Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
Desde os mais remotos tempos bíblicos, o povo de Deus é chamado a viver neste mundo para a glória do seu Criador. A Escritura, como fonte e autoridade para conduzir o povo de Deus neste intento, ensina que fomos criados para glorificar a Deus e o amarmos acima de tudo.
A mesma Escritura indica que a maneira mais clara de demonstrarmos esse amor é vivermos para o benefício e crescimento do nosso próximo.
Na igreja primitiva, esse conceito foi levado muito a sério. Por isso, os apóstolos mantinham a igreja conduzida por uma doutrina sadia e o temor que havia em cada alma, resultava em uma intensa comunhão e amor uns para com os outros.
A Reforma Protestante nasceu em um momento em que essas premissas pareciam ter diminuído no ideário cristão.
Quando Martinho Lutero, Zwínglio, Calvino, Knox, Farel, Melancton e outros se levantaram contra a distância do cristianismo em relação à Bíblia, estavam propondo uma retomada de uma Igreja capaz de viver e conduzir as pessoas ao desprendimento e existirem nesta terra para Cristo e sua glória.
Muitas vezes, eles foram incompreendidos, outras, considerados hereges, gananciosos e julgados por muitos como interesseiros. Por isso, foram perseguidos, privados de direitos e reputados como inimigos da fé.
Não obstante serem tantas vezes maltratados, seguiram sua jornada, até onde puderam, levando a Igreja de Cristo a um novo paradigma baseado na Escritura somente. Este ideal exigiu o pagamento de um elevado preço, mas suas consciências permaneceram tranquilas diante de Deus.
A grande herança que recebemos da Reforma Protestante não é a sua liturgia, os escritos e sermões dos seus grandes pregadores, nem sequer a sua rica história de lutas. Ainda que todos esses legados sejam significativos, o mais importante tesouro deixado por esses homens foi nos ter conectado aos ideais antigos de enxergar a necessidade de vivermos segundo o padrão das Escrituras.
Cada vez que a Igreja perde de vista a Escritura e começa a viver segundo seus próprios paradigmas, faz-se necessária uma “reforma”. Assim também a vida particular de cada crente deve ser conduzida pela Escritura. Porque a vida do crente também deve ser medida pela mesma norma: a Escritura é que deve ser a lâmpada que guia os nossos passos.