Passa da meia noite e estou frente ao televisor, pulando de canal em canal jornalístico da TV por assinatura e, assim como na parte da manhã, constato que a fumaça da Capela Sistina foi a cena mais visitada pelos jornalistas neste dia. Acabo de perceber a verdade, que já fora cantada pelo conjunto gaúcho, Engenheiros do Hawai, de fato, o "Papa é Pop!"
Nos telejornais da manhã e da noite, especialistas em religião, sociologia da religião, clérigos, leigos bem informados etc se revesaram como assessores de âncoras, repórteres de campo, em chamadas especiais, entrevistas, debates etc. Todo este interesse da mídia brasileira pelo "Conclave Cardinalício" precisa ser avaliado.
Na verdade, todos sabemos que o que a mídia quer, tem um nome: "Ibope". Assim como o ser humano precisa do ar, os programas televisivos precisam que os televisores estejam sintonizados em sua programação. Então, são obrigados a ter sensibilidade para escolher bem suas matérias. E, neste momento, se o canal acima ou abaixo estiver fixado na chaminé romana, não adianta voltar à programação normal e mostrar alguma cena de crime, em algum lugar do país. A receita, nestes casos é simples: "Habemus Papam".
Mas por que isto é importante para este espaço de mensagens pastorais de um protestante? A questão que me chama a atenção é o quanto a religião impressiona a alma humana e a encanta.
Devo dizer que todo o ritual da cúria romana e a preservação de tantas tradições chamam a atenção e despertam a imaginação de muitos católicos e não católicos. Ainda que em minha opinião encubram demais o verdadeiro propósito do cristianismo, não posso negar a força de fascinação de tudo isto.
Depois que grande parte da humanidade já cria na morte da religião e, sobretudo, a destruição da Fé Cristã, o interesse mundial pelo Conclave Cardinalício em Roma obriga os tais profetas do fim da religião a refazerem suas previsões.
Vamos e venhamos, no geral, as pessoas querem um Papa mais pop. Desejam que o próximo Papa negue sua fé, ou ao menos, assuma uma postura de uma fé mais popular. Leia-se: mais profana! Eu, espero que não! Mas é o que a mídia quer.
O interesse das pessoas, que motivou o interesse da mídia e que reforça o interesse das pessoas ainda mais, é um conjunto de fenômenos que revelam que a alma humana continua sedenta do divino. Revelam que os homens precisam de valores que sobrepujem as marcas desta cultura moderna tão evidentemente decaída e falida.
Concluo esta nota de opinião com uma pergunta para a sua reflexão: a melhor maneira de alcançar o homem moderno, sedento por uma resposta que esteja além de si mesmo, seria através de uma pregação que apontasse para a eternidade ou aquela que mantivesse sua atenção nas pequenas circunstâncias desta vida?
Sou grato à Deus por ti pastor, mais uma vez com uma pastoral reflexiva, profunda e atual.
ResponderExcluirFico feliz também por ter uma visão de todo o processo de renúncia do papa e o conclave como algo à se admirar. Rituais que nos remetem às origens e parte de um passado, mostra a força da igreja Cristã, estamos em processo de aperfeiçoamento e o mundo precisa conhecer a Cristo. Acredito que pregações que apontem para a eternidade nos dá esperança, arrependimento e mudança de pensamento mas tem que andar em conjunto com as orientações quanto às pequenas relações diárias e cotidianas, pois devemos nos santificar, ser exemplos e frutificar isso somente com atenção especial às pequenas circunstâncias e relacionamentos.
Abço Douglas Daniel
Deixei a resposta no meu comentário. Grande abraço, Douglas1
ExcluirObrigado Douglas pelas palavras de estímulo. Com certeza, um olhar para a eternidade é como uma alavanca para a alma, que a liberta de viver presa às amarras deste mundo.
ResponderExcluirEnche nosso coração de esperança o fato de que a alma humana continua sedenta de Deus. Esta sede não é resultado de fatores sociológicos apenas. Trata-se de um toque da própria ação do Criador, que nos fez para somente encontrar verdadeiro conforto nEle.
Um grande abraço Douglas.