domingo, 21 de julho de 2024

Glorificando a Deus na Igreja

Como todos os leitores assíduos da Bíblia, eu passo por diversos textos algumas vezes e, de repente, uma expressão, um verso, uma história me chama a atenção de uma forma diferente. Hoje quero compartilhar como soou diferente para mim a leitura do texto em Efésios 3.21: “...a Ele seja a glória, na Igreja e em Cristo, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!”

A expressão deste texto que me chamou a atenção de forma diferente é: “...a Ele seja a glória, na Igreja...”. Sem nenhuma dúvida posso admitir com tranquilidade que a Glória de Deus em Cristo é algo tranquilo de se compreender, mas me chama a atenção que o pensamento de Paulo sobre a Igreja é de uma elevada estima, a ponto de propor que a glória de Deus na Igreja esteja, em alguma medida, paralela à glória de Deus em Cristo.

A Carta aos Efésios é uma carta eclesiológica. Ela trata de forma especial a visão dos crentes de Éfeso sobre o significado e lugar da Igreja nos planos eternos de Deus: “E sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo e a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1.22-23). Sem dúvida alguma esse verso já nos mostra a importância da Igreja no plano eterno de redenção.

A Ele seja a glória, na igreja e em Cristo - Cristo e a Igreja estão unidos em um único propósito eterno, restaurar o ciclo da glória, que foi criado por Deus para se fechar no coração do homem, quando este, está habilitado a viver no mundo de Deus em um encontro verdadeiro, contínuo e profundo com o Cristo. Este encontro é cheio de alegria e desfrute, alegrando o homem e alegrando Deus na sua Criação.

Por todas as gerações, para todo o sempre - Um compromisso que deve ser empreendido em nossa atual existência, ainda sob a presença do pecado, como um compromisso da Igreja de prover gerações de filhos do Senhor para reconhecerem a sua glória. Estes filhos são chamados a experimentar uma antecipação da própria eternidade, onde, quando já estivermos livres do pecado, continuaremos no processo de dar glória a Deus.

A Igreja, portanto, no presente e no futuro eterno, tem a missão de viver para glorificar a Deus!

domingo, 14 de julho de 2024

O Temor do SENHOR é o Princípio do Servir


Em geral, temos uma forte tendência à inconstância no que diz respeito ao nosso trabalho para o Reino de Deus. Damos dois ou três passos positivos para a construção de uma vida de prioridade ao Reino e um ou dois passos à trás.

“Agora, pois, temam ao Senhor e o sirvam com integridade e com fidelidade” (Js 24.14) - Josué exortou o povo da Aliança a fazer uma profunda reflexão, agora que estavam para entrar na terra que Deus lhes havia prometido. Eles deveriam posicionar-se diante da realidade que lhes foi exposta quando Deus os libertou do Egito: viveremos agora para o Deus que nos libertou?

Agora, pois, (...) - Notem como o texto faz a transição do tema: “Eu lhes dei uma terra em que vocês não trabalharam e cidades eu vocês não haviam construído. Vocês estão vivendo nessas cidades, e comem das vinhas e dos olivais que não plantaram” (Js 24.13). Josué os convoca a olharem para a sua história e considerarem o que Deus está realizando na vida deles e tomarem uma decisão.

Todos nós precisamos considerar como Deus se introduziu em nossa história, como ele deu sentido à nossa jornada e, portanto, todos temos o dever de fazer a mesma reflexão.

Temam a Deus - todo o restante do capítulo é a apresentação do contraste entre a prioridade e amor a Deus e o a troca de Deus por outros deuses. Tudo começa em um conceito introjetado no coração: “temam a Deus”. O temor do Senhor, completa a Escritura, é o princípio da sabedoria (Pv 1.7). A consideração da realidade de Deus em nossa vida é o ponto central da própria vida e do caminho e rumo que ela tomará.

Há uma realidade que todos precisamos enfrentar, o amor de Deus, manifesto em como ele nos conduz nesta terra. A consciência deste amor deverá nos mover e nos responsabilizar sobre o que devemos fazer. Viveremos ou não para aquele que nos amou?

Servir com integridade e fidelidade - há somente uma forma de agradar a Deus e não se trata de meras palavras ou intenções, mas com ações que nos coloquem integralmente a serviço dele, revelando ser Ele o alvo da nossa vida e também a verdade de nosso amor, sem que nos desviemos desta prioridade, por nenhuma outra preferência. O temor do Senhor é o começo do meu serviço!

 

 

sábado, 6 de julho de 2024

Construa Uma Visão Bíblica do Conceito de Igreja

Uma das principais transições conceituais da Palavra de Deus é o importante significado do Templo no Antigo Testamento para a sua incorporação no conceito de “Corpo de Cristo” no Novo Testamento. Em sua revelação progressiva, Deus desejou construir uma mentalidade conceitual sobre o que é o seu povo com a finalidade de nos fazer compreender a nós mesmos, quem somos e como devemos nos ver e construir para Deus. 
A sombra conceitual do Antigo Testamento, apresentada na figura do Templo, nos faz compreender o Corpo Vivo de Cristo, que é a Igreja, como um processo a ser construído em nossa relação. A Igreja não é algo pronto e imediato, que acontece a despeito da minha vontade e da minha participação. Assim como o Templo é construído, a Igreja também o é. 
Nos dias de Davi, quando Israel foi incumbido de construir um Templo a Deus, para substituir o Tabernáculo móvel do deserto, a Casa seria instalada majestosamente no Monte Sião e o povo deveria se esforçar para oferecer recursos para essa construção e este foi um dos momentos mais felizes do povo de Israel que se esforçou em ver este plano realizado, concretizando-se nos dias de Salomão: “O povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente, porque de coração íntegro fizeram ofertas voluntárias ao Senhor” (1Cr 29.9). Já nos dias do profeta Ageu, quando os alicerces do Templo são lançados, um contraste interessante é apresentado, pois há um completo desinteresse com a Casa de Deus: Acaso é tempo de vocês morarem em casas luxuosas, enquanto este templo permanece em ruínas?” (Ag 1.4).  interesse 
Tudo isso nos é apresentado no Antigo Testamento para construir uma mentalidade Cristã no Novo sobre o que é e qual a importância da minha relação com o Corpo de Cristo. Portanto, façamos uma reflexão sobre sobre qual dos dois momentos bíblicos, melhor representa o modo como nos relacionamos com a Igreja atualmente? Valorizamos ou desprezamos? Nos dedicamos ou abandonamos? Priorizamos ou deixamos em segundo plano? 
Verdadeiros adoradores, que o adorem em Espírito e em Verdade, serão encontrados entre aquele que conseguiram transitar do conceito estático de um templo físico para a ideia orgânica de um Templo Vivo, que se constrói com amor e dedicação, assim como podemos fazer, quando estamos construindo uma casa física para abrigar o Povo de Deus.