Somos colocados diante da verdade todos os dias, mas nem sempre é a verdade que guia a nossa vida. A realidade que nos cerca é a verdade que nos desafia. As circunstância factuais, desde as mais simples como o clima em uma manhã de inverno, quanto as mais complexas, como a presença de Deus neste mundo, tudo tem uma finalidade e o nosso desafio diante de tudo é fazer escolhas, delimitar ações, produzir sentimentos, raciocínios e ações que honrem e glorifiquem a Deus.
Neste ponto é que a incredulidade pode ser um problema para
o curso de nossa vida. Afinal, temos uma inclinação natural para não perceber a
verdade dos fatos ao nosso redor e desviar nosso coração do ponto central para o qual
todas as coisas são postas diante de nós, a saber, mediar a presença gloriosa de
Deus e tornar os nossos momentos em oportunidades de encontro transcendente com
o Criador: “(...)
quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua
majestade” (Sl 8.1).
Toda a realidade está impregnada da presença de Deus, quer
na beleza da ordem criacional, nas intenções de amor da parte de Deus
perceptíveis pela sucessão da história, ou simplesmente nos fatos da vida, que sempre redundam em
possibilidades de encontrar a vida. Tudo é parte de um plano, cujo objetivo é
que nossa mente se recorde, perceba e busque a Deus. No entanto, somos capazes
de nos amedrontar com a força do vento e esquecer de confiar em Deus a nossa segurança.
Simplesmente, falhamos em cumprir o propósito de fé para o qual um simples
vento é soprado contra nossa segurança e trocamos esse crer por um sentimento de
desconfiança e desconforto.
A incredulidade não é só uma desconfiança, fundada na
ignorância do poder de Deus, mas um ato de distanciamento, que nos leva a viver
as circunstâncias como se Deus não estivesse ativo em todas as horas e
dimensões da nossa
vida. Assim, ainda que por um pequeno instante, podemos pensar achar que o Pai
não nos salvará, e isso é suficiente para perdermos a beleza da fé: “Deus é o meu escudo; ele
salva os retos de coração” (Sl 7.10).
A incredulidade nos impede vivenciar Deus em nosso existir,
ela nos faz pensar que é possível uma realidade sem Deus, mesmo diante do fato de
que a glória e o conhecimento do Senhor enchem a terra: “(...) santo, santo, santo é
o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3). Um coração incrédulo é um
inimigo da nossa felicidade, pois nos afasta da alegria de encontrar Deus. Mas
este coração incrédulo pode ser curado! Deus trabalha para que o nosso coração
creia: “A
glória do Senhor se manifestará e toda a carne a verá” (Is 40.5).