domingo, 16 de fevereiro de 2025

Uma Igreja Discipuladora (Parte 5)

Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus (Romanos 8.8) - um dos temas mais repetidos na Bíblia é a busca de viver para o inteiro agrado do Senhor (Cl 1.10). Mas, o que lemos em Romanos é que o viver na carne é uma barreira para essa busca.

O discipulado bíblico é uma ferramenta de luta contra o predomínio do viver na carne sobre a existência do filho de Deus. Discipulamos pessoas com o alvo de que elas alcancem a graça de agradar a Deus.

Uma Igreja Discipuladora acredita na experiência coletiva de um povo que vive de um modo que alegra o coração do Pai e, por isso, nosso esforço discipular tem este alvo: que cada crente viva a experiência de sentir que sua vida agrada ao Senhor.

"Viver na Carne" - como a afirma Paulo na carta aos Romanos, tem uma intenção que vai além de simplesmente afirmar a existência de um comportamento pecaminoso. Paulo está falando de uma intencionalidade de vida, focada em exitir para este mundo, mais que para Deus. Tem a ver com um propósito existencial que não está focado na direção de viver para Deus.

Quando toda o seu planejamento de vida perde de vista a realidade da presença de Deus como fundamento do amor que vai no seu coração, todas as coisas passam a girar em torno de outros interesses e, por isso, a sua capacidade de viver para agradar a Deus é, no mínimo,  reduzida, mas  pode  ser facilmente destruída.

Os que vivem segundo a carne se inclinam para as coisas da carne (Rm 8.5) - o discipulado cristão é a busca de uma ferramenta de ajuda para redirecionar o coração do discipulando na direção de Deus. Fazendo com que sua visão da vida se foque no propósito de existir para a Presença de Deus. Neste sentido, devemos nos conscientizar que esse é um processo de amadurecimento da nossa relação com a vida e com tudo o que nos cerca, o que implica em reconhecer dificuldades e erros no processo.

Uma vez identificados dificuldade e ou erros, precisamos lidar com as ferramentas de ajustes, como a oração, o arrependimento, a confissão e a consagração. Portanto, aquele que discipula outrem, tem compromisso com uma nova vida e não pode concordar com o erro e ou desvio. Discipular é ajudar o outro a viver na direção de Deus, para o seu inteiro agrado.

Primeiramente, pense em você, sobre o quanto você já acertou o caminho da espiritualidade. Em segundo lugar, pense naqueles que estáo sob os seus cuidados discipulares, eles já sabem o caminho, ou ainda estão vivendo longe da presença de Deus?

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Uma Igreja Discipuladora - Parte 4

A Natureza Pedagógica do Discipulador

“Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho do SENHOR, endireitem as suas veredas” (Lc 2.4b).

João Batista foi o precursor de Jesus Cristo. Ele abriu caminho para o início do ministério glorioso do SENHOR. De certa maneira, por conta deste papel preparador do caminho do Senhor, podemos dizer que João Batista exemplifica o ministério de um discipulador.

O discipulador, antes de qualquer outra intenção, deseja levar pessoas a Cristo Jesus. João Batista exerceu esse papel, seguindo alguns princípios magistrais podemos levantar no texto de Lucas 6.1-6.

A palavra de Deus veio a João, filho de Zacarias, no deserto - a realidade a partir da qual João estava pregando aos homens é de uma terra desértica. Claro que, literalmente ele pregava no deserto da Judeia, mas esse fato tinha um propósito pedagógico divino de fazer os homens, que desejam se aproximar de Deus, perceberem a condição caótica de suas vidas.

Discipular é, entre tantas coisas, também levar o homem a encarar a si mesmo e sua condição de total perdição diante de Deus. Isso significa levar o homem à consciência do deserto de sua alma. As roupas de João, sua comida, seu lugar, tudo isto apontava para o deserto da alma.

Batismo de arrependimento para remissão de pecados - João não anunciou uma graça barata; um tipo de relacionamento com Deus que nada exige. Ao contrário, por conta da consciência do deserto de nossa alma, a reação de tristeza pelo pecado é o passo seguinte do discipulado de João Batista.

Ou seja, no discipulado de João o homem é levado a rejeitar sua vida de pecado. O batismo simbolizava essa nova consciência e um compromisso com o abandono do modo fútil e pecaminoso de vida, para uma aliança de santidade com o Senhor. Arrependimento e perdão, são as palavras que simbolizam esse compromisso, feito no batismo, como fruto de uma nova consciência do discípulo.

Transformação e salvação que vem de Deus - na parte final deste trecho, João mostra que a aproximação do Senhor, anuncia um tempo de renovação, liberdade e transformação. O discipulado é a condução do homem ao convívio com uma nova vida, a salvação que transforma o deserto em um lugar habitável.

O desejo de tornar a sua existência em um lugar cheio de verdadeira vida é o resultado de um processo de discipulado, cuja finalidade é levar o homem a conhecer Jesus, a fonte da vida! Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6).

João cumpre este papel de “pedagogo”, aquele que nos toma pela mão e nos conduz para mais próximo de Cristo, uma vez, que, primeiramente, ele nos leva a perceber que precisamos de Cristo. Uma igreja discipuladora prepara o caminho do Senhor para que os mortos, encontrem vida!