sexta-feira, 16 de março de 2012

A Força da Palavra de Jesus


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
Certa feita, no Mar da Galiléia, quando todos os discípulos, em um barco, enfrentavam uma grande tempestade, com rajadas de ventos e o mar revoltoso, Jesus levantou-se do seu tranquilo sono e bradou: Vento acalma-te! Repreendendo assim os ventos, Jesus trouxe o Mar de volta à paz e os discípulos, impressionados, perguntavam-se: “Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?
Você pode pensar que este fato, relatado pelos evangelistas, é o grande sinal do poder da Palavra de Jesus. Mas existe algo que a Palavra dEle pode fazer e que é muito mais retumbante que fazer acalmar uma enorme tempestade.
Depois de ter andado por aproximadamente três anos com seus discípulos, Jesus se reuniu com eles às vésperas da Páscoa dos judeus e lhes falou sobre a sua prisão e morte. Os discípulos muito discutiram com Jesus sobre isso, houve protesto de Pedro, incredulidade de Filipe e outros, mas continuaram a ouvir Jesus em suas últimas orientações antes daquele inevitável momento.
O assunto de Jesus tinha dois claros objetivos: consolar seus discípulos e orientá-los sobre como seguir sem sua presença física entre eles. Para isso, três principais pontos devem ser destacados: a promessa do envio do Espírito Santo, a necessidade dos discípulos amarem uns aos outros e a exaltação da Palavra de Jesus como regra de vida para os que o seguem.
Disse Jesus: “vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15.14). Jesus não falava de si mesmo, mas sua Palavra era a própria Palavra de Deus, o Pai. Por isso, o Filho tem autoridade no que diz e sua Palavra tem poder. Neste caso, o maior poder que a Palavra de Cristo tem é de nos fazer “amigos de Deus”.
A Palavra de Deus nos conduz à luz (Jo 12. 44 a 46), nos livra do juízo quando a seguimos, porque sem guardá-la estamos irremediavelmente condenados (Jo 12.47 e 48) e é essa palavra que nos santifica para a vida eterna (Jo 12.49 e 50). Em resumo, a Palavra de Cristo é poderosa não apenas por ser capaz de acalmar a tempestade ou de trazer um Lázaro de volta à vida, após quatro dias, mas porque ela é capaz de mudar a nossa existência por toda a eternidade, porque a Palavra de Jesus ou a Palavra de Deus nos conduz à Cruz. Essa sempre foi a mensagem pregada por Cristo, com suas palavras e vida.
O cristão não é somente aquele que aderiu ao cristianismo como sua religião. O cristão é alguém que está comprometido com a Palavra de Cristo e dela retira o necessário para ter vida em abundância. Primordialmente, a Palavra de Cristo é a que fortalece a sua ligação com o próprio Cristo Crucificado. E essa é a grande força desta Palavra, a de nos fazer amigos de Deus. 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Segundo o Propósito do Amor - Assim Viveu Nosso Rei!


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Rick Warren ficou famoso com a publicação do livro “Uma Vida Com Propósito”. Infelizmente, este livro foi tomado como um amuleto espiritual que, bastando uma leitura contínua e a prática por 40 dias de meditação nos textos de Warren seriam suficientes para alcançar novos níveis de vivência espiritual. Não conheço Warren, mas sei que a visão que muitos têm de sua obra é bastante concentrada em viver com propósito para alcançar o êxito pessoal. 
Uma vida com Deus não se constrói com amuletos e muletas. Precisamos de uma renovação da nossa mente, que implica em uma mudança séria nas estruturas de valores com que vemos tudo ao nosso redor.
Caminhando na direção da Cruz, Jesus Cristo nos deixou uma lição que precisamos considerar nesse momento. Disse o Mestre: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (João 12.24). Com essas palavras, Jesus descreveu o modo como concebia sua missão salvadora e nos deixou a grande lição sobre o que é viver segundo o propósito da Cruz.
Não adianta apenas estar engajado em uma causa (cair na terra), é preciso morrer para que a sua causa frutifique. A maior necessidade é viver na perspectiva de quem se esvazia de si mesmo, para beneficiar outros.
Jesus Cristo viveu este padrão de forma perfeita. Desde a sua encarnação buscou o esvaziamento de si mesmo. Ele não pensou em si mesmo, mas era movido pela proposta de uma vida que tinha o outro como alvo. Foi por esta firme decisão de viver e morrer por nós, que Cristo teve forças para dizer sim à Cruz.
Agora, Ele nos conclama a servi-lo! Isso implica em que também nós devemos nos lançar à terra e morrer para frutificar. Em outras palavras: precisamos descobrir a magnificência de não vivermos para a própria glória, mas para glorificar a Deus, levando outros a glorificá-lo.
A Cruz é um chamado à morte, isto é, ao esvaziamento das absurdas pretensões de nos tornarmos o centro do universo. Ela nos conclama à humilde condição de servos comprados para fazerem a vontade do seu Senhor.
A vontade de Deus é que estejamos prontos para estender a mão ao necessitado, apontar o caminho ao perdido, dar uma capa a quem tem frio e comida ao faminto. Esse é o propósito da Cruz: Uma vida de amor a Deus, no amor ao outro. Foi assim que viveu nosso Rei!

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Pastorais Para Boletim

Este BLOG tem o objetivo de armazenar os textos que serviram como pastorais no boletim semanal da Igreja Presbiteriana de Vila Formosa. Nosso material pode ser reproduzido, desde que a fonte seja indicada. Esperamos que sirva a todos de uma maneira edificante.

quinta-feira, 1 de março de 2012

O Valor de Cristo

Apóstolo Paulo de Rembrant

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
Mas, o que para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo (Apóstolo Paulo) 
Por vivermos em uma sociedade de consumo estamos acostumados a avaliar as coisas pelo seu preço. Entretanto, sabemos que não conseguimos atribuir valor a tudo na vida, por exemplo, qual o preço de um filho? Certamente, há muitas coisas assim, cujo valor não pode ser medido monetariamente. Para estas coisas a valorização faz parte dos critérios do amor e da percepção que temos de  valores subjetivos da alma humana.
Meditando sobre a Cruz de Cristo, parei para pensar sobre as trinta moedas de prata oferecidas a Judas para denunciar Jesus e lhe trair. Ainda que Judas não acreditasse em Jesus como o Messias, ou ainda que estivesse passando por alguma privação pessoal, seria esse um motivo suficiente para vender a vida do amigo? Que duras devem ter sido aquelas palavras: “Amigo, para que vieste? - Judas, com um beijo trais o Filho do Homem (Mt.26.50 - Lc 22.48)?”
O coração de Judas estava vazio do que Cristo representava para ele, isto é, do valor de Cristo para a sua vida. Portanto, as trinta moedas apontavam não um valor, mas bem pior, elas apontavam para a falta de valor em sua alma e a ausência de perspectivas sobre quem era Jesus Cristo. 
Por mais que pareça absurdo, às vezes, em muitos outros casos e para muitas outras pessoas, Cristo vale bem menos! Afinal, Ele pode ser trocado por coisas bem menos importantes e significativas. E isso não tem a ver com o valor dele para as pessoas, mas a uma impensada ausência deste valor. Acredito que isso não é feito apenas como fruto do repúdio, mas o desprezo pela importância de Jesus. Para mim, podemos atribuir isso à um fraco discernimento de quem é Cristo. Mas como saber se estamos adequadamente valorizando Jesus?
Como disse, certos valores não podem ser medidos monetariamente. Contudo, é possível verificá-los pelo que estamos dispostos a perder para tê-los. Conheço um pai, com um dos melhores empregos de sua cidade e que está disposto a deixar tudo, porque sua filha está doente. Ele prevê a mudança para um grande centro, porque a saúde de sua filha é mais importante que o dinheiro que ganha em seu bom emprego. Dinheiro, fama, poder, tudo isso pode ficar pequeno, dependendo do que estamos precisando obter.
No caso de Cristo Jesus e o quanto vale para nós, só podemos discernir algo sobre o seu valor, quando descobrirmos o que e o quanto estamos dispostos a perder para tê-lo. O problema não é dinheiro, fama etc, mas o quanto estamos dispostos a perder de nós mesmos para sermos somente dEle. Isso me faz sentir como se estivesse em uma encruzilhada com um decisão difícil pela frente. 
Mas, enquanto reflito sobre estas coisas e a minha vida, eu também penso em algo diferente sobre Cristo. Relembro que Ele deixou a sua glória para me ter! As minhas encruzilhadas sobre mim e ele, são pequenas quando comparadas às dele e isso me faz aprender um pouco mais sobre o que é valorizar a Cristo e sobre o que eu também estou disposto a deixar para tê-lo! 
Ao final das contas, descubro que o discernimento do amor dele por mim me faz amá-lo! Pois, quando em minha mente sou tomado pela consciência do quanto Ele me amou, também sou instigado a amá-lo e, portanto, essa é a relação direta que me mostra o quanto Cristo é valioso para mim.