Cena do Filme "A Paixão de Cristo" - Mel Gibson |
Por volta da hora nona (três da tarde para nós), Jesus gritou: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Assim, ele morreu.
Um centurião romano vendo o que havia acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo. A multidão se retirou com lamentos e as pessoas foram para as suas casas. Seus discípulos, e mulheres que o seguiam, permaneceram de longe, vendo tudo aquilo. Antes das seis da tarde, preocupados com o shabat, líderes religiosos, pediram que se retirasse os corpos das cruzes e assim fizeram com os ladrões, apressando a sua morte, quebrando suas pernas, mas a Cristo, visto já estar morto, nada fizeram, se não uma “ferida, que lhe abriu o lado”. Com uma lança, o soldado lhe fere e da ferida saiu sangue e água.
Realmente ele estava morto! A ferida acusa essa morte, como uma autópia improvisada. A certeza da morte é uma prova importante, pois sem a morte de Cristo não há vitória. Aquela ferida, a água e o sangue, são as provas de que de fato Ele cumpriu a sua missão e morreu por nós.
Mas essa não foi a ferida mais importante daquele momento, outra ferida estava sendo causada a Cristo Jesus naquela hora. Uma ferida invisível aos olhos humanos, mas poderosa no seu significado para todos nós e para todo o universo. Essa importante ferida fora profetizada em Gênesis 3.15: “Este (Jesus) te ferirá a cabeça e tu (serpente) lhe ferirás o calcanhar”.
Sim, neste momento, o calcanhar de Cristo está sendo ferido, machucado, como uma resposta de revolta de Satanás por causa de sua mortal ferida na cabeça. Jesus tem o seu calcanhar machucado, ao pisar definitivamente na cabeça da antiga serpente, o Diabo, que machucou a existência humana com sua astúcia e abriu uma ferida em nosso coração: o pecado. Mas, ali naquela cruz, aquela ferida do final de todo o espetáculo horrível da morte de Jesus anuncia a nossa vitória e a nossa nova vida.
Ele foi morto e várias feridas foram feitas na sua carne: na cabeça, os espinhos; no dorso, as chicotadas; nas mãos e nos pés, os cravos; no lado, a lança e na alma, a morte. Mas, por todas essas feridas de humilhação e desprezo nós todos fomos sarados. Mas foi aquela ferida do calcanhar que de fato nos liberta do poder do pecado, do seu domínio e da morte que o acompanha como uma lei.
Agora é hora de silenciar o coração. A cruz está vazia, a tumba preenchida com a sua presença, mas por muito pouco tempo. O silêncio e o vazio, deixados pelas feridas de Cristo, darão lugar a uma multidão das hostes celestiais proclamando a sua vitória. Vamos nos retirar junto com a multidão. Separados por dois mil anos de história, mas unidos pelo sangue derramado por todas essas feridas, vamos também reconhecer que Ele era justo e o justo morreu pelos pecadores. Vamos lamentar, que foi o nosso pecado que o feriu. Mas vamos também louvar a Deus porque, enquanto ele é ferido mortalmente, nós somos revividos para Deus.
O final da Sexta Feira da paixão é o momento mais solene para quem está arrependido e pronto para ver uma nova vida nascendo. Por isso, eu te convido a orar e a buscar em Cristo essa nova vida e esse novo dia!
Oração: Eu reconheço as feridas que fiz em Cristo e reconheço que as suas feridas são a minha cura. Sei que te entristeci com muitos pecados, mas sei que me amaste em Cristo e me curaste por este amor infinito e gracioso. Hoje, decido fechar os meus lábios e no silêncio da minha alma gritar: obrigado Senhor Jesus!