Em geral, cristãos evangélicos valorizam duas grandes datas da fé cristã: natal e páscoa. Claramente, estes dois momentos fundamentais da História da Redenção recebem a grande atenção de nossas liturgias e expectativas. Por isso, não é incomum que sejam datas comemoradas, com musicais, cultos especiais e outros eventos de destaque.
Cinquenta dias após a páscoa, isto é, depois da morte de Jesus, os discípulos estavam reunidos em um mesmo lugar (At 2.1) e era o Dia de Pentecostes (Lv 23.15-21). De repente, um som veio do céu, um vento impetuoso tomou conta do lugar (At 2.2) e línguas, como de fogo pousaram sobre cada um deles (At 2.3) e Deus marcou sua igreja com o sêlo do Espírito Santo (At 2.4).
O Dia de Pentecostes, embora fique um tanto esquecido na liturgia evangélica, marcou o início de uma nova era da História da Redenção, pois inaugura o tempo em que Deus escolheu ampliar as tendas da salvação a todas as nações, quando derramou seu Espírito, cumprindo a promessa de dar à sua igreja o poder para testemunhar: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (At 1.8).
Pedro, cheio do Espírito, levantou-se dentre todos aqueles que recebiam o dom do Espírito e explicou o que estava acontecendo ali: “Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei o meu Espírito (...)” (At 2.16-17).
O Pentecostes foi o início do tempo que as Escrituras chamam de “últimos dias”, isto é, a última etapa da presente era, até que seja encerrada a luta contra todos os inimigos de Cristo e finalmente venha sobre todos nós a era final, a eternidade (1Co 15.24-26).
Dado, de uma vez por todas à Igreja, o Espírito Santo é o sêlo da presença de Deus e do governo de Cristo na Igreja (Ef 1.13-14). A habitação do Espírito Santo habilita a igreja a testemunhar e a realizar todo o ministério da vida cristã (1Co 12.1-11). O Espírito Santo é quem conduz a Igreja pela presente era, a fim de que crentes sejam verdadeiros servos a trabalho do reino (2Co 3.17-18).
Estes “últimos dias”, iniciados naquele “Dia de Pentecostes”, são, portanto, os dias que apontam para o Governo de Cristo sobre todas as coisas, tornado efetivo primordialmente na vida da Igreja, que é o seu corpo (Ef 1.22-23). Nestes últimos dias, são os filhos e filhas de Deus que fazem a sua obra e revelam ao mundo que “Deus Reina” e, por isso, Pentecostes é também o dia da Igreja e um dia para a consagração ao serviço de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja breve, educado e construtivo! Mas não deixe de ser sincero!