domingo, 26 de janeiro de 2025

Uma Igreja Discipuladora - Parte 3

Ame o seu próximo como vc ama a si mesmo (Lc 10.33) – ao mencionar um exemplo prático como a doutrina pode ser vivida, quero partir de um fato que envolve a todos nós, mas em especial, os irmãos e suas famílias em condição imigrante na América.

Novo Governo Trump e a Oportunidade Para Discipular

Até onde venho acompanhando, sei que há imigrantes brasileiros e de outras nacionalidades em condições diferentes vivendo na América. Em geral, em nossas igrejas, o que temos são pessoas trabalhadoras, que buscam, no famoso “sonho americano”, condições de vida digna para si e suas famílias. Também, devemos lembrar que os Estados Unidos da América, ganham muito com a força de trabalho destes homens e mulheres trabalhadores e honestos que pagam suas taxas e contribuem para o crescimento e o bem dessa sociedade.

Mudanças provocadas pelo início do segundo mandato de Donald Trump, à frente da Casa Branca, provocaram oportunidades, dadas por Deus, para vivermos de um modo que Deus seja glorificado. Eu, particularmente, acredito que esse é o nosso dever! Penso que este tempo pode mudar nossa fé.

Irmãos mais experientes, que moram com vocês na América, com os quais conversei nestes dias, me tranquilizam dizendo que tudo é muito novo, precisam esperar o governo chegar e se acomodar. Mas como uma tempestade, tal como essa, pode modelar a nossa fé?

Considerando que existem diferentes condições em que irmãos vivem na América, os que estão mais tranquilos e seguros devem servir os demais abrindo-lhes seu coração em amor, oferecendo a ajuda que precisam para que suas vidas sigam a paz.

Essa tempestade, pode nos fazer mais solidários em amor ao próximo: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3.16).

Perceber o sofrimento do irmão e socorrê-lo em suas fraquezas é mais que um ato de generosidade. Na verdade, isso faz discípulos! Pois essa é uma maneira vivencial de praticar a doutrina e imitar Cristo, que deixou tudo para nos socorrer.

Como podemos perceber e aplicar a partir deste exemplo, as oportunidades de vivenciar aquilo que aprendemos no ensino discipular doutrinal segundo a Palavra, sempre será um desafio de tornar real, prático e concretos os valores da nossa fé.

Todas as circunstâncias, e o novo governo Trump e suas decisões não são diferentes, sempre nos oferecerão a oportunidade de vivermos de forma discipular no cuidado do outro e no seu acolhimento.

sábado, 18 de janeiro de 2025

Uma Igreja Discipuladora - Parte 2

Ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês" (Mateus 28.20) O texto da grande comissão deixa claro que a nossa relação interpessoal discipular tem uma natureza pedagógica. Portanto, servimos, uns aos outros como instrumentos do ensino da Palavra.

Primeiramente, pensemos sobre o que é o ensino que a Bíblia apresenta no contexto desta passagem. E o primeiro ponto é fazer uma distinção, entre o ensino doutrinal e o ensino vivencial. Eles caminham juntos e um não se sobrepõe ao outro, mas se complementam.

O ensino doutrinal é aquele que me leva ao conhecimento da doutrina e do plano de Deus para a humanidade. O ensino vivencial é aquele que me ajuda a aplicar o primeiro, de forma prática, materializando o que o meu coração aprende na doutrina.

Por exemplo, pensemos na lição que Jesus nos deu ao resumir a lei em dois mandamentos: Jesus respondeu: "Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento." E: "Ame o seu próximo como você ama a si mesmo." (Lc 10.33) - Jesus tem uma intenção doutrinal, ao estabelecer claramente como o decálogo deve ser compreendido. Mas, logo a seguir, ele conta a famosa parábola do Samaritano, que aplica de modo prático esse conhecimento doutrinal.

A Igreja é um corpo de discípulos em constante transformação e crescimento. Esses fenômenos da vida cristã acontecem por meio de um processo pedagógico, estabelecido em dois polos: a doutrina e a vida.

Nossa Igreja deve desenvolver, cada vez mais, o seu gosto e anseio pelo conhecimento da Palavra. A doutrina deve ocupar lugar especial em nossa maneira de viver o Cristianismo, como sei que muito já se tem empreendido neste sentido em Fall River.

Por outro lado, esse conhecimento tem de se materializar em nossas ações de comunhão uns com os outros na família e na Igreja, mas também com os de fora, que ainda não conhecem a Cristo. Portanto o convívio também deve ser um componente importante da nossa condição de Igreja de imigrantes.

Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

(continua no próximo...)

 

 

sábado, 11 de janeiro de 2025

Uma Igreja Discipuladora - Parte 1

 Amados irmãos, Deus tem nos motivado a pensar em uma jornada de fé em Fall River e, cada vez mais, sinto-me convencido da necessidade de vivermos um tempo de aprendizado discipular.

Depois de 24 anos de ministério pastoral, vivenciando muitos desafios e lidando com as dinâmicas de igrejas, concluo que há algumas coisas imprescindíveis para qualquer projeto ministerial e, uma destas coisas é o "desenvolvimento de uma cultura eclesial de crescimento, por meio do discipulado".

Nosso projeto de trabalho pastoral, nestes primeiros cinco anos de ministério na CTK-FR, com a graça e permissão de Deus, será focado no desenvolvimento deste ambiente discipular.

Desejamos iniciar esse movimento discipulador com os oficiais da Igreja, passando por diversas outras lideranças, grupos de famílias, faixas etárias, especialmente, jovens, adoles- centes e crianças, além do discipulado geral para o trabalho e o serviço da igreja na sociedade.

Jesus nos disse: "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações" (Mateus 28.19) - Essa ordem de fazer discípulos implica em uma ação intencional de construir uma relação interpessoal de crescimento e estímulo ao convívio. Entendemos que a Igreja, enquanto segue a sua jornada neste mundo, precisa aprender a se tornar um lugar de convivência, visando o compar-tilhamento de fé e maturidade cristã. Nenhum crente é uma ilha e nenhum é menos importante. Somos como um arquipélago, isto é, somos conhecidos por nomes individuais, mas também por nossa unidade coletiva.

"Batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28.19b) - Jesus também enfatiza que, essa relação interpessoal e intencional de crescimento, deve ter um foco institucional, visando a nossa unidade eclesial e força da nossa comunidade de fé.

Devemos fortalecer a nossa relação como o povo de Cristo, interagindo com o seu senhorio sobre nossa vida, de maneira orgânica e organizacional. Isso está presente na fórmula do batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (continua na próxima semana).

Rev. J. Mauricio P. Nepomuceno