“Voz
do que clama no deserto: Preparem o caminho do SENHOR, endireitem as suas veredas”
(Lc 2.4b).
João Batista foi o precursor de Jesus Cristo. Ele abriu
caminho para o início do ministério glorioso do SENHOR. De certa maneira, por
conta deste papel preparador do caminho do Senhor, podemos dizer que João
Batista exemplifica o ministério de um discipulador.
O discipulador, antes de qualquer outra intenção, deseja
levar pessoas a Cristo Jesus. João Batista exerceu esse papel, seguindo alguns
princípios magistrais podemos levantar no texto de Lucas 6.1-6.
A palavra de Deus veio a João, filho de Zacarias, no
deserto - a realidade a partir da qual João estava pregando aos homens é de
uma terra desértica. Claro que, literalmente ele pregava no deserto da Judeia,
mas esse fato tinha um propósito pedagógico divino de fazer os homens, que
desejam se aproximar de Deus, perceberem a condição caótica de suas vidas.
Discipular é, entre tantas coisas, também levar o homem a
encarar a si mesmo e sua condição de total perdição diante de Deus. Isso
significa levar o homem à consciência do deserto de sua alma. As roupas de João,
sua comida, seu lugar, tudo isto apontava para o deserto da alma.
Batismo de arrependimento para remissão de pecados -
João não anunciou uma graça barata; um tipo de relacionamento com Deus que nada
exige. Ao contrário, por conta da consciência do deserto de nossa alma, a
reação de tristeza pelo pecado é o passo seguinte do discipulado de João
Batista.
Ou seja, no discipulado de João o homem é levado a rejeitar
sua vida de pecado. O batismo simbolizava essa nova consciência e um
compromisso com o abandono do modo fútil e pecaminoso de vida, para uma aliança
de santidade com o Senhor. Arrependimento e perdão, são as palavras que
simbolizam esse compromisso, feito no batismo, como fruto de uma nova
consciência do discípulo.
Transformação e salvação que vem de Deus - na parte
final deste trecho, João mostra que a aproximação do Senhor, anuncia um tempo
de renovação, liberdade e transformação. O discipulado é a condução do homem ao
convívio com uma nova vida, a salvação que transforma o deserto em um lugar
habitável.
O desejo de tornar a sua existência em um lugar cheio de
verdadeira vida é o resultado de um processo de discipulado, cuja finalidade é
levar o homem a conhecer Jesus, a fonte da vida! Eu sou o caminho, a verdade
e a vida (Jo 14.6).
João cumpre este papel de “pedagogo”, aquele que nos toma
pela mão e nos conduz para mais próximo de Cristo, uma vez, que, primeiramente,
ele nos leva a perceber que precisamos de Cristo. Uma igreja discipuladora
prepara o caminho do Senhor para que os mortos, encontrem vida!
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