quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Por que foi tão odiado Aquele que entregou sua vida por nós?


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Nota Explicativa: 
Depois de um bom tempo sem publicações, senti-me inclinado a retomar esse trabalho. Agradeço a todos vocês que leem estes textos e peço que deixem seus comentários. Essa interação nos ajuda a crescer. Deus os abençoe!

Jesus Cristo de Nazaré foi um homem que marcou a sua época de uma forma maravilhosa. Suas palavras e Sinais transformaram profundamente a vida de muitas pessoas. No entanto, enquanto muitos o amaram, muitos mais o odiaram e de maneira ostensiva o hostilizavam e procuravam matá-lo. Por que Jesus foi tão odiado?
Não pense que este ódio a Jesus ficou restrito aos dias de sua vida. Na verdade, ao longo dos séculos que se seguiram e até os dias de hoje, conquanto muitos passaram a amar Jesus, ainda é crescente o ódio a Cristo, o qual simplesmente se revelou, principalmente ao longo do Século XX, por meio da mais intensa perseguição àqueles que se dizem “cristãos”.
“Isto, porém, é para que se cumpra a palavra escrita na sua lei: Odiaram-me sem motivo” (João 15.25). Estas palavras chocam, porque revelam que o ódio dos homens a Jesus é simplesmente irracional, fruto de uma estrutura mental preparada para repudiar o Filho de Deus. O próprio Jesus preparou os seus discípulos para tempos difíceis, dizendo-lhes que eles também seriam odiados, apenas porque eram seus seguidores: “(...) como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia (João 15.19).
Os homens odeiam a Cristo por um motivo bastante particular: Cristo oferece um paradigma de vida que não está centrado nos interesses do homem, mas nos de Deus. O Salmo 2, conhecido salmo messiânico, nos fala que o ódio dos reis da terra contra o Ungido do Senhor, nasce da sua insatisfação em se submeter a ele. Na verdade, o ser humano não suporta facilmente a ideia de que um Deus lhes julgue, ou sequer lhes diga o que é certo ou errado.
O orgulho, nascido no coração do homem com o pecado, faz com que os homens se levantem contra Deus, seu Filho e toda a mensagem do cristianismo. O ponto central deste repúdio é que as pessoas não querem abrir mão de suas certezas, seus caminhos e não gostam de ser corrigidas em seus maus caminhos.
Quando Jesus caminhou voluntariamente até à cruz, do ponto de vista do homem, o ódio estaria vencendo. Mas, quando ele entregou sua vida por nós, na verdade, ele mostrou que a “força do amor” é muito maior que  a “força do ódio”. Podemos ser odiados pelo mundo porque propomos aos homens uma revisão em seus caminhos, no entanto a resposta que devemos dar a todos os que nos odeiam é a mesma que Jesus deu: amor!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Vida Controlada Pela Fé


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Para muitas pessoas, “ver com os olhos da fé” pode ser apenas um jargão, para outros uma frase para quem deseja muito crer em algo impossível, contudo, “ver com os olhos da fé” é um exercício de vida, uma capacitação que nos permite confiar em Deus de uma maneira que nos faz seguir em frente sempre.
Certa vez, uma jovem sentiu-se muito triste com sua fé, porque não tinha tantas convicções e certezas sobre sua vida com Deus. Tinha dúvidas quanto ao perdão, o céu e tantas coisas que acreditava que deveriam ser inquestionáveis para ela. Com tantas dúvidas, pensou que poderia ser uma pessoa sem fé.
Não obstante haver alguns significados distintos para o termo “fé” na Bíblia, neste momento desejo falar de “fé” como aquela confiança em Deus que devemos ter. Isso nos perturba pois, muitas vezes, mesmo crendo em Cristo e confessando isso, sentimo-nos falhos, quando temos de seguir em frente sem muita segurança em Deus. A exemplo daquela jovem que eu mencionei, há muitas pessoas que se sentem inseguras com a sua aparente falta de confiança em Deus e eu acredito que precisamos entender um pouco sobre o que Deus espera de nós neste sentido.
A Bíblia diz: “(...)o justo viverá por fé”(Rm 1.17b), e mais: “Fé a certeza de coisas que se esperam e a convicção de fatos que se não vêem” (Hb 11.1). Nos dois casos, há uma perspectiva que você deve considerar, que é a idéia de que ter fé, não é ter em mãos todos os dados para a certeza, mas crer sem  precisar deles.
Em outras palavras, o que eu quero dizer é que ser uma pessoa de fé não é ter uma certeza absolutamente comprovada de tudo o que Deus nos ensina. Mas é seguir em frente depositando nEle uma confiança, que muitas vezes, desafia nossa própria capacidade para crer. Fé e decidir crer no que Deus diz e viver por isto. 
Veja o exemplo registrado   em João 4.46 a 54. Um homem pediu para Jesus ir à sua casa para curar o seu filho, mas ele não foi, porém disse ao homem que voltasse para casa com a certeza de que o filho vivia. O homem, simplesmente foi, por que creu naquilo que Jesus havia lhe dito.
Ter fé é seguir em frente, mesmo quando você não sabe o que acontecerá, ou sequer consegue absolutamente encontrar todos os motivos para seguir. Você vai porque deposita em Deus todas as suas esperanças e confia que Ele fará o melhor, se dispõe a ir somente porque Deus disse: Vá!. Eu não preciso ter um pedaço das ruas de ouro do céu (se lá houver) para crer que existe este lugar, eu só preciso confiar no que Deus disse a respeito disto. 
Esse foi o modo como Abraão abraçou o chamado de Deus para a sua vida. Ele foi, mesmo sem saber ao certo o que esperar, contudo, teve por Fiel Aquele que lhe fez a promessa. Em nossos dias, precisamos de homens e mulheres que estejam dispostos a arriscar na jornada da fé. Pessoas que confiem no que Deus diz e se deixam controlar por isso. Não, esse não é um passo na irracionalidade. Ao contrário, é um passo na direção dAquele que é a razão da nossa fé.
Siga em frente, siga o caminho apontado por Deus, tenha fé!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ouvidos para ouvir - um sinal da obra Sacerdotal de Cristo


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

A nossa salvação é o maior ato sacerdotal de Cristo em nosso favor. O sacerdote, é aquele que, por meio de um sacrifício, propicia Deus ao homem pecador. No caso de Cristo, Ele não somente oferece um sacrifício propiciatório a nosso favor, mas Ele é a própria oferta pelos pecados. Com certeza, precisamos entender melhor o que significa este ato sacrifical de e os seus efeitos sobre a nossa existência.
A obra sacrifical de Cristo é o centro da teologia joanina, ou seja, para João, Cristo na Cruz é o centro do relacionamento do homem com Deus. Na verdade, essa era a teologia de todos os apóstolos, como Paulo nos disse: “(...) nós pregamos a Cristo crucificado”(1 Coríntios 1.23). Este é o caminho para Deus, esta é a propiciação pelos nossos pecados: (...) e Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 João 2.2).
O resultado da propiciação não é governado por quem propicia (o sacerdote), mas pelo propiciado (o juiz - Deus). Sim, é Aquele que tem uma demanda justa contra os pecadores  que controla o resultado da propiciação, ou seja, isto significa que Ele precisa aceitar a obra propiciatória de Cristo a nosso favor. Mas, você deve saber que Deus aceitou o Sacrifício de Cristo pelos nossos pecados e, por causa disto, o juízo que nos era contrário foi afugentado e agora Deus não está mais irado contra nós.
A questão que eu quero levantar para meditação de todos nós aqui é: mas como eu sei que fui propiciado em Cristo e que Deus, o juiz, me é favorável agora? Para João e os apóstolos, o o primordial efeito desta propiciação é a capacidade de ouvir Deus, pois agora, não mais irado contra nós, Ele nos busca para si, para uma comunhão viva com, a qual começa na capacitação para ouvir a sua voz.
Quando João nos diz que pessoas creram verdadeiramente em Jesus e o seguiram, está também nos dizendo que tais pessoas foram propiciadas a Deus, pela obra de Jesus. Quando a Obra do Salvador acontece na nossa vida, o que primeiro nos é restaurado é o ouvir da voz do Pai, por isso, a fé e o ouvir a voz de Deus estão tão ligados na Escritura.
Precisamos ponderar seriamente sobre o modo como a voz de Deus está chegando ao nosso coração. Estes nossos tempos tem sido tempos de ouvidos moucos para a Palavra de Deus. Crentes, que conhecem Jesus como seu Salvador, ou Sacerdote eficaz, precisam saber ouvir a voz do Senhor, a qual é o primeiro sinal do seu amor por nós!
Portanto, se o ouvir é um dos sinais práticos da propiciação do pecado, para o cristão é imprescindível que esteja disposto a ouvir a voz do Senhor. Em nossos dias, o que assistimos é uma avalanche de pessoas que desejam se expressar e, em boa parte dos casos, o conteúdo da expressão dos filhos de Deus não tem nascido nas boas palavras que têm ouvido do Pai Celestial. 
Assim, conclamamo-nos a ouvir a voz do Senhor e a permitir com que os sinais do sacrifício eficaz de Cristo se mostrem em nós.