domingo, 3 de agosto de 2014

Notas do Diário de Ashbell Green Simonton - A Entrega Pessoal

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno
(textos extraídos de "O Diário de Simonton - 1852 a 1866" - Ed. Cultura Cristã - 2002)

Simonton nasceu em West Hanover no Estado da Pensilvânia. Aos 22 anos fez sua pública profissão de fé e desejava ardentemente servir ao Senhor. Entrou para o Seminário de Princepton e ali seu coração se encheu de paixão missionária, até que se apresentou à Junta Missionária para ser enviado à América do Sul.

Rio de Janeiro em 1889
Em 12 de agosto de 1859, depois de uma longa viagem de quase dois meses em um navio, ele desembarcou na Baía de Guanabara. Em seu diário ele escreveu: “É difícil descrever as emoções com que saudei estes elevados píncaros (uma referência ao Corcovado e ao Pão de Açúcar). O sentimento predominante é de alegria, pela conclusão feliz da longa jornada, aliado ao temor da grande responsabilidade e dos problemas do trabalho que me espera” (Diário, 11/08/1859).
Simonton aprendeu rapidamente o português e em seu primeiro ano no Brasil já iniciou uma escola dominical com os filhos de amigos e vizinhos. Ele também registrou no seu diário: “Este é o primeiro ano completo que passo no Brasil. Essa escola, algumas Bíblias e folhetos postos em circulação constituem o conjunto do meu trabalho entre os brasileiros. Sinto a minha falta de fé e oro por sucesso. Almejo pregar Cristo mais experimentalmente por ser capaz de falar daquilo que conheço, porque Cristo o revelou a mim” (Diário, 20/01/1861). E já no ano de 1862, iniciou a primeira igreja, com a recepção de duas pessoas por pública profissão de fé.
Em 1863, depois de uma viagem para os Estados Unidos, Simonton se casou com Helen Murdoch e isto deu início à uma nova fase no seu ministério: “Para mim, meu futuro lar no Brasil colore-se de cores vivas. Dou graças a Deus por ter me provido graça, coragem e amor no coração daquela a quem dediquei minhas afeições, a ponto de se dispor a se separar de amigos, do lar e da terra natal, a fim de compartilhar da minha vida e dos meus labores” (Diário, 23/02/1863).
Imagem do Boletim da IP Tubarão
Entretanto, a alegria destes momentos seria interrompida um ano depois por um trágico acontecimento, pois no dia do nascimento de sua filha Sarah, Helen faleceu. Mais uma vez, o diário de Simonton revela o coração de sua vida: “Deus tenha misericórdia de mim, pois águas profundas rolam sobre a minha alma. Helen jaz num caixão na sala. Deus a retirou tão rapidamente que parece um sonho” (Diário, 28/06/1864).  
Assim começou a vida e a obra do pioneiro do presbiterianismo na terra brasileira. Um jovem, dedicado ao Senhor, que apresentou a sua vida para ser instrumento de Deus para salvar outras vidas. Assim, cremos que Deus ainda hoje quer usar pessoas para continuar essa obra, superando obstáculos e se dispondo a seguir em frente, mesmo que diante das situações mais complexas e doloridas da vida. 


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