segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Primórdios do Presbiterianismo em São Paulo - Igrejas e Escolas Andando Juntas a Virada do Século XX

Educação e evangelização andaram juntas nas primeiras décadas do presbiterianismo paulistano. A Escola Americana ganhava notoriedade e os pastores presbiterianos eram ajudados por isso, uma vez que a sociedade fazia uma correlação entre presbiterianismo e cultura.
Prédio da Escola Modelo construído na praça da república
simbolizando o interesse dos republicanos pela educação
(mais tarde "Colégio Caetano de Campos")
Já em 20 de agosto de 1872, o jornal Correio Paulistano parabenizava a Escola Americana por se tornar um exemplo de ensino popular, mostrando que o modelo educacional presbiteriano vinha ao encontro das novas aspirações republicanas brasileiras. Esse protagonismo da educação presbiteriana em São Paulo foi crescendo fortemente desde os primeiros anos da Escola Americana e consolidou-se com a vinda de um novo diretor que assumiria a frente das unidades da Escola Americana, falamos do Dr. Horace Manley Lane.
Em 04 de julho de 1885, inaugurou-se o primeiro grande prédio da Consolação. O orador oficial seria Rui Barbosa, mas por causa de uma enfermidade, não compareceu, enviando apenas o discurso para que fosse lido. Foi após essa inauguração que o Dr. Horace Lane assumiu os trabalhos à frente da escola.
O trabalho da Escola Americana tornava-se muitíssimo conhecido dos paulistanos, especialmente das elites. Logo o Dr. Lane passou a figurar entre as principais lideranças educacionais da cidade. Assim, os presbiterianos eram vistos como excelentes educadores no seio da sociedade paulistana.
Por determinação do governador Prudente de Morais e sob o comando do Dr. Rangel Pestana, admirador dos métodos educacionais presbiterianos, o professor Caetano de Campos foi nomeado diretor da Escola Normal de São Paulo com a finalidade de iniciar um processo de reforma do ensino público paulista.
Caetano de Campos, desejando inovar os métodos educacionais paulistanos, procurou ajuda do Dr. Horace Lane e da Escola Americana, quando implantou, pelo finais do século IX, a Escola Modelo, que deu lugar ao hoje conhecido Colégio Caetano de Campos, na Praça da República.
Com a ajuda de Lane, Caetano de Campos serviu-se dos bons serviços da professora Márcia Percy Browne, que tinha vindo do Rio de Janeiro para lecionar pedagogia na Escola Americana. Ela, como dizia Caetano de Campos, fez o excelente trabalho de governança dos primeiros anos da Escola Modelo Paulistana, dividindo o seu tempo entre as aulas na Escola Americana e a direção da nova escola do governo provincial paulista. Ajudaram-na nessa tarefa outras professoras de sua equipe no colégio presbiteriano.
Seguindo este diapasão, os presbiterianos paulistanos, aliando escolas e igrejas, foram ganhando espaço nas diversas vilas paulistanas e camadas sociais da virada do século XX. Enquanto a Escola Americana ganhava a aprovação da sociedade, as igrejas presbiterianas se aproximavam das famílias paulistanas de diversas camadas sociais. Pessoas abastadas como a  filha do Barão de Antonina, Maria Antônia da Silva Ramos, que se casara na Primeira Igreja de São Paulo com o tenente-coronel Mariano José Ramos e também suas servas, escravas, Joana e Leonor, faziam parte do rol de membros da Primeira Igreja.
Profª Márcia P. Browne
Nessa época, já havia na cidade de São Paulo, mais duas igrejas organizadas: 2ª IP de São Paulo (1893) e a IP Filadélfia (1899). Essas duas igrejas, juntaram-se em 26 de agosto de 1990 para formar a Igreja Presbiteriana Unida, pastoreada pelos Reverendos Zacarias de Miranda e Modesto Carvalhosa.
A IP Unida de São Paulo, instalada na Rua Helvétia, seria uma segunda grande força do presbiterianismo paulistano, especialmente após o ano de 1903, quando o presbiterianismo sofreu o seu primeiro cisma geral, surgindo, a partir da primeira igreja de São Paulo, a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
Iniciou-se, então, uma nova fase para o presbiterianismo nacional e paulistano. A Primeira Igreja, agora seguiu, liderada pelo Rev. Eduardo C. Pereira, sua trajetória denominacional independente e a Igreja Unida de São Paulo, passou a ser a principal Igreja do presbiterianismo original na capital paulistana. Assim, foi que o presbiterianismo paulistano começou o século XX. 
(Fontes consultadas: Anais da 1ª Igreja de São Paulo 1863-1903 - autor: Vicente Themudo Lessa; Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil 1859-1900 - autor: Alderi S. de Matos; Protestantismo e Educação Brasileira - autor Osvaldo H. Hack).   



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