sábado, 31 de julho de 2021

Segundo o Coração de Deus

A expressão bíblica “Segundo o Coração de Deus” é aplicada ao Rei Davi, pelo Apóstolo Paulo, em um discurso na cidade de Antioquia da Psídia (Atos 13.22). Naquela ocasião, Paulo lhes anunciou o Evangelho e mostrou como Deus cumpre a sua vontade na história, usando para isto a instrumentalidade dos homens, até mesmo os ímpios e suas infames paixões contra Deus. Dentro desta maravilhosa obra de Deus realizada entre os homens, Davi é apresentado como um ser humano como os demais, cuja vida serve a propósitos maiores e mais elevados, pois todos nós somos instrumentos de Deus para conduzir a história na direção do propósito maior de trazer glória ao seu NOME: “Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua geração, conforme o desígnio de Deus adormeceu, foi para junto dos seus pais e viu corrupção” (At 13.36). “Segundo o Coração de Deus” não é uma expressão aplicada à Davi pela sua obediência absoluta, mas em contraste com o modo como Saul, que havia conduzido o seu reinado para longe do propósito divino de estabelecer uma nação que vivia para Deus e segundo a sua Palavra (At 13.21). Em outras palavras, podemos dizer que Davi, apesar de ser um homem pecador e, muitas vezes ter feito coisas que contrariavam a vontade de Deus, ele sabia se submeter à vontade de Deus e se entregar ao Criador para que este, mudasse sua trajetória em um sentimento de absoluta vontade de ser usado por Deus para atingir o propósito de Deus e não a sua própria ideia de vida: “Ensina-me a fazer a tua vontade; pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano” (Sl 143.10). A disposição pessoal do “homem segundo o coração de Deus” é de ser usado para que o Criador cumpra os seus propósitos através da sua vida. Davi, como qualquer um de nós, era pecador e, muitas vezes falhou em suas ações e pensamentos, mas estava pronto para reconhecer em sua experiência tudo que caminhava na direção errada e deixar Deus mudar seu caminho: “Vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.24). Todos podemos ser “filhos segundo o coração de Deus”, na medida em que estejamos dispostos a viver na direção dos planos de Deus. Precisamos conhecer a vontade de Deus e nos submeter à sua Palavra para que ela se cumpra, através da instrumentalidade da nossa vida.

sábado, 17 de julho de 2021

Quando Faltam Homens Piedosos

Popularmente se diz que o “piedoso” é alguém que se compadece do outro, a ponto de ter a atitude de socorrê-lo em suas dificuldades. Nas Sagradas Escritutas, o conceito de “piedade” é aplicado àquele que busca a proximidade com Deus. Portanto, naturalmente, este homem que vive próximo à Deus está pronto para amar o seu próximo. O piedoso tem na alma uma sede contínua de viver para Deus, ele quer a proximidade e a intimidade de Deus. Quando alguém com essas aspirações vive entre nós, ele exala o bom perfume de Cristo e suas ações são transformadoras, por isso, Deus se agrada tanto daqueles que vivem piedosamente. As Sagradas Escrituras nos ensinam esse grande privilégio, mas também nos falam do quanto é ruim, quando não existe piedade entre os homens. O apóstolo Paulo fala desta inimizade do sistema pecaminoso do mundo contra a piedade: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12). Assim é que o mundo luta contra Deus, lutando contra todos os que desejam viver próximos do Criador. Mas, quando os piedosos desaparecem, todos perdem, até mesmo os “ímpios”. O profeta Miquéias vivem dias de profunda corrupção. Em seus dias, não havia pessoas retas, os juízes aceitavam suborno e deturpavam a justiça; os ricos exploravam os pobres; os amigos traíam; havia assassinatos etc. Ele declara que este modo de vida tão deturpado era provocado pelo “desaparecimento do piedoso”: “Pereceu da terra o piedoso, e não há entre os homens um que seja reto” (Mq 7.2). A falta de homens piedosos provoca todo tipo de distúrbio social, como se pode notar neste texto de Miquéias. Mas o profeta vai ainda mais longe, ele diz que a falta de homens piedosos, causa “desesperança”: “Ai de mim! Porque estou como quando são colhidas as frutas no verão, como os rabiscos da vindima; não há cachos de uvas para chupar, nem figos temporãos que a minha alma deseja” (Mq 7.1). Quando os piedosos desaparecem, desaparece qualquer esperança de dias melhores, porque o bem não virá. Precisamos de que sempre existam aqueles que não perdem de vista o seu Deus e sempre confiem nEle estejam lá para fazer o bem, para a glória dEle.