Quando o povo de Deus pediu a Samuel que lhes desse um Rei, o homem de Deus ficou muito triste e pensou que havia uma rejeição à sua pessoa, Deus porém, corrigiu a Samuel dizendo: “...atende à voz do povo em tudo o que te diz, pois não rejeitou a ti, mas a mim, para que não reinar sobre ele” (1Sm 8.7).
O que há de mais sério nesta palavra é que a rejeição de Deus como Rei, não significa apenas que eles queriam ter um rei como as outras nações, mas que desejavam viver neste mundo de Deus sem Ele e procurando viver de uma maneira que não tivessem a intromissão de Deus em seus gostos, escolhas pessoais e decisões existenciais.
Mais tarde, ao resignar o seu cargo diante do povo, Samuel lhes confronta com uma palavra dura. Afinal, diante dos feitos de Deus em relação povo, especialmente dos dias de Moisés até a era dos juízes (1Sm 12.6-11), Samuel protesta que o povo havia pedido um Rei, porque não queria mais que Deus reinasse sobre eles: “Vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom vinha contra vós outros, me disseste: Não! Mas reinará sobre nós um rei; ao passo que o Senhor, vosso Deus, era o vosso rei” (1Sm 12.12).
Entretanto, apesar deles terem intentado contra o governo de Deus sobre a sua vida, aquele era o povo da Aliança e Deus haveria de lhes abençoar e o ponto central para que eles pudessem, mesmo tendo rejeitado a Deus, restaurar essa relação, era que, tanto eles quanto o rei que eles haviam escolhido fossem obedientes: “(...) não temais, tendes cometido todo este mal; no entanto, não vos desvieis de seguir o Senhor, mas servi ao Senhor de todo o vosso coração (...) Poia o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo, porque aprouve ao Senhor fazer-vos o seu povo” (1Sm 12.22).
Essa é uma das mais poderosas afirmações do amor gracioso de Deus, que leva o homem pecador a ser amado por Deus, mesmo quando este prefere deixa-lo. Entretanto, o alerta mais importante deste texto aponta para o fato de que a obediência a Deus é o sinal deste agir da graça. Em outras palavras, a minha obediência aponta para a graça de Deus que age em mim e cuida de mim de forma amorosa. Por outro lado, a perseverança na maldade, isto é, em viver sem Deus no mundo, trás terríveis consequências: “Se, porém, perseverardes em fazer o mal, perecereis, tanto vós como o vosso rei” (1Sm 12.25).
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