segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O Pastor e o Dia do Pastor



O chamado "Dia do Pastor", comemorado por várias denominações evangélicas brasileiras, é um importante momento pelos bons efeitos que provoca. Neste dia, somos tomados pela necessidade de se considerar mais profundamente o que tem sido essa relação pastoral em nossos rebanhos e as implicações disto para a vida das pessoas e dos pastores. 

A relação pastoral deve ser vista sob uma ótica muito mais profunda que apenas o exercício de um conjunto de saberes e não pode ser reduzido ao tecnicismo das profissões, como no pensamento da modernidade. Também não pode ser reduzida às relações de "poder", no sentido da influencia que constrói na relação pessoal entre o pastor e a ovelha, como define a sociologia moderna. Doutra sorte, não trataremos com profundidade a questão se tivermos em mente apenas os domínios da pragmática humana de exercício de autoridade. Precisamos nos lembrar que a relação pastoral é fundamentalmente um desdobramento do chamado bíblico ao "amor". 

Quando Jesus Cristo chamou Pedro e o enviou a pastorear as suas ovelhas a pergunta que fundamentou tal envio foi: "Simão, filho de João, você me ama? (João 21.15-17). E este sempre será o ponto, isto é, o amor ao Senhor deve mover o homem que pastoreia. 

O "Bom Pastor", Jesus, conhece as suas ovelhas e dá a vida por elas, isto é amor! Ele as chama pelo seu nome, trata as suas feridas, esta conectado com os seus anseios e está pronto da se oferecer como preço para a sua segurança. Ele sacrifica sua vontade, para que a vontade do Pai seja o alimento das suas ovelhas. Ele é o maior exemplo e inspiração para todos que quiserem imitá-lo, cuidando do seu rebanho.

A construção dessa relação de amor não será adequadamente realizada sem o estabelecimento de um contato vital e pessoal. Rebanhos maduros exigirão uma relação pastoral amadurecida, que se fortaleça na medida em que o tempo passa. Cometem um grande equívoco pastores que olham o rebanho como uma ferramenta por meio da qual conseguem fazer o que sabem. Por outro lado, erram os rebanhos que fazem do pastor uma ferramenta para o suprimento de algumas de suas necessidades sentidas de saber, conhecimento, ou simples conforto psicológico. 

O amor que movimenta a relação pastoral é sobretudo um entrelaçamento de histórias, que se fundem, em que uma, passa a ser parte da outra, como em um casamento. Memórias precisam ser construídas em bases afetivas e efetivas do dia a dia. Por isso, é importante que o pastor seja sempre bem vindo e nossa casa e sempre deseje estar com os irmãos. 

Igrejas sensíveis se conectam aos seus pastores e suas famílias de maneira pessoal e verdadeira. Não se conectam por relação de interesses, mas por amor, amizade, prazer e o desejo de se completarem. 

O tempo e a sinceridade sempre serão os combustíveis dessa fogueira! Ao contrário da lenha que se consome nas chamas do fogo, a relação pastoral se intensifica e cresce no transcorrer do tempo, quando o alvo do pastor e do rebanho é que suas vidas demonstrem o "amor que todos temos a Cristo". 

Finalizando: Tu me amas? Pastoreie... 





 

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