domingo, 27 de dezembro de 2020

Um Novo Ano e Um Novo Modo de Planejar!

Uma das coisas mais importantes que aprendemos no ano de 2020 foi a "precariedade de nossos projetos". Sem dúvida alguma, a maior parte absoluta das pessoas que planejaram coisas para 2020 foram surpreendidas com a imposição de adiamentos, mudanças e frustrações de planos. Percebemos que aquela nossa independência para vivermos segundo nossas perspectivas era, como sempre foi, uma ilusão. 

A Palavra de Deus sempre nos orientou a manter os pés nos chão e a fazer planos sempre com a limitação de nossa própria temporalidade: "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios é do Senhor" (Pv 16.1). Sem dúvida alguma, esse é o mesmo sentido que Tiago dá ao seu conselho: "Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo" (Tg 4.15). 

Mas, em 2021, como devo agir? Seria melhor não estabelecer nenhuma meta nova? Seria melhor não fazer planos? Claro que não é esse tipo de mudança que devemos empreender em nossa vida. Afinal, o texto bíblico não está nos censurando por fazer planos, mas por fazê-los sem a percepção da precariedade de nossas própria condição. Ao contrário, a Bíblia, portanto, está nos estimulando a fazer planos, cada vez mais, focados e baseados em aspectos apresentados e aprendidos na lei de Deus. Tiago está propondo que deveríamos submeter nossas estradas futuras à vontade de Deus. 

Deve fazer parte do seu modo de planejar o futuro, o impulso de trazer a sua pretensa realidade existencial para dentro da esfera daquilo que você tem aprendido e refletido ser a vontade de Deus. Seu novo projeto pessoal quanto à profissão, sentimentos, futuro dos filhos, questões de patrimônio, viagem, lazer aquisições, questões educacionais etc; como cada uma destas circunstâncias e planos se encaixam dentro do modo que você pensa ser aquele que Deus quer ver a sua vida sendo utilizada? De que forma o que você planeja, se encaixa naquilo que você perceber ser um plano de Deus para você? 

Lembre-se que o amadurecimento da sua fé depende desta nova perspectiva de construção do futuro e vice-versa, ou seja, quanto mais você amadurece, mas planeja coisas que fazem um perfeito casamento com aquilo que agrada a Deus. Portanto, agora que estamos nos aproximando do momento temático do final do ano e o início de uma nova etapa de vida, cabe por em prática o que aprendemos com as restrições e frustrações ocorridas e 2020. Cabe bem aos planos de 2021, reconhecer a precariedade de nossas possibilidades, mas a grande capacidade de Deus de nos fazer crescer, mesmo quando tudo parece ser muito difícil. 

A nossa Família Presbiteriana do Tatuapé deseja a todos um final de ano muito abençoado e um ano novo repleto de boas realizações, todas elas mais claramente decididas com o propósito de agradar a Deus, mais e mais. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O Pastor e o Dia do Pastor



O chamado "Dia do Pastor", comemorado por várias denominações evangélicas brasileiras, é um importante momento pelos bons efeitos que provoca. Neste dia, somos tomados pela necessidade de se considerar mais profundamente o que tem sido essa relação pastoral em nossos rebanhos e as implicações disto para a vida das pessoas e dos pastores. 

A relação pastoral deve ser vista sob uma ótica muito mais profunda que apenas o exercício de um conjunto de saberes e não pode ser reduzido ao tecnicismo das profissões, como no pensamento da modernidade. Também não pode ser reduzida às relações de "poder", no sentido da influencia que constrói na relação pessoal entre o pastor e a ovelha, como define a sociologia moderna. Doutra sorte, não trataremos com profundidade a questão se tivermos em mente apenas os domínios da pragmática humana de exercício de autoridade. Precisamos nos lembrar que a relação pastoral é fundamentalmente um desdobramento do chamado bíblico ao "amor". 

Quando Jesus Cristo chamou Pedro e o enviou a pastorear as suas ovelhas a pergunta que fundamentou tal envio foi: "Simão, filho de João, você me ama? (João 21.15-17). E este sempre será o ponto, isto é, o amor ao Senhor deve mover o homem que pastoreia. 

O "Bom Pastor", Jesus, conhece as suas ovelhas e dá a vida por elas, isto é amor! Ele as chama pelo seu nome, trata as suas feridas, esta conectado com os seus anseios e está pronto da se oferecer como preço para a sua segurança. Ele sacrifica sua vontade, para que a vontade do Pai seja o alimento das suas ovelhas. Ele é o maior exemplo e inspiração para todos que quiserem imitá-lo, cuidando do seu rebanho.

A construção dessa relação de amor não será adequadamente realizada sem o estabelecimento de um contato vital e pessoal. Rebanhos maduros exigirão uma relação pastoral amadurecida, que se fortaleça na medida em que o tempo passa. Cometem um grande equívoco pastores que olham o rebanho como uma ferramenta por meio da qual conseguem fazer o que sabem. Por outro lado, erram os rebanhos que fazem do pastor uma ferramenta para o suprimento de algumas de suas necessidades sentidas de saber, conhecimento, ou simples conforto psicológico. 

O amor que movimenta a relação pastoral é sobretudo um entrelaçamento de histórias, que se fundem, em que uma, passa a ser parte da outra, como em um casamento. Memórias precisam ser construídas em bases afetivas e efetivas do dia a dia. Por isso, é importante que o pastor seja sempre bem vindo e nossa casa e sempre deseje estar com os irmãos. 

Igrejas sensíveis se conectam aos seus pastores e suas famílias de maneira pessoal e verdadeira. Não se conectam por relação de interesses, mas por amor, amizade, prazer e o desejo de se completarem. 

O tempo e a sinceridade sempre serão os combustíveis dessa fogueira! Ao contrário da lenha que se consome nas chamas do fogo, a relação pastoral se intensifica e cresce no transcorrer do tempo, quando o alvo do pastor e do rebanho é que suas vidas demonstrem o "amor que todos temos a Cristo". 

Finalizando: Tu me amas? Pastoreie... 





 

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Mais Uma Ferida


Cena do Filme "A Paixão de Cristo" - Mel Gibson
Por volta da hora nona (três da tarde para nós), Jesus gritou: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Assim, ele morreu. 
Um centurião romano vendo o que havia acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo. A multidão se retirou com lamentos e as pessoas foram para as suas casas. Seus discípulos, e mulheres que o seguiam, permaneceram de longe, vendo tudo aquilo. Antes das seis da tarde, preocupados com o shabat, líderes religiosos, pediram que se retirasse os corpos das cruzes e assim fizeram com os ladrões, apressando a sua morte, quebrando suas pernas, mas a Cristo, visto já estar morto, nada fizeram, se não uma “ferida, que lhe abriu o lado”. Com uma lança, o soldado lhe fere e da ferida saiu sangue e água. 
Realmente ele estava morto! A ferida acusa essa morte, como uma autópia improvisada. A certeza da morte é uma prova importante, pois sem a morte de Cristo não há vitória. Aquela ferida, a água e o sangue, são as provas de que de fato Ele cumpriu a sua missão e morreu por nós.
Mas essa não foi a ferida mais importante daquele momento, outra ferida estava sendo causada a Cristo Jesus naquela hora. Uma ferida invisível aos olhos humanos, mas poderosa no seu significado para todos nós e para todo o universo. Essa importante ferida fora profetizada em Gênesis 3.15: “Este (Jesus) te ferirá a cabeça e tu (serpente) lhe ferirás o calcanhar”.
Sim, neste momento, o calcanhar de Cristo está sendo ferido, machucado, como uma resposta de revolta de Satanás por causa de sua mortal ferida na cabeça. Jesus tem o seu calcanhar machucado, ao pisar definitivamente na cabeça da antiga serpente, o Diabo, que machucou a existência humana com sua astúcia e abriu uma ferida em nosso coração: o pecado. Mas, ali naquela cruz, aquela ferida do final de todo o espetáculo horrível da morte de Jesus anuncia a nossa vitória e a nossa nova vida. 
Ele foi morto e várias feridas foram feitas na sua carne: na cabeça, os espinhos; no dorso, as chicotadas; nas mãos e nos pés, os cravos; no lado, a lança e na alma, a morte. Mas, por todas essas feridas de humilhação e desprezo nós todos fomos sarados. Mas foi aquela ferida do calcanhar que de fato nos liberta do poder do pecado, do seu domínio e da morte que o acompanha como uma lei. 
Agora é hora de silenciar o coração. A cruz está vazia, a tumba preenchida com a sua presença, mas por muito pouco tempo. O silêncio e o vazio, deixados pelas feridas de Cristo, darão lugar a uma multidão das hostes celestiais proclamando a sua vitória. Vamos nos retirar junto com a multidão. Separados por dois mil anos de história, mas unidos pelo sangue derramado por todas essas feridas, vamos também reconhecer que Ele era justo e o justo morreu pelos pecadores. Vamos lamentar, que foi o nosso pecado que o feriu. Mas vamos também louvar a Deus porque, enquanto ele é ferido mortalmente, nós somos revividos para Deus. 
O final da Sexta Feira da paixão é o momento mais solene para quem está arrependido e pronto para ver uma nova vida nascendo. Por isso, eu te convido a orar e a buscar em Cristo essa nova vida e esse novo dia! 

Oração: Eu reconheço as feridas que fiz em Cristo e reconheço que as suas feridas são a minha cura. Sei que te entristeci com muitos pecados, mas sei que me amaste em Cristo e me curaste por este amor infinito e gracioso. Hoje, decido fechar os meus lábios e no silêncio da minha alma gritar: obrigado Senhor Jesus! 



sábado, 8 de fevereiro de 2020

Importa Obedecer a Deus


Pessoas vindas de outras cidades vinham à Jerusalém para conhecer a Pedro. Todos diziam que o simples passar de sua sombra sobre os era suficiente para a cura. Não somente doenças do corpo, mas enfermos do espírito eram libertos também (At 5.12-16). Não demorou e as lideranças do Templo começaram a se incomodar e se ajuntaram com saduceus e tramaram contra ele e os demais apóstolos: “... Tomaram-se de inveja e prenderam os apóstolos e os recolheram à prisão pública” (At 5.17-18).  
Durante à noite, estando os apóstolos presos, um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e os libertou (At 5.19). Você talvez imaginaria que era hora de fugirem, se esconderem ou de ficarem calados até os problemas passarem. Mas não foi isso que se passou na cabeça de Pedro e dos demais apóstolo, ao contrário, eles foram ao Templo para falar das coisas maravilhosas que Deus lhes havia feito (At 5.20-21).
Irritados, os líderes do Templo mandaram guardas novamente atrás deles. Trouxeram-nos diante das lideranças e o Sumo Sacerdote acusou-lhes: “Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse home [Jesus) (At 5.28). Sem dúvida, tudo ficou tenso. A situação era difícil, mas uma resposta era necessária. Pedro, em nome dos apóstolos, toma a palavra e gloriosamente afirma: “Antes importa obedecer a Deus que aos homens” (At 5.29).
Diante deles estava a possibilidade da morte, do martírio, da prisão etc. Mas diante deles também estava a oportunidade do verdadeiro propósito da existência: morrer por amor a Cristo! O que estava em jogo não eram apenas alguns anos a mais de vida na terra, conforto, ou algum tipo de privilégio deste mundo. O que realmente estava em jogo eram os valores que nos conduzem à vida eterna.
Muitos vezes somos testados em nossa fidelidade a Deus. Muitas vezes, o mundo nos provoca, para nos ver fracassar. O pior é que muitas vezes, falhamos e fracassamos, deixando com que nosso amor a Deus, nossa fidelidade ao Reino, se vá embora como água por entre os nossos dedos.
Importa obedecer a Deus - este é o motivo que levou homens como Pedro a viver por fé. Nada era garantido, mas ele decidiu seguir na única coisa realmente importante: viver e agradar a Deus.  Nunca se esqueça que você também deverá fazer escolhas e algum dia terá dizer: Antes a Deus que aos homens! Esteja preparado! Neste dia, não abandone a sua fé!