domingo, 9 de outubro de 2011

Igreja Reformada Sempre Reformando - A Fidelidade na Cruz - 09 de outubro de 2011


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Com certeza ainda não nos debruçamos o suficiente para falar da Fidelidade de Deus. Às vezes, me parece que nós cristãos, afirmamos tanto que Deus é fiel, baseando-nos tão somente no fato de que Ele nos fez promessas e que Ele sempre as cumpre, assim, nisso baseado, dizermos: Ele é Fiel!
Mas, quando você para, para avaliar melhor as circunstâncias em que ocorre a Fidelidade de Deus, imediatamente, perceberá que o impressionante não é o fato de Deus cumprir as suas promessas, mas que Ele, as cumpre, mesmo quando nós não cumprimos o acordo pactual que Ele estabeleceu conosco. O profeta Ezequiel assim se referiu â fidelidade de Deus: “Mas, eu me lembrarei da aliança que fiz contigo nos dias da tua mocidade e estabelecerei contigo uma aliança eterna” (Ezequiel 16.60).  
Mas porque Deus mantém a sua palavra mesmo quando eu não mantenho a minha?  A única resposta possível começa com uma pergunta, a qual nos remete a uma das mais impressionantes verdades sobre Deus: “Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniqüidade e te esqueces da transgressão (Miquéias 7.18)?”
As lições que essa pergunta trás são simples. Na verdade, primeiro devemos considerar que Deus é Deus e não é homem. Ou seja, estamos acostumados com o modo como o homem reage e até estranhamos a reação de Deus em ser fiel, mesmo quando somos infiéis. Mas, Ele é diferente de nós, por isso, é Deus.
A segunda lição é que há algo que Deus valoriza predominantemente no nosso relacionamento com Ele, que é o sacrifício de Jesus Cristo na Cruz. Deus, sempre nos olha, através da Cruz e, por isso, Ele sempre está pronto para perdoar. Ele é tardio em irar-se para com o seu povo, porque o seu povo se esconde atrás do sangue derramado na Cruz.
Alguns cristãos não sabem o que o sangue de Jesus, derramado na cruz significa e, por isso, não conseguem se ver livres da culpa. Então, não oram nem crescem espiritualmente. Sentem Deus sempre longe. Quando, na verdade, por causa de Jesus, Ele está sempre perto de nós e sempre nos amando.
Talvez você esteja vivendo sem essa certeza, e, por conta disso, há tristeza em você. Reforme a sua fé, precisamente ao lembrar-se da Cruz e deixar com que sua alma sinta-se protegida a seus pés (da Cruz). Deixe com que a Fidelidade de Deus em te guardar, se concentra não em você, mas no que Cristo fez por você. Sempre reforme sua vida, levando-a de volta à Cruz.

domingo, 2 de outubro de 2011

Igreja Reformada Sempre Reformando - A Compaixão - 02 de outubro de 2011


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Uma das marcas da vida moderna é a individualização do homem. De alguma forma, estamos abertos para relacionamentos superficiais e passageiros, por isso, não é de se estranhar que até a família sofra com a degradação dos valores. O materialismo assumiu o controle das mentes humanas e, agora, tudo passa pelo cálculo do custo-benefício, até as amizades e ou o convívio com os irmãos de Fé.
Podemos chamar tudo isso de “modernidade” ou “pós-modernidade”, mas as Escrituras não contam estas coisas a partir da análise humana da evolução da História, ao contrário, a análise bíblica aponta para o final da História anunciado por Deus: o Dia do Juízo.
Quando os apóstolos começaram a anunciar a volta de Jesus Cristo, também anunciaram a deterioração dos valores mais básicos que deveriam seguir a humanidade. Paulo diz o seguinte: “Nos últimos dias ...os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes (...) desafeiçoados, implacáveis (...) cruéis, inimigos do bem ...antes amigos dos prazeres que amigos de Deus” (2 Tm 3.1a4). A dura descrição do apóstolo, parece encontrar eco em nossos dias, como se ele tivesse convivido conosco. Como verdades tão antigas podem ser tão atuais? São atuais, porque o ser humano, em maior ou menor medida, sempre apresentou esse comportamento.
Podemos cometer erros semelhantes a esses, mesmo dentro do ambiente de fé no qual vivemos, se não nos dedicarmos a sempre reavaliar a nossa vida segundo o modelo que encontramos no próprio Deus. Esse foi o ensino que Deus havia deixado na profecia entregue através de Jonas.
O profeta tinha consciência de que Deus era misericordioso, Entretanto, preferia manter no seu coração o ressentimento contra o povo ninivita. Seu materialismo se manifestou no fato de ele amar uma planta mais que a multidão ninivita (Jonas 4.11).
A Igreja precisa ser um modelo de sincera compaixão, inspirada no próprio Deus. Nos tempos que precedem a vinda de Jesus precisamos de uma Igreja ativa e comprometida com o amor e a compaixão, tanto entre os irmãos de Fé como para com os de fora. Eis uma preocupação que deve estar na agenda daqueles que pretendem seguir o lema: Igreja Reformada Sempre Reformando.  Devemos aplicar a nós mesmos as advertências feitas a Jonas e conhecer a diferença entre plantas e pessoas.

domingo, 25 de setembro de 2011

Os Inimigos da Fé Querem a Nossa Mente! - 25 de setembro de 2011


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Nesses últimos dias, cresce a força dos inimigos da fé e o poder de persuasão daqueles que não professam a Cristo segundo as Escrituras. Assim, muitos são enganados. Mas de onde vem tamanha força persuasiva? Por que os falsos mestres encontram tanta ressonância no mundo? De que maneira os que crêem nas Escrituras como Revelação de Deus resistirão ao seu ataque?
A força dos inimigos da fé segundo as Escrituras não reside em sua mensagem, e tampouco em sua persuasiva capacidade de argumentação. Afinal, a Verdade será sempre vitoriosa e o argumento da Verdade sempre será superior, pois a verdade permanece, e a mentira fenece. Qual será, então, a origem da força do engano? 
O centro dessa força está na mente dos homens que são amantes de si mesmos. A própria Escritura declarou que nestes tempos, os homens não darão ouvidos à Verdade, mas buscarão a sua verdade particular, segundos os seus corações (mentes) ensimesmados. As doutrinas não servirão para conduzir os homens, mas para satisfazer os seus anseios pessoais e é assim que se perdem.
Por amarem seus próprios pensamentos, rejeitarão a Deus como Senhor em suas mentes e afastarão de sua vida a influência divina. Amarão sua capacidade especulativa e diminuirão a Revelação de Deus, as Escrituras.
Pensar faz bem e refletir é uma capacidade dada por Deus ao homem. A fé deve ser fruto de reflexão. Entretanto, existem limites para a criatividade da fé. O homem que deseja encontrar o bem nesta vida, deve buscar esse bem em Deus e não em si mesmo.
Aprendamos com o erro de Edom, a nação aparentada de Israel, descendente de Esaú. Os edomitas acharam-se grandes aos seus próprios olhos, permitiram-se pensar em si mesmos como auto-suficientes. Sua inteligência fez crescer o seu orgulho o que destruiu toda a sua possibilidade de aproximação com Deus: “A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na tua alta morada, e dizer no teu coração: Quem me deitará por terra? (Obadias 1.3).  
A força dos filhos de Deus está em saberem-se fracos e necessitados de que Deus os socorra. Eles precisam conhecer o caminho de Deus, segundo o próprio Deus os revela, a fim de que não andem pelos caminhos do próprio coração. Nosso grande exercício mental é a condução dos nossos pensamentos a Cristo, pois luta espiritual dos nossos dias ocorre no âmbito da mente, onde está o cerne da nossa vida.  


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Algo que eu não sei explicar sobre o Dia do Juízo de Deus - 18 de setembro de 2011


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

A expressão “Juízo Final” quase sempre nos conduz a uma sensação de medo. De fato, há algum sentido em que o “Juízo Final” deva produzir essa reação. Contudo, há um sentido em que esse Dia pode e deve ser considerado como um dia de grande alívio e alegria.
O JUÍZO FINAL - MIGUEL ÂNGELO (CAPELA SISTINA)
Quando os apóstolos trataram esse assunto, levantaram alguns elementos que consideram fundamentais:  a Igreja deveria considerar a realidade desse    Dia; deveria também  preparar-se para sua chegada; e, em terceiro lugar, não precisava temer, pois, nesse Dia, seria definitivamente resgatada de todas as suas dores e, abrir-se-lhe-iam os portais da Eternidade com Deus. 
Pontuaremos sobre esse tema fazendo algumas considerações baseadas nessas perspectivas apostólicas, entretanto, olhando-as a partir de um texto do Velho Testamento, a profecia de Amós.
A primeira parte da profecia trabalha com o fato de que devemos realmente considerar a inevitável realidade desse Dia de Juízo (Amos 1.2 a 4.13): “...porque isso te farei, prepara-te para te encontrares com o teu Deus” (4.12). Com essas palavras, o profeta, assim como os apóstolos em seu tempo, define a necessidade premente de que o povo de Deus não viva desfocado desse Dia, ao contrário, que observe-se sempre em relação à chegada do Dia do Juízo.
Mas tal espera não é tão somente passiva, ao contrário, é exigido que o Povo de Deus tenha atitudes de preparação para este Dia, tais como “buscar a Deus” e “viver em retidão”. Esse é o tema de uma segunda porção do livro (5.1 a 8.14), como podemos ler em  “Buscai ao Senhor e vivei...”(5.6).
O grande erro combatido nessa profecia é o da falsa religiosidade e a única resposta aceitável é uma mudança de vida, que faça o culto e a vida serem um só: “Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras. Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiros perenes”(5.23e24).
Por fim, o profeta apresenta o resultado do grande empenho de Deus em aconselhar assim o seu povo, qual seja, que o Dia do Juízo seja um dia de alegria e restauração, esse é o tema do capítulo 9: “Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as brechas...(9.11a15).
Creio que não ser difícil concluirmos o que precisamos fazer! O problema que encontramos é que, às vezes, mesmo sabendo a verdade, preferimos andar na direção oposta à ela. E essa louca rebeldia contra a verdade de Deus, para mim, constitui-se no inexplicável!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Preparados Para o Dia do SENHOR - 11 de setembro de 2011

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
(versão mais extensa) 

A mais espetacular cena do terrorismo mundial ocorreu em 11 de setembro de 2001, no centro da maior cidade do planeta, Nova York. Dois aviões de grande porte, repletos de passageiros, foram seqüestrados sob o comando da  agência terrorista Al Qaeda e criminosamente lançados contra as duas simbólicas torres do World Trade Center, as famosas “Torres Gêmeas de Manhattan”, centro financeiro nova yorkino.
Em seguida, os Estados Unidos ouviram as notícias e viram as imagens de mais um avião sendo lançado contra o Pentágono, centro geral da segurança americana e outro contra a capital Washington DC. Em poucas horas, um alerta total estava lançado e todos os aviões sobrevoando o espaço aéreo americano eram suspeitos de seqüestro e considerados ameaça em potencial. Um caos total lançou-se sobre a mais poderosa nação do mundo e a angústia, o medo e a incerteza tomaram conta de corações, que horas antes, imaginavam-se inatingíveis e invulneráveis.
Podemos dizer que não somente os americanos e seus aliados europeus, mas sobre todo o mundo pairou uma forte tensão. Todos estavam se perguntando sobre o que realmente estava acontecendo. O mundo parou para acompanhar tais acontecimentos e descobrir algo sobre quais seriam os desfechos finais daquela história.
Aquele foi um dia marcante para toda a humanidade e que fez mudar o mundo, que passou a tratar a questão da guerra ao terror como uma das prioridades da humanidade para este novo século que se iniciou tão tragicamente.
Dizem os pesquisadores e jornalistas que, algumas autoridades americanas tinham conhecimento de que aconteceria uma ação terrorista em território americano. Os serviços de inteligência teriam encontrado fortes indícios, mas nenhuma providência foi tomada para, de forma efetiva, coibir aquelas ações.
Bem, tudo isto trouxe muita tristeza às famílias e desespero ao mundo. Mas, existe algo a ser aprendido com essa história? Com certeza, nós seres humanos precisamos aprender mais com a surpresa desastrosa de 11 de setembro. A lição que podemos tomar no dia de hoje é que, os indícios devem ser considerados com mais consciência, principalmente, quando os sinais apontam para momentos difíceis.
Perceba como a Escritura trata de forma bastante séria aquilo que os profetas chamaram de Dia do SENHOR. Note como delineiam que haverá um dia de grande angústia para a toda a terra e os homens serão confrontados com a face do próprio Deus, que lhes arguirá à consciência e lhes falará sobre suas apostasias e abominações contra o Criador. 
Na aurora do Cristianismo, quando da vinda de Jesus a este mundo, foi inaugurada uma nova etapa neste espectro de aguardo pelo Dia do SENHOR, à qual, os apóstolos, seguindo os próprios profetas, chamaram de "Últimos Dias", nos quais, segundo seus ensinos e os do próprio Jesus, serão os dias finais até que venha o Grande e Terrível Dia do SENHOR. Nestes "Últimos Dias" alguns acontecimentos servirão de sinais e marcarão a consciência dos homens com uma certeza final de que tem chegado o ocaso dos tempos e se anuncia a chegada do Grande Dia do SENHOR. 
Os indícios desse ocaso já se mostram bastante visíveis, principalmente, no que tange ao fato de que a apostasia da Igreja Cristã está cada vez mais visível e indiscutível. E, como já dissemos anteriormente, precisamos considerar com mais seriedade e consciência os indícios de que Jesus está retornando e os tempos estão ficando mais difíceis. 
Os americanos falharam grandemente ao se negarem a tomar as medidas drásticas que os indícios sugeririam e, podemos dizer que, o sucesso dos ataques orquestrados pela Al Qaeda foi alcançado, em parte, por causa da negligência dos próprios agentes da segurança americana. Ataques terroristas ainda podem acontecer em nosso mundo, por isso, os homens de bem não podem se descuidar. 
Em outra esfera da vida, em algo ainda maior, pois diz respeito ao ponto final da História da Redenção e o cessar de todas as oportunidades dos homens para o arrependimento diante de Deus, temos os indícios da chegada do Grande e Terrível Dia do SENHOR. Seria uma loucura ainda maior se nós, conhecendo a verdade sobre esse dia e tendo sido alertados pela própria Escritura deixada pelos servos do Altíssimo, negligenciarmos o preparo de nossa própria vida e daqueles que amamos. Seria a maior de todas as loucuras se um pai de família, não preparasse os seus filhos e não os orientasse e à esposa a estarem prontos para Aquele Dia.
Loucura, podemos dizer, ainda mais bestial, seria se os púlpitos das Igrejas se silenciarem sobre o assunto e propuserem um tipo de Evangelho do playground, onde os crentes passam a brincar como se nada estivesse acontecendo e nenhuma providência espiritual precisasse ser tomada e pudessem todos viver como se o SENHOR não se importasse com as suas promessas e não se apressasse em cumpri-las. 
Sempre haverá quem imagine que este é um discurso explosivo demais e fatalista demais. Porém, creio que essa é a essência do que desejou dizer Jesus quando afirmou: "Eis que venho sem demora!". 

  


domingo, 4 de setembro de 2011

Um Chamado à Lealdade ao SENHOR - 04 de setembro de 2011

Lealdade em Japonês
Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Toda a Igreja, desde os dias dos apóstolos vive na expectativa da Parousia (volta de Jesus) e do encontro final para entrada na Eternidade. Essa expectativa foi iniciada ainda quando Cristo esteve aqui na Terra e prometeu voltar para buscar o seu povo.
Iniciaremos uma série de sermões nos textos dos Profetas Menores, a partir de Oséias. Estes profetas, assim como nós, foram chamados por Deus para viver segundo uma esperança centrada no Messias.
Eles, tanto quanto nós o somos, foram concitados por Deus para manterem sua lealdade a Jehovah, estabelecendo sua fé nas promessas do Senhor. Por isso, o modo como sua fé fora fortalecida em dias tão difíceis como foram aqueles, pode servir como estímulo e ferramental para que também nós tenhamos a fé fortalecida neste tempo de espera pelo surgimento visível do Reino de Deus.
A lealdade é uma virtude que devemos exercitar em nossa jornada de fé. Ela estará estabelecida em nossa vida e determinará qual o foco e prioridade desenvolveremos nesta terra. Infelizmente, a lealdade do Povo do Senhor nos dias atuais tem se mostrado, como nos dias do profeta Oséias, uma pueril esperança, ou seja, que passa muito rápido, um amor que desvanece como a neblina ao aparecer do Sol: “Que te farei Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa” (Oséias 6.4).
 Não obstante a fragilidade do amor dos seus filhos, Deus nos convoca à lealdade a Ele e nos estimula a mudar quadros como esse de pouca firmeza. Para isso, quando olhamos os profetas, aprendemos que precisamos conhecer nosso Deus para que de fato nossa lealdade se estabeleça. E, quando lemos o profeta Oséias, descobrimos que a lealdade do profeta, nasceu de sua grandiosa visão do Amor de Deus.
Aqueles que nunca refletiram sobre o Amor de Deus e nunca tiveram dele uma grandiosa visão, não conhecem um dos mais preciosos bens que nos foram legados por Deus. À medida que nossa admiração pelo amor de Deus cresce, diminuiu nossa insistência em amar outras coisas e prestar nossa lealdade a outros senhores.
O convite que eu faço a todos os irmãos é que acompanhem nossas mensagens nestes domingos e que leiam os profetas menores. Que se espelhem no vigor da fé daqueles homens e vivam de forma leal ao Senhor.

domingo, 28 de agosto de 2011

A Mente Cristã Nos Dias da Apostasia Final - 28 de agosto de 2011

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

O retorno de Cristo, sem dúvida, era um dos pontos focais na mente dos escritores bíblicos e eles colocaram toda a intensidade do seu pensamento a serviço da Igreja, no objetivo de prepará-la para o Dia da volta do Senhor Jesus. Para tanto, trabalharam primordialmente em duas direções: encorajar a Igreja para vencer as dificuldades de se viver num mundo onde os crentes são odiados e, também, procuraram preveni-la de um dos maiores problemas que enfrentaria até a vinda de Cristo Jesus, a apostasia!
O primeiro aspecto deste trabalho, tinha a ver com a reação do mundo à presença da Igreja e era algo que lhe acontecia de fora para dentro. A apostasia, entretanto, era um problema que a Igreja enfrentaria dentro das suas próprias fileiras e lhe causava danos ainda maiores.
Os apóstolos trabalharam firmemente em um aspecto da vida cristã, que consideraram de grande importância para se evitar a apostasia: o cuidado com a mente cristã. Para eles a Igreja tinha de preparar adequadamente a sua mente para enfrentar todos os embates com o mundo, mantendo-se firme na fé. Na verdade, a nossa mente é o epicentro de toda a batalha espiritual, pois é nesse espaço interior onde tomamos as mais importantes decisões que dizem respeito à nossa vida no Espírito, bem como, onde nascem os pecados e os desvios que nos afastam de Deus e de Seu Filho.
Sobre o papel central da mente na vida cristã destaco as palavras do apóstolo Paulo: “Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade...”(2 Ts 2.1 e 2).
Sobretudo nos dias finais, os crentes são exortados a manter a sua mente abastecida com a Palavra de Deus e todas as virtudes cristãs, para que consigam suportar a grande pressão que sofrerão, com vistas a fazê-los abandonar a fé.
O próprio Senhor havia dito: “...quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra (Lc 18.8)?” Diante disto, você e eu somos chamados a cuidar da nossa mente e nos preparar adequadamente para lutar contra todo pensamento que nos leve para longe de Deus. Devemos guardar a nossa mente e nos forçar, até contra a nossa própria vontade, a pensar o mundo e a própria existência segundo a Palavra do Senhor e modelo que Ele nos deixou. Essa é a tarefa mais urgente da Igreja em nossos dias.

domingo, 21 de agosto de 2011

Servos Que Dão Bom Testemunho - 21 de agosto de 2011

Imagem colhida no BLOG "Alcançando o Alvo" 
Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Estamos acostumados a ouvir as pessoas falando na Igreja que todos devemos dar “bom testemunho”. Quando adolescente  sofri muito com isso, ficava preocupado e me cobrava por jamais conseguir ser um crente perfeito e nem sempre conseguia falar de Jesus para os meus colegas. Eu não sabia como dar “um bom testemunho”.
Sempre encontro pessoas que cobram um “bom testemunho” de si e dos outros em um nível tão elevado que aparentemente, parecem esperar a perfeição. Será que é realmente possível dar “bom testemunho”? De que forma alcançamos essa graça?
O apóstolo Paulo, quase sempre, escreve às igrejas, mostrando-se preocupado com a relação que a Igreja tem com os de fora da igreja: “Portai-vos com sabedoria com os que são de fora; aproveitai as oportunidades” (Colossenses 4.5). Em 1 Tessalonicenses ele diz: “...de modo que vos porteis com dignidade para com os que são de fora e de nada venhais a precisar” (4.12).
Em linhas gerais o “bom testemunho” é uma demonstração da presença do reino em nós e na nossa comunidade de fé com a finalidade de que os de fora percebam que somos diferentes. Mas, o modo de mostrarmos que somos diferentes não significa que devamos parecer para eles, aquilo que não somos, isto é, impecáveis, pessoas sem defeitos, das quais existem somente coisas boas a serem ditas. Não pode ser  isso, pelo simples fato de que não somos perfeitos e sabemos bem disso!
O “bom testemunho” é dado na medida em que lidamos com o nosso pecado de uma maneira diferente de todas as outras pessoas. Ou seja, o que eles precisam saber e ver realmente em nós é que estamos “progredindo no amor” a Deus e ao próximo (vs 9 e 10), que lutamos contra os nossos erros.
Em segundo lugar, é necessário que vejam que nos ajudamos neste esforço, fazendo o trabalho sempre em conjunto “cuidando do que é vosso” (vs.11). E, finalizando, o “bom testemunho” tem como objetivo a própria vida do não crente, os de fora, como disse Paulo. Não creio que os de fora, algum dia, acreditem que somos perfeitos, mas tenho certeza que eles esperam que  mostremos o que é uma vida que conhece a Deus e como você e eu somos capazes de resolver nossos problemas agindo segundo a Palavra de Deus. Para mim o “bom testemunho” que podemos dar é que a nossa vida tem uma direção e se dirige a Deus.  

domingo, 14 de agosto de 2011

Cooperação - Uma Marca dos Servos do Senhor - 14 de agosto de 2011.

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Durante a década de 90, surgiram as grandes cooperativas de trabalho. Um modelo de organização que supunha o ajuntamento de operários na formação de um bloco de trabalho, com maior força junto aos patrões. Mas, como todos sabemos, este tipo de cooperatividade servia muito mais aos interesses patronais que ao dos cooperados.
A cooperação é algo que se espera na sociedade cristã, segundo os princípios do Reino de Cristo. Dentro do princípio estabelecido pelo SENHOR, o seu Reino seria de intensa vida cooperativa; todos os cidadãos dariam a sua contribuição ativa e fariam parte não apenas de uma pátria no sentido geopolítico, mas de um organismo vivo, no qual todos os partícipes seriam como membros de um mesmo corpo.
A melhor ilustração deste princípio cooperativista do Reino de Jesus Cristo foi apresentada em 1 Coríntios, capítulo 12: O Corpo de Cristo. Apesar de ser aplicada referencialmente à Igreja, essa ilustração aponta para o todo do Reino de Cristo, que se espalha através da Igreja, por isso a Igreja é Universal e deve chegar a todas as etnias da Terra.
Quais são os princípios de cooperatividade deste Reino de Cristo? O princípio primordial é o AMOR. A cooperação no Reino de Cristo se estabelece numa condição mental em que as pessoas conseguem viver para os outros e não egocentricamente. Os cooperados no Reino de Cristo não visam o que é propriamente seu, mas sim o que é do outro (Fp 2.4).
Outro aspecto interessante é que todos os cooperados trabalham com um propósito específico, qual seja, glorificar a Deus. A glória de Deus é o anseio maior dos Servos do Reino de Cristo, eles nada buscam para si mesmos, senão que suas vidas alcancem o privilégio de servir para a glória de Deus. Ao aplicarem a regra do amor, eles buscam a glória de Deus como o alvo maior de toda ação cooperativa.
Por fim, enquanto o Reino não se consolida totalmente neste mundo por causa do pecado, a cooperatividade do Reino de Cristo busca alcançar outras vidas para viver segundo o mesmo padrão. A evangelização é o coração da obra da Igreja neste mundo caído, pois é o resultado prático e mais natural da nossa condição de servos. Cooperamos uns com os outros, para alcançar outros ainda. Eis o melhor sinal da nossa saúde cooperativa no Corpo de Cristo, quando evangelizar é a nossa meta!

domingo, 7 de agosto de 2011

Servos Dedicados ao SENHOR - 07 de agosto de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno






Quase sempre, interpretamos a palavra “dedicação” como significando o empenho que devemos ter na realização de alguma tarefa. Por isso, elogiamos alguém que cumpre suas tarefas dizendo: “ele é muito dedicado ao que faz”. Com certeza, este é um significado maravilhoso para o termo, entretanto, não é o seu sentido primário.
Em seu sentido primário,  o termo aponta para uma condição e não para uma ação. Em outras palavras, primariamente o termo descreve o ato de separar algo ou alguém para um devido fim ou trabalho. Por exemplo: “esse prédio foi dedicado para ser um museu” ou, então, “aquele homem tem dedicação integral ao ministério”, neste sentido, dedicação é o mesmo que consagração (Latim: dedicare - consagrar).
Assim também, a idéia de “Servos Dedicados” nas Escrituras segue muito além da simples capacidade que temos de nos aplicar diligentemente às tarefas que nos são dadas por parte do Senhor. Na verdade, é bem possível que pessoas realizem a contento muitas tarefas no Reino, sem que jamais tenham sido verdadeiramente “dedicadas ao Senhor” (Mt 7.22).
“Servos Dedicados ao SENHOR” são aqueles que primariamente compreenderam que não pertencem mais a si mesmos e o seu trabalho é viver para servir ao seu SENHOR. Você e eu não fomos chamados para realizar tarefas para Deus, mas para pertencermos a Ele, e isso é muito diferente.
O amadurecimento da obra do Espírito Santo em nós consiste em  que cheguemos ao ponto de encontro com a única realidade possível da Criação: “pertencemos completamente a Deus”. Essa é a temática que dominou a mente do apóstolo quando disse: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo” (Fp 1.21). Para Paulo era simples discernir que o propósito da vida é servir a Deus, seja através da vida ou da morte (Rm 14.8).
O que você espera da vida? Por acaso tem pensado demais em si mesmo, a ponto de a vontade de Deus ter sido abandonada? Quando o verdadeiro enchimento do Espírito Santo estiver de fato acontecendo na sua vida, seus paradigmas serão revolucionados e você poderá confirmar em você o significado primário de: “Servo Dedicado ao SENHOR”. A grande mudança que se seguirá em você é que serás incapaz de pensar só em você mesmo, seus olhos seguirão na direção de Deus e do seu próximo e você, ao servir, sentirá a maior alegria e realizar-se-á em dedicar-se ao SENHOR!

domingo, 31 de julho de 2011

O Espírito Santo e os Nossos Relacionamentos - 31 de julho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

A essência da Fé Cristã é que a morte de Jesus Cristo tem o objetivo de nos capacitar a se relacionar com Deus e com o próximo da maneira mais completa e perfeita. Mas por que não conseguimos fazer isso?
Ao perder a condição de perfeição em que foi criado, o ser humano, também perdeu sua capacidade de um relacionamento perfeito com Deus e o seu próximo. O primeiro efeito dessa perda foi o distanciamento entre Deus e homem e um abismo de antagonismo que se abriu entre o homem e o seu próximo, naquela oportunidade, entre Adão e Eva.  (Gênesis 3. 8 a 12).
Os relacionamentos são fundamentais para a nossa saúde social, emocional e espiritual. Precisamos de Deus e das pessoas para nos sentir bem e completos em todos os sentidos. Mas, infelizmente, nossos maiores problemas se concentram em uma enorme dificuldade nessa área. Por isso, a Escritura tem tantas exortações e orientações sobre essa matéria e não é à toa que o resumo de toda a Lei de Deus é “amar a Deus e ao próximo”.
O apóstolo Paulo escreveu sobre a necessidade de continuarmos progredindo na fé. Ele tocou em um ponto sensível ao exortar-nos a manter relacionamentos de amor profundos, baseados nos ensinos de Jesus (Efésios 5.21).
O apóstolo exorta a Igreja a investir no desenvolvimento de uma vida iluminada e isto, segundo o apóstolo, será visto quando tivermos relacionamentos sadios no plano horizontal (o homem e o seu semelhante), que redundará em um relacionamento muito melhor no plano vertical (homem e Deus).
Para esse amadurecimento, a primeira lição do apóstolo é que não podemos confiar apenas em nossos esforços para seguirmos nessa direção, precisamos nos relacionar bem com Deus, por isso diz: enchei-vos do Espírito.
Em segundo lugar, devemos trabalhar duro para este desenvolvimento e devemos fazer isso de forma coletiva: falando entre vós. Esse esforço conjunto não pode ser focado em um sentimento egocêntrico, ao contrário, se desejamos relacionamentos sadios e que mostram o crescimento do Reino em nós, devemos viver para servir ao nosso próximo: sujeitando-vos uns aos outros. Quando vivemos esse padrão, o Reino de Cristo cresce em nós e através de nós se espalha pelo mundo.

sábado, 9 de julho de 2011

Uma Mensagem Para Quem Se Cansou de Servir - 10 de julho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Sempre ouvimos falar na Igreja que devemos servir. De fato, já sabemos que isso é necessário por muitos motivos, por exemplo, o serviço é uma demonstração de obediência a Deus, sem o nosso serviço a Igreja fica carente e desestabilizada em muitos sentidos, podemos dizer que, não servir é como uma negação de nossa condição de súditos do Reino.
Mas desejo considerar o serviço a Deus por um prisma um pouco diferente nessa meditação. Creio que é necessário que nos conscientizemos de que, se servimos a Deus, isso é um resultado do serviço do próprio Jesus.
No capítulo 15 de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo, está propondo aos crentes que a ressurreição de Cristo é fundamental como fonte de nossa esperança e lugar neste mundo. Segundo ele, sem a ressurreição a nossa fé é vã e a nossa pregação, completamente falha e mentirosa (versos 14 a 17). 
No verso 20, Paulo inicia uma outra maneira de abordar o assunto, uma forma mais positiva e direta, pois ele afirma: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos”. Em seguida ele enfatiza o fato de que a ressurreição é apenas o começo de uma grande e vitoriosa obra de libertação, por meio da qual Jesus nos livra do poder da morte.
Meus irmão, mais do que combater uma falsa idéia da inexistência da ressurreição, o apóstolo Paulo está nos propondo que nos apeguemos à obra de Cristo como um motivo para continuarmos a nossa obra de serviço e dedicação ao Reino de Deus. Para ele, cada um de nós, deveria se certificar que todo o combate de Cristo visa o fato de nos dar condições de viver para Deus.
Cristo destrói o poder do pecado e da morte, os quais tentam nos induzir ao erro de não viver para Deus e, baseados nessa liberdade, você e eu temos motivos para nunca esmorecer em nosso esforço de servir a Deus.
Entretanto, muitos irmãos e irmãs, parecem um tanto cansados. Deixaram com que as tristezas ou mesmo as mágoas e decepções se tornassem mais fortes que o seu senso de serviço. Agora, não mais pensam na obra, mas voltaram o olhar para si mesmos.
Eu desejo fazê-los pensar no que Paulo nos ensinou neste grande capítulo da Escritura. Que haja mudança de atitude e, em lugar de um espírito esmorecido, um grande desejo de combate e serviço tome conta do seu coração. 
Na verdade, este é o desejo do próprio Cristo, por isso, revelou-se de forma maravilhosa neste texto. Ele estava pensando nestes momentos difíceis da vida, quando nenhum estímulo fora ou dentro da Igreja parece suficiente para nos fazer andar na direção certa. Então, ele apela a que eu e você olhemos para Ele, para a sua obra e nisso nos estimulemos: "Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1 Coríntios 15. 57 e 58). 

domingo, 3 de julho de 2011

O Poder Para Servir - A Obra do Espírito Santo - 03 de julho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Não resta dúvida da reviravolta conceitual proposta pelo Evangelho. Quando Jesus Cristo disse, que em seu Reino, o maior é o que serve, estava propondo um visão revolucionária de poder, utilidade e valor do homem. Na verdade, o que Jesus estava fazendo era reencontrando o modelo original, daquele homem criado por Deus e sem pecado, cuja tarefa de cultivar e guardar o Jardim já lhe definia servo do seu Criador.
No Novo Testamento, com o derramamento do Espírito Santo, uma obra de origem celestial passou a acontecer na vida dos crentes, uma obra de transformação e capacitação espiritual, operada pelo próprio Espírito de Deus, a qual proporciona toda a condição para que alcancemos o modelo revolucionário proposto por Cristo Jesus.
Essa temática está presente em todas as epístolas neo-testamentárias, as quais nos chamam para “servir a Deus”, “servindo aos irmãos” e “servindo ao mundo”. Tal abordagem da vida e do seu propósito aponta diretamente para aquelas coisas mais importantes nas quais devemos investir nossos esforços e tempo, que são o caminho mais seguro para quem quer viver e agradar a Deus e que podem nos tornar mais completos e bem estruturados como seres humanos.
Mas que coisas são essas? O apóstolo Paulo as chama de “boas obras”, “fazer o bem”, ou ainda “não viver para si mesmo”, ou seja, atos de vida que nos levem na direção do cuidado do Jardim, em particular dos seres humanos que nos rodeiam.
A obra capacitadora do Espírito Santo está fortemente embasada nesse intento Divino, de nos fazer “servos dEle e uns dos outros”. O Espírito trabalhará para quebrar as nossas resistências pecaminosas ao papel de servos e também produzirá em nossa disposição mental mudanças para que desenvolvamos dons para o serviço.
O que a Escritura define como nosso papel nesse projeto revolucionário de Deus? A Escritura pede “espírito voluntário”, que ofereçamos nossa vida para ser transformada e passar a trabalhar dessa forma.
O amadurecimento de uma vida cristã, não se pode medir pelo quanto conhecimento alguém possui das Escrituras ou da Teologia Bíblica, mas o quanto este conhecimento já o levou a servir. Todos os que quiserem crescer na graça e no conhecimento de Cristo, devem saber que crescer é ser servo!

domingo, 26 de junho de 2011

Precisamos do Espírito da Verdade - 26 de junho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

A Grande Obra da Redenção está se processando neste mundo por meio da ação poderosa do Espírito Santo. A Terceira Pessoa da Trindade é a responsável por todo o trabalho de aplicação da Redenção no coração dos homens redimidos.
Este é um dos temas mais importantes da Teologia Pneumatológica que estuda a Pessoa e Obra do Espírito Santo. Mas, infelizmente, não temos dado tanta atenção para compreender este processo e trabalho do Espírito de Deus.
Jesus Cristo, procurou dar aos seus discípulos a dimensão correta deste trabalho do Espírito Santo, quando focou a descrição da obra do Parácleto no capítulo 16 do Evangelho de João.
O que eu acho interessante considerar é que este evangelho foi escrito já final do período apostólico, por volta do ano 95 d.C. Mas, porque isso é interessante? Porque, João achou ser muito importante enfatizar estes diálogos, naquele tempo em que a Igreja estava sendo ferozmente perseguida e principalmente, estava perdendo suas primordiais referencias humanas, os próprios apóstolos.
Em outras palavras, João achou importante mostrar que o Consolador era o grande poder da Igreja, pois significava a força e a mente de Cristo na Igreja.
No capítulo 16 do Evangelho de João, a palavra de Jesus sobre o Espírito Santo, apontou para várias características da sua obra e dos motivos do Espírito ter sido dado, entretanto, ele destaca uma das mais importantes ações do Espírito Santo: conduzir os discípulos à verdade. Para isso ele destaca, usando o nome: Espírito da Verdade (João 16.13).
O nosso tempo tem repudiado qualquer noção de uma verdade objetiva. Ao contrário, tem procurado estabelecer a idéia de que a verdade é sempre relativa. Mas, ao contrário disto, o Espírito Santo é aquele que nos conduz à Verdade de Deus sobre o homem e sua existência.
A obra da Redenção é aplicada aos escolhidos de Deus por meio de uma obra espiritual que tem como principal arena a “mente humana”. O Espírito da Verdade, tem como trabalho conduzir a mente dos filhos de Deus e fazê-los pensar os pensamentos de Cristo e, se desejamos ser uma Igreja cheia do Espírito, devemos nos lembrar de que é em nossa mente que este trabalho do Espírito tem de prosperar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Precisamos da Correção do Espírito Santo - 19 de junho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Em minha opinião, uma visão distorcida da Pessoa e Obra do Espírito Santo tem influenciado para que a Igreja Cristã não desfrute, em plenitude, da presença gloriosa do Parácleto Divino.
Com a forte ênfase dada à manifestação do Espírito Santo através dos dons, muitos acreditam que o trabalho que a Terceira Pessoa da Trindade exerce é o de promover a igreja através de seu poder espetacular, proporcionando que coisas tidas como “sobrenaturais” estejam presentes no dia a dia da comunidade dos salvos. Mas, reduzir a obra do Espírito a apenas este aspecto de suas capacitações é um erro que precisamos evitar.
Uma das marcas da presença do Espírito Santo na vida do povo de Deus é que Ele nos esclarece sobre a nossa condição humana decaída. Foi desta forma que Jesus se expressou sobre a vinda do Espírito Santo: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).
Uma Igreja que se renova e se enche do Espírito Santo evidencia esta presença e agir de muitas maneiras, mas uma destas maneiras de manifestá-lo está neste processo de contínua busca da santidade, da retidão e do temor do Senhor. Infelizmente, hoje em dia, as pessoas que dizem estar dirigidas pelo Espírito Santo, sequer se preocupam com o seu linguajar, vestimentas, hábitos e outras posturas pecaminosas.
O Espírito Santo, trabalha principalmente para lapidar a Igreja, a noiva de Cristo, tornando-a cada vez mais limpa das marcas e presença do pecado. O apóstolo Paulo assim se expressou: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2. Coríntios 3.18).
Como podemos perceber, o Espírito Santo não deve ser crido e desejado apenas como aquele que nos reveste de poderes espetaculares. Devemos esperar que Ele nos corrija e nos conduza pelos caminhos da santidade. Sua presença na Igreja é primordial para isso, pois não podemos nos esquecer de que ainda somos pecadores.
Nós, em nossos melhores momentos com Deus, podemos ser tentados e cair. O Espírito é a companhia mais importante para nos alertar e, mesmo quando cairmos, nos levantar e nos fazer andar novamente na direção de Deus.

sábado, 11 de junho de 2011

O Batismo Com Espírito Santo Para o Presbiteriano - 05 de junho de 2011


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Por muitos anos ouvi de irmãos pentecostais: você já foi batizado com o Espírito Santo? Na verdade, o que queriam perguntar era: você fala em línguas? Quando um diálogo deste ocorre entre presbiterianos e pentecostais o resultado já sabemos: divergência.
Para o presbiteriano, o “batismo com o Espírito Santo” não tem nada a ver com o falar em línguas. Para a fé reformada ortodoxa, o batismo com o Espírito Santo é o ato da regeneração, ou seja, o momento em que o Espírito Santo passa a fazer morada na vida do crente, quando ele tem o seu “novo nascimento”.
Já para o pentecostal, o “batismo com o Espírito Santo” é semelhante a uma segunda manifestação do Espírito na vida da pessoa crente, na qual, por meio do falar em línguas, a pessoa dá provas evidentes de um amadurecimento na fé.
Na verdade, quando começamos a falar deste assunto, a confusão fica muito grande. Na minha opinião, a falha não é da Bíblia ou da interpretação que se dá aos textos, mas decorre de que este assunto tem sido tratado à luz da experiência pessoal dos indivíduos e não à luz das Sagradas Escrituras.
Quando você lê um texto como o de 1 Coríntios 12, terá luzes sobre a questão. O verso 13 define que “todos os membros do corpo de Cristo são batizados em um só Espírito”.  E no verso 30, percebemos que a pergunta do apóstolo encerra um ensino: nem todos têm todos os dons, portanto, nem todos falam em línguas. Por isso, falar em línguas  também não poderia ser um sinal de maturidade a ser exigido de todos os crentes.
Evidentemente, discordamos dos  crentes pentecostais em muitas coisas com relação ao “batismo com o Espírito Santo” e o “falar em línguas”, mas caminhando noutra direção, permitam-me fazer duas perguntas: para nós presbiterianos o que o Espírito Santo faz de importante quando nos batiza? Que sinal visível pode ser evidência dessa graça invisível?
Uma nova vida é o resultado do batismo com o Espírito Santo e a grande evidência externa disto é a nossa unidade. O texto citado nos ensina que a principal obra do Espírito é a “unidade do Corpo de Cristo”. O melhor sinal de nosso batismo com o Espírito é a nossa disposição para sermos um só corpo em Cristo Jesus. Esse é o maior desafio da Igreja de Cristo há séculos e essa é a grande obra do Espírito Santo em nós.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

As pontes vivas de Cherrapunji e a Construção de Igrejas Duradouras

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Assisti certo documentário sobre as "Pontes Vivas de Cherrapunji" e fiquei impressionado com a determinação dos indianos daquelas regiões, os construtores das tais pontes. Na verdade, trata-se de um sintonia entre humanos e natureza no objetivo de vencer os obstáculos das correntezas sinuosas e pedregosas dos rios da região. 
Às margens dos rios caudalosos e mesmo dos riachos daquela região, nascem árvores, parecidas com aquelas dos mangues brasileiros, cujas raízes parecem-se muito com cipós. Os habitantes da região, há centenas de anos, descobriram que podiam usar o crescimento dessas raízes a seu favor. 
Então, o que eles fazem, dia após dia, mês após mês, ano após ano, eles vão às margens e vão amarrando as pequenas raízes, procurando dar-lhes a direção que querem, visando entrelaça-las, formando um forte cordão de raízes entrelaçadas. O que desejam fazer é criar uma estrutura que ultrapasse por cima do rio. 
Imagine que o resultado é o que podemos ver na foto acima, uma estrutura viva que serve de ponte natural-viva para a passagem de um lado a outro do rio. O que me espanta nessa história é que uma ponte destas, não é um trabalho de alguns dias, meses ou anos, mas um empreendimento de vidas inteiras. 
Na verdade, quando um morador local começa uma ponte destas, sua família continua a sua obra, que termina em três ou quatro gerações depois. Ou seja, trezentos ou quatrocentos anos em um projeto de vida, cujo o objetivo é abençoar os que virão depois. 
Essa história me impressionou muitíssimo por conta da dedicação destes construtores, seu respeito à natureza, mas principalmente, sua determinação em favor das futuras gerações e isso me levou a refletir sobre a "construção de igrejas duradouras". 
Aquela trança de raízes, realizada ao longo de décadas ou centenas de anos, são como as nossas construções mais importantes, nossos valores e ideais, os quais preservamos e construímos e oferecemos como legado para os que vêem depois de nós. 

Vivermos em uma sociedade extremamente consumista, que, de certa forma, incentiva um espírito depredador. Este comportamento é marcado pelo hábito de usufruir sem se envolver, sem participar, senão dos privilégios e benefícios oferecidos, para depois largar e partir para outra fonte. Assim, os vêem depois recebem apenas carcaças e construções sem vida. 
Imagine se em Cherrapunji, um geração resolver que não irá mais trançar raízes! O trabalho de seus antepassados será totalmente perdido e os seus herdeiros serão mais pobres e terão mais dificuldades e, em muitos casos, sequer poderiam recomeçar. 
Nossa responsabilidade é muito grande e é dupla: primeiro, devemos valorizar o trabalho de todos os que nos antecederam nessa jornada e, em segundo lugar, precisamos deixar pontes fortes para que as próximas gerações usufruam e sejam enriquecidas por nossos trabalhos. 
Construir "Igrejas Duradouras" não é uma tarefa simples, que se faz em um, dois ou três meses e anos, mas é trabalho de vidas inteiras. Vidas que se deixam trançar umas às outras, corajosamente vencendo obstáculos e permitindo com que os que vierem depois busquem outros desafios ainda maiores.
Não tenho dúvidas de que as pontes vivas de Cherrapunji resistirão ao tempo e todas as maiores enchentes. Também não tenho dúvidas que Igrejas construídas com este nível de preocupação e desvelo haverão de permanecer. Sobretudo, permanecem se suas trançadas tiverem uma única raiz original: o fundamento dos apóstolos e profetas, a Sagrada Palavra de Deus, que é encarnada no Verbo Divino, Cristo Jesus.