sexta-feira, 15 de março de 2013

O Erro de Viver Sem Frutos


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

No geral, pessoas religiosas entendem que as mensagens que precisam ouvir são sempre aquelas que lhes estimula pelo elogio e a auto exaltação. Entretanto, este não foi o método de Jesus.
Conquanto o Mestre também soubesse tecer elogios, na maior parte das vezes, sua palavra de exortação era o carro chefe de sua mensagem, como instrumento de estímulo aos discípulos.
Algumas vezes, Jesus se referiu à vida dos seus discípulos ilustrando-a com figuras da vida agrícola, tais como árvores, plantações, sementes, os próprios trabalhadores etc.
Entre as figuras mais usadas por Jesus para ensinar os seus discípulos a respeito do que o próprio Deus espera deles, encontramos a figura do “fruto”. Ele sempre se referia à frutificação como o resultado da vida íntima e saudável com Deus.
Por isso, algumas parábolas do Reino, pontuam sobre o perigo da ausência de frutos na vida do povo de Deus. Sempre que ele fala sobre isto, o faz de forma vigorosa, levando-nos a refletir seriamente sobre nosso estado espiritual, nossa vida de serviço e transformação pessoal.
A parábola dos “Lavradores Maus” (Mateus 21.33 a 46) é uma destas notórias exortações sobre o perigo de uma vida sem frutos. O ponto central desta exortação é advertir os discípulos contra o erro que havia sido cometido pelos sacerdotes e fariseus do tempo de Jesus.
Estes homens eram os responsáveis por instruírem o povo de Deus na prática da justiça, no exercício da misericórdia e na busca da jornada vivencial com Deus. Não obstante, desviavam o povo do Senhor. Estimulavam um tipo de segurança espiritual baseada em valores que não eram os de Deus. Viviam e ensinavam as pessoas a viverem para si mesmos.
Esta parábola é um alerta para a Igreja de hoje, a fim de que não se deixe enganar por aqueles que, interessados apenas em si mesmos, querem desviar o povo de Deus de sua finalidade.
A Igreja de Cristo não pode se comportar com imaturidade e não deve servir como jogo na mão de falsos mestres. Crentes em Cristo devem buscar o ideal de conhecer a vontade de Deus e oferecer-lhe a vida como fruto de lábios que honram o seu nome!
A Igreja não é um lugar de entretenimento bíblico, mas de preparação séria para a guerra contra o pecado, na busca de uma vida frutífera e que agrada a Deus.

terça-feira, 12 de março de 2013

O Papa é Pop e Isso é Bom!

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Passa da meia noite e estou frente ao televisor, pulando de canal em canal jornalístico da TV por assinatura e, assim como na parte da manhã, constato que a fumaça da Capela Sistina foi a cena mais visitada pelos jornalistas neste dia. Acabo de perceber a verdade, que já fora cantada pelo conjunto gaúcho, Engenheiros do Hawai, de fato, o "Papa é Pop!"
Nos telejornais da manhã e da noite, especialistas em religião, sociologia da religião, clérigos, leigos bem informados etc se revesaram como assessores de âncoras, repórteres de campo, em chamadas especiais, entrevistas, debates etc. Todo este interesse da mídia brasileira pelo "Conclave Cardinalício" precisa ser avaliado. 
Na verdade, todos sabemos que o que a mídia quer, tem um nome: "Ibope". Assim como o ser humano precisa do ar, os programas televisivos precisam que os televisores estejam sintonizados em sua programação. Então, são obrigados a ter sensibilidade para escolher bem suas matérias. E, neste momento, se o canal acima ou abaixo estiver fixado na chaminé romana, não adianta voltar à programação normal e mostrar alguma cena de crime, em algum lugar do país. A receita, nestes casos é simples: "Habemus Papam".
Mas por que isto é importante para este espaço de mensagens pastorais de um protestante? A questão que me chama a atenção é o quanto a religião impressiona a alma humana e a encanta. 
Devo dizer que todo o ritual da cúria romana e a preservação de tantas tradições chamam a atenção e despertam a imaginação de muitos católicos e não católicos. Ainda que em minha opinião encubram demais o verdadeiro propósito do cristianismo, não posso negar a força de fascinação de tudo isto. 
Depois que grande parte da humanidade já cria na morte da religião e, sobretudo, a destruição da Fé Cristã, o interesse mundial pelo Conclave Cardinalício em Roma obriga os tais profetas do fim da religião a refazerem suas previsões. 
Vamos e venhamos, no geral, as pessoas querem um Papa mais pop. Desejam que o próximo Papa negue sua fé, ou ao menos, assuma uma postura de uma fé mais popular. Leia-se: mais profana! Eu, espero que não! Mas é o que a mídia quer.
O interesse das pessoas, que motivou o interesse da mídia e que reforça o interesse das pessoas ainda mais, é um conjunto de fenômenos que revelam que a alma humana continua sedenta do divino. Revelam que os homens precisam de valores que sobrepujem as marcas desta cultura moderna tão evidentemente  decaída e falida.
Concluo esta nota de opinião com uma pergunta para a sua reflexão: a melhor maneira de alcançar o homem moderno, sedento por uma resposta que esteja além de si mesmo, seria através de uma pregação que apontasse para a eternidade ou aquela que mantivesse sua atenção nas pequenas circunstâncias desta vida? 

sexta-feira, 8 de março de 2013

A Maior e Mais Justa Recompensa


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno


Imagem colhida no BLOG: PROFETAS DE DEUS
“Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap 22.12). Este verso bíblico, como tantos outros, apresenta o tema da recompensa final.
Cristãos reformados, que creem que a salvação se dá pela graça e não por obras, têm muito cuidado para lidar com textos que parecem afirmar o valor das obras.
No entendimento reformado, as obras são muito importantes, embora não possamos confiar que elas nos salvem. Elas são recursos deixados por Deus para que cumpramos com o nosso propósito existencial pessoal. São ferramentas e meios pelos quais realizamos a vontade de Deus.
Mas, uma pergunta permanece sobre este ensino: podemos ter em mente a recompensa, o galardão, enquanto desenvolvemos as obras que Deus preparou para nós?
No livro do Apocalipse, a exemplo do texto acima, poderemos ler o seguinte: “Bem aventurados os mortos que, desde agora, (...), pois as suas obras os acompanham” (Ap.14.13). Textos que tratem da relevância das obras e do seu valor, quando da nossa entrada no reino eternal, não seriam um estímulo para a vida presente?
Eu acredito que sim, que devemos lembrar que Deus tem preparado para nós a justa recompensa. Pensar nisto poderá nos conduzir a viver para Cristo de maneira mais intensa. O problema é que muitos têm uma visão equivocada do que seja o galardão.
Para muitos, o galardão é uma espécie de prêmio que mostrará o quanto fomos melhores que os outros em algum aspecto da nossa fé. Para outros, as recompensas do Senhor são muito mais um fruto de mentes vaidosas e egocêntricas, pois se centram na concessão de privilégios que os outros não terão.
O próprio Deus é a maior recompensa do céu. Ser capacitado a servi-lo com alegria e consciência mais esclarecida é o grande presente que o Senhor nos dará. A eternidade se tornará cheia de um profundo e maravilhoso significado para nós, quando apreciarmos perfeitamente a possibilidade de que nossa vida o agrade.
Trabalhamos nesta vida para desfrutar do repouso eterno e o melhor repouso para a alma é satisfazer-se em servir a Deus. Assim como os anjos, espero a recompensa de servir ao Senhor, dia e noite! Trabalho para poder trabalhar mais!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Amar é Fundamental Para Fazer Boas Escolhas


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O amor está na raiz da percepção do “humano”. Ele, se manifesta de múltiplas formas, que vão desde o do sentimento erótico entre homem e mulher, até as mais diversas demonstrações de afetos e desejos por coisas corriqueiras, como o fruto de predileção palatável.
Amor, em um significado mais filosófico, é o responsável último por todas as ações humanas. É um afeto do coração, uma espécie de inclinação última para o desejo, a vontade, a racionalidade.
Baseado naquilo que o coração ama é que o homem decide, persegue, se inspira. O ser humano ama, até quando odeia. É esse afeto último do coração que o impulsiona a agir, sentir e pensar.
A capacidade de amar, distingue o homem e os anjos, dos restantes dos seres criados. A capacidade de amar é uma decorrência da racionalidade (não importando o grau de sua manifestação).
Quando Deus apresentou os motivos da sua escolha por salvar homens caídos, Ele pontuou que o fez por “amor”: “Por que Deus amou o mundo de tal maneira...” (João 3.16); “Ninguém tem maior amor do que este, ...dar a vida pelos seus amigos” (João 15.13); “Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos ...mas porque o SENHOR vos amava...” (Deuteronômio 7.7 e 8). O amor moveu Deus até nós, o amor moveu também seu Filho Jesus Cristo. O amor nos moverá a Deus e a Jesus Cristo.
O Evangelho do Reino nos foi apresentado por Jesus Cristo. Quando o Mestre no-lo apresentou, nos mostrou o seu amor por nós, mas insistiu em que amássemos a Deus acima de todas as coisas. Sem um coração que ama a Deus, o Reino dos Céus não será uma escolha tão evidente.
Quando Jesus acrescentou que devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, Ele propôs a base mais profunda da ética do seu Reino e, mais uma vez afirmou, se o coração do homem não amar a Deus acima de tudo, viver segundo os princípios do Reino não será a escolha do homem.
Pense agora sobre suas escolhas na relação com Deus e o seu Reino. Em que você as têm baseado? Que tipo de amor você tem permitido sobressair-se no seu coração e se demonstrar em suas escolhas? Lembre-se que a obra de Deus é uma mudança na sua possibilidade de amá-lo. Se você crê nessa possibilidade, escolha bem!