domingo, 17 de abril de 2016

Trago no Corpo as Marcas de Cristo

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Quando o apóstolo Paulo afirmou “trago no corpo as marcas de Cristo” (Gl 6.17) estava apontando para algum tipo de identificação que deixava claro que ele servia e pertencia a Cristo Jesus. Que tipo de marcas podem realmente nos identificar com Jesus? Você já parou para se perguntar se você também tem essas marcas de identificação?
“Stigmata” - esta foi a palavra que Paulo usou para descrever as marcas que o identificavam com Cristo. Esta palavra era usada para descrever aquelas marcas que os escravos e prisioneiros possuíam, as quais apontavam para seus donos ou a autoridade que lhes submetia.
Na carta aos Gálatas, Paulo encarava um grupo de judeus que tentava influenciar as igrejas da Galácia e que queriam comprometê-los com o judaísmo. Eles valorizavam os ritos judaicos, especialmente a marca circuncisão. Foi justamente no contexto deste debate que Paulo disse para eles: “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gl 6.15). Para Paulo, a marca exterior que a circuncisão produzia não significaria nada se o homem não tivesse o seu coração realmente transformado (Rm 2.29).
Ao dizer que não queria ser molestado por que trazia no corpo as marcas de Cristo, o apóstolo tinha uma intenção mais profunda que apenas apresentar as cicatrizes de açoites, ou correntes de prisão, que haviam machucado o seu corpo. Paulo queria mostrar que sua vida estava em profundo acordo com a Cruz de Cristo.
As marcas de Cristo haviam conquistado o  coração do apóstolo a ponto de que ele podia sim sofrer no corpo sem que sua alma fosse atingida, senão pela alegria de padecer por Cristo (Fp 1.29). Esta era a verdadeira glória que movia seu coração: “Mas longe esteja de mim gloriar-me senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl 6.14).
Somente quando, de todo o coração,  estivermos dispostos a viver para Cristo, ainda que isso nos custe muito caro, é que poderemos afirmar que o mundo começou a ser crucificado para nós. No momento em que isso se tornar realidade, a Cruz terá marcado realmente o nosso coração e nossa vida revelará a quem pertencemos e quem é a autoridade que nos tornou livres para sermos seus prisioneiros voluntários.

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