O Arrependimento é um dos mais significativos sinais da obra do Espírito Santo no coração de uma pessoa. Entretanto, precisamos considerar o que realmente é um verdadeiro arrependimento.
Arrepender-se, como os textos bíblicos indicam, é sofrer uma profunda alteração no modo de pensar e agir (Os 14.1-2). Esta alteração acontece em virtude de uma convicção acentuada do pecado e de como isto interfere na nossa relação com Deus (Is 59.2).
O Espírito Santo produz esta nova mentalidade e nos conduz a um sentimento de tristeza acentuada, provocada pela consciência do pecado e da necessidade de mudança. Paulo nos ensinou que essa tristeza é operada segundo Deus, isto é, pela ação sobrenatural da divindade.
Entretanto, o próprio apóstolo alerta para um tipo de tristeza que não é segundo Deus, a qual não pode produzir o verdadeiro arrependimento: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (2Co 7.11).
Esta tristeza segundo o mundo não nasce de uma obra do Espírito, despertando a consciência do pecado. Ela apenas gera uma profunda decepção, uma auto frustração que nos leva a um pesar pelo fracasso pessoal e não pela ofensa que cometemos contra Deus.
Ou seja, a tristeza segundo o mundo não produz o verdadeiro arrependimento que consiste em sentir o amargo de ofender a Deus. Ela é apenas um desconforto egocentrado, uma tristeza pessoal por não atingirmos algum padrão. Trata-se de uma auto censura, mas não de uma mudança de rumo na vida. Geralmente chamamos esta tristeza de remorso.
O Novo Testamento usa a palavra “metanóia” para definir o arrependimento. “Metanóia” ou “mudança de mente” é uma reestruturação do modo de ver o mundo e exige atitudes coerentes. João Batista, quando recebia os homens no deserto e os batizava, indicava-lhes o caminho de uma atitude transformada: “Produzi, pois, frutos dignos do arrependimento” (Lc 3.8).
Eis o ponto importante do arrependimento na sua vida. Não basta estar triste consigo mesmo por um erro, mas é necessário que sejamos conduzidos a uma reconstrução da nossa mente para caminhos novos. Um novo modo de encarar as coisas, uma forma santa, que honre a Deus. Que este nosso grande desafio, provar a nossa fé e arrependimento com atitudes.
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