Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno
A grande força do culto e da pregação presbiteriana no processo de conquistar a mente dos brasileiros foi potencializada por uma outra estratégia: “O modo de trabalho era ir de vizinhança em vizinhança, e de casa em casa, pregando, lendo e expondo a Bíblia” (RIBEIRO, 1981, pág 72).
Naqueles dias, não havia templos presbiterianos espalhados nas várias vilas. O governo restringia construções protestantes e o próprio povo ainda tinha muita preocupação com aquele movimento, que achavam que era uma seita. A estratégia missionária de conquistar a mente dos brasileiros foi empreendida por meio de um aproximação pessoal que aconteceu em um forte e constante trabalho de casa em casa.
Quando chegavam a uma vila, à noite realizavam cultos nas casas onde haviam de dormir e durante o dia, iam de casa em casa, sítio em sítio, conhecendo pessoas, lendo a Bíblia e falando de Jesus Cristo. Aos poucos, as pessoas começavam a se familiarizar com as Bíblias que ganhavam e elas próprias propagavam a fé para os seus outros vizinhos: “Os convertidos propagam sua nova fé com ingenuidade, muitas vezes sem premeditação” (RIBEIRO, pág.74). Uma destas ocasiões de evangelismo aconteceu na casa do Sr. Antônio Gouvêa, no vilarejo de Serrinha.
Castilho, certo bandido conhecido naquela região, chegou ao sítio dos Gouvêa e, entrando, encontrou o Sr. Antônio lendo a Bíblia. Apesar de saber de quem se tratava, Sr. Antônio não parou a leitura e disse ao bandido: “Não quero brigas. Quando você chegou eu estava lendo e gostando; imaginei que você também poderia gostar” (RIBEIRO, pág 74).
O temido bandido ouviu a leitura horas a fio, ao final, perguntou se poderia voltar outro dia com a esposa e os filhos para continuar ouvindo. Depois, já convertido, diria: “Quando fui aquele dia à casa do meu amigo Gouvêa eu era como alguém perdido na mata em noite de tempestade, e sem esperança de achar o caminho; quando ele leu a Bíblia, foi como se um raio de luz brilhasse e comecei a imaginar que talvez houvesse salvação até para mim” (RIBEIRO, pág.75). O evangelismo de casa em casa foi uma importante arma para evangelização do Brasil (Todas as citações foram extraídas de: RIBEIRO, Boanerges; Protestantismo e Cultura Brasileira - Casa Editora Presbiteriana, 1981 - São Paulo,SP).
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