todas as importantes contribuições da Reforma Protestante para a fé cristã, devemos mencionar o importante fato de que a Reforma foi, sobretudo, uma reforma do culto cristão. Lutero foi responsável por levantar grande controvérsia com a Igreja Católica sobre a natureza da Eucaristia.

No catolicismo, o ritual de adoração é celebrado na “Missa”. O termo é compreendido como originário na palavra latina “mittere” (enviar, mandar, dispensar) e, segundo algumas tradições, originou-se no culto primitivo, que compunha-se de duas partes: a primeiro, com leituras bíblicas, hinos e pregação e uma segunda, exclusiva dos batizados, onde se ministrava o sacramento. Nesta ora, o dirigente, segundo a tradição relata, dizia a todos “Ite, missa est” (vão, estão dispensados). Assim, após a “missa” (dispensa) o sacramento era servido apenas aos batizados. Aos poucos, o termo “missa” aplicou-se a todo o ritual da Eucaristia.

O catolicismo romano interpreta que na Eucaristia, a presença de Cristo é real na hóstia e o sacrifício é repetido e entregue a Deus, como um reviver verdadeiro da morte de Cristo. A doutrina da que embasa esse sacrifício é a da  “transubstanciação”, onde se afirma que há uma mudança da substância do elemento físico do pão, que passa a ser realmente o Corpo de Cristo, apesar da parte visível, a matéria manter-se na forma acidental de pão.

Lutero rejeitou a transubstanciação e afirmou que o sacrifício de Cristo na Cruz é único e não precisa ser mais repetido para ter validade para a fé cristã. Portanto, para Lutero, não existe mais “missa” e sim, todo o ato de adoração centrado no sacrifício único de Cristo, por meio do qual, todos permanecemos na presença gloriosa de Deus, na mediação do Cristo Ressurreto, que intercede por nós.

Por causa desta posição, os protestantes, em lugar da missa, celebram o “culto a Deus”, na forma de cânticos, pregação, orações e ministração do sacramento, como símbolo do corpo de Cristo e do seu sangue.

Calvino foi um dos mais importantes reformadores do culto. Ele o compreendia como o ato mais nobre da vida cristã. O Reformador de Genebra foi muito influenciado por um mestre chamado Martin Bucer, a quem ele denominava: “o mais nobre doutor da igreja”. Foi o culto da comunidade pobre de franceses exilados em Estrasburgo que Calvino admirou e copiou. Chamava a atenção de Calvino era o entusiasmo com que os franceses cantavam salmos.

Quando Calvino retornou a Genebra, adaptou muitos elementos da liturgia de Bucer, tornando-se o rito de Genebra (1542), adotando como partes essenciais do culto: a Palavra, a oferta, a ceia e a oração.

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