segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Entendimento de Um Protestante Sobre a Quaresma


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno
Imagem colhida no
BLOG: vozdaigreja-img.blogspot.com.br
Historicamente, desde o século IV, o período de “quarenta dias” antecedentes à Páscoa, a quaresma, é indicado como um tempo de jejum e arrependimento que começa na conhecida “quarta-feira de cinzas”.
Católicos do mundo inteiro, guardam este tempo, como um dos mais especiais do ano para a sua demonstração de fé. E acredito que seja sempre muito oportuno, que todo cristão guarde um tempo para a santificação de sua vida.
Entretanto, aos poucos, o sentido da quaresma foi se tornando cada vez mais “sacramental” e passou a ser de uso litúrgico para o dia a dia dos cristãos católicos, levando-os à ideia de que seria pecado violar o jejum da quaresma. Uma ferramenta de devoção e entrega ao Senhor, passou a servir como instrumento humano de autojustiça, consequentemente, gerando um espírito de serviço obrigatório e sem amor.
Protestantes observam a quaresma? Não. Protestantes não guardam a quaresma no mesmo sentido que os católicos o fazem. Cremos que a salvação é pela graça e não por obras humanas. Devemos considerar que nenhum tempo de santificação, jejum e oração gerará qualquer mérito para que recebamos a misericórdia de Deus.
Mas, não obstante não guardarmos a quaresma desta forma sacramentalizada, seria importante que utilizássemos tempo da nossa vida para nos dedicar mais a refletir sobre nossa relação com a Cruz de Cristo.
Nenhuma disciplina quaresmal é capaz de nos fazer merecedores da Cruz de Cristo. A Cruz, sim, deve nos conduzir constantemente à oração, ao jejum, ao arrependimento etc.
Eu considero com muito apreço as datas importantes do cristianismo. A Páscoa, para mim, tem um significado muitíssimo especial, pois acredito ser a nossa principal referência. Em  consequência, admito que poderíamos nos preparar melhor para a sua chegada. Portanto, a quaresma para mim, é um tempo para a leitura da Palavra de Deus e os textos que prefiro neste período são aqueles relacionados com a morte e ressurreição de Jesus.
Da mesma forma, em nossas liturgias, estaremos fomentando a lembrança da Cruz de Cristo e do seu amor como maneira de levar a Igreja a se preparar para a chegada da Páscoa, tempo de gratidão máxima a Cristo, cujo sangue derramado nos purifica de todo o pecado.

7 comentários:

  1. Parabéns pelo texto!
    Eu acredito que a Páscoa é a principal celebração cristã. Vejo toda a preparação para o Natal, por exemplo, mas não a mesma preparação para a Páscoa.
    Tão importante quanto o Natal, que nos leva a refletir sobre a chegada de Cristo e a proclamação das boas novas de alegria, é a Páscoa, que nos leva a refletir sobre o ato salvífico de grande amor da parte de Deus para com o pecador. Devemos, realmente, refletir sobre o caminho de Cristo até a Cruz e refletir constantemente sobre a Cruz, o sangue de Cristo e o perdão que nos habilita a vivermos como filhos comprados, resgatados, remidos e transformados.

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  2. Caro Rev. Lineker...
    O Novo Testamento aponta para a cruz e não para a manjedoura como o ponto "crucial" da Fé Cristã. Concluo, como você, que a Páscoa é a principal data do calendário cristão.
    A preparação liturgica da igreja para a chegada da Páscoa é o centro do meu entendimento sobre a quaresma.
    Grande abraço, meu amigo!

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  3. Caro Rev. Maurício,

    Gostei de seu texto. Uso o calendário litúrgico em minha igreja e gosto muito das estações litúrgicas como forma didática para a igreja da vida de Cristo. Como protestante, também diferencio nosso uso dos tempos litúrgicos do uso feito pelos romanistas. Também não compartilho dessa visão sacramental da Quaresma, contudo, gosto da reflexão que pode-se fazer utilizando o calendário. Acredito ser bastante didático para a igreja o ano dividido nos acontecimentos da vida de Jesus. Por isso, o uso do ano cristão, para mim, é válido. Claro, feitas as devidas conformações com nossas doutrinas.
    Abraços,
    Euler.

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    1. Caro irmão Euler... Considero, como você, muito útil o uso do calendário, além das vantagens que você mencional, também para a organização dos textos para a pregação. Desta forma, consigo explorar os diversos momentos da liturgia também para ordenar melhor a pregação. Suas considerações sobre este tema sempre serão bem vindas. Obrigado por compartilhar sua visão, ajudandou-me e estimulou muito.

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    2. Bom dia, Rev. Maurício!
      Novamente estamos na Quaresma e me lembrei de seu texto sobre ela. Concordo em relação ao lecionário que torna mais fácil, e creio, mais didático para a igreja a relação dos textos ao longo da liturgia e, de fato, ajuda na exposição do sermão, pois os textos são entrelaçados num mesmo sentido.
      Abraços,
      Euler.

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    3. Todos os anos, neste período, estou em trabalho de exposição dos Evangelhos, em 2017 é a vez o Evangelho de Mateus. De certa forma, a igreja gosto muito desta opção.

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    4. Fiz a exposição de Mateus e o lecionário agora vai para o Evangelho de João.

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