terça-feira, 30 de setembro de 2014

Reforma – Um Estilo de Vida Conduzido Por Deus


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
Todo mundo que começou uma reforma em sua casa sabe que os custos  são muito elevados. A restauração de um prédio, seja uma casa, um galpão, um pequeno edifício, o que for, é sempre um processo custoso e cheio de imponderáveis.  Ter um bom projeto e escolher um bom profissional para liderar este processo é fundamental para uma conclusão satisfatória.
A vida humana, em um certo  sentido, é como uma prédio  velho, cheio de infiltrações, pronto para desmoronar, impossível de ser realmente habitado com saúde. Estes estragos da vida humana foram causados pelo pecado que deturpou o projeto original e estragou as linhas perfeitas da arquitetura da sua criação.
Deus, por meio de Jesus Cristo e do Espírito Santo, segundo o projeto proclamado na sua Palavra, está empreendendo uma grande reforma neste edifício que chamamos Igreja e que se compõe de várias pequenas partes, eu e você: “Chegando-se para ele, a pedra viva, rejeitada, sim pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo (1 Pedro 2.4-5).
Toda a nossa vida é um grande processo de reforma, que Deus realiza incansavelmente no intuito de nos transformar em um edifício santo, pronto para ser sua morada eterna. Isto Deus realiza a cada instante, quando nos apresenta o seu projeto e mostra as paredes que precisam ser derrubadas, as instalações que precisam ser trocadas totalmente, ou fortalece estruturas fundamentais dentro do nosso coração.
Mas tome muito cuidado, pois é possível que você não aceite o processo de mudanças e tente se reconstruir a sua maneira, evitando as demolições de Deus ou as correções do desenho da sua vida. Ele é o verdadeiro “Arquiteto” e “Mestre de Obra” condutor desta grande reforma. Ainda que o agir de Deus produza muitas aparentes perdas, lembre-se de que sua obra final será perfeita: “(...) para a apresentar a si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5.27).

A Igreja de Cristo é uma grande casa, construída pela junção de muitas pedras vivas, cada crente. Somos o resultado de um agir lapidador constante de Deus. Mas, algumas vezes, precisamos de profundas transformações em nosso coração. Devemos considerar que “Igreja Reformada Sempre Reformando” não é apenas uma frase para a história, mas um estilo de vida de quem busca e espera, cada dia mais, estar perto do seu Senhor. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Deus é “Deus” - Uma redundância necessária!

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
Nosso título é propositadamente redundante: “Deus é ‘Deus’”. A razão desta proposital redundância é que para muitas pessoas Deus deixou de ser considerado como “Deus” há muito tempo e sua relação com ele beira a “blasfêmia”.


“Ponha Deus contra a parede!” - foi assim que um pastor, em um programa de televisão, orientava os seus ouvintes e telespectadores no modo como deveriam orar e determinar suas bênçãos. “Se Deus é Deus, Ele vai provar” - completava o mesmo pastor, ao ir mais longe para convencer os que o ouviam de que a oração é uma grande arma que o crente tem em sua mão.
Você, que tem um pouco mais de bom senso, compreende que as coisas não são bem assim e que há muito exagero em tais palavras. Mas, não pense que isso é muito diferente do modo como outros agem, simplesmente desconsiderando as ordenanças de Deus e suas exortações à uma vida de santidade. Ou ainda, aqueles que relegam Deus a um segundo plano, dando primazia à sua própria vontade, falhando em buscá-lo e servi-lo de coração.
Quando Jó mais se exaltava em não aceitar a realidade da sua vida e procurava censurar Deus com acusações, tais como: “Parece-te bem que me oprimas, que rejeites a obra das tuas mãos e favoreças o conselho dos perversos? Tens acaso olhos de carne? Acaso vês tu como vê o homem? (Jó 10.3-4). Muito embora compreendesse a grandeza e o poder de Deus, Jó precisava de uma resposta sobre sua vida e se perguntava porque o Todo-poderoso estava contra ele: “Que o Todo-poderoso me responda, que o meu adversário escreva a sua acusação! (Jó 31.35b).
Muitas vezes, por não compreendermos bem as circunstâncias que cercam a nossa vida, nos tornamos assim questionadores de Deus. O profeta Isaías apresentava o mesmo quadro diante de Israel e propunha a seguinte questão: “Com quem comparareis a Deus?” (Isaías 40.18). Mais à frente, ele expõe que as ações duras de Deus tinham um objetivo: mostrar que “Deus é ’Deus’”: “Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há outro; eu sou o Senhor e não há outro” (Isaías 45.6).
Da mesma forma, Jó obtém a resposta às suas queixas, quando Deus lhe propõe uma reflexão profunda sobre a pequenez humana e a grandeza divina (leia os capítulos 39 a 41). A temática desta resposta é que quando desejamos vencer as tribulações desta vida, precisamos dispor o nosso coração a confiar que Deus continua sendo “Deus”, mesmo quando nós sofremos ou não O entendemos. Essa redundância é necessária e real.    


domingo, 14 de setembro de 2014

A paz dos aflitos tem nome: Deus!










Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O livro de Jó é uma grande obra de exaltação do poder e amor de Deus por seus filhos. Acompanhando as queixas de Jó, que diante de sua grande dor, muitas vezes, se viu perplexo e até mesmo em conflito com a sua fé, percebemos que o Senhor chamava este homem para aprender a descansar em sua soberania e providência.
A partir do capítulo 32, o livro propõe uma mudança de tom. As queixas de Jó e as respostas precipitadas dos seus amigos, apesar de nos oferecerem muitos ensinos sobre Deus, dão lugar às palavras de Eliú, que esperou o momento certo para apontar para Deus como o Grande e Supremo Senhor da vida.
Em particular, nos capítulos 36 e 37 Eliú mostra a Jó e seus amigos um Grande Deus, no qual o mais aflito dos homens pode descansar: “Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém despreza; é grande a força da sua compreensão” (Jó 36.5). Para Eliú, qualquer homem que estiver em aflição como Jó pode ter a certeza de que, se sua vida é reta diante do Altíssimo, pode esperar que em ocasião oportuna o Senhor o restaurará: “Não poupa a vida ao perverso, mas faz justiça aos aflitos. Dos justos não tira os olhos; antes, com os reis, no trono, os assenta para sempre e são exaltados” (Jó 36.6.7).
Mas, como seriam respondidas as perguntas de Jó e suas queixas? Como entender que um homem reto, íntegro, temente a Deus e que se desviava do mal, podia estar sob sofrimento?
Eliú segue apontando para a grandeza de Deus e argumenta dizendo que é preciso que o homem entenda que até mesmo o mais reto dos homens pode carregar sombras em seu caminho e precisa de correção: “Se estão presos em grilhões e amarrados em cordas de aflição, ele lhes faz ver as suas obras, as suas transgressões, e que se houveram com soberba. (...) e manda-lhes que se convertam da iniquidade” (Jó 36.8-11). Não podemos julgar os métodos de Deus e os seus propósitos, porque, na verdade, não podemos nos comparar a Ele e devemos apenas receber seu agir como fruto da sua sabedoria infinita:  “Eis que Deus se mostra grande em seu poder! Quem é mestre como ele?” (Jó 36.22).
Eliú conduz o argumento dizendo que o mais sábio é nos postarmos humildes diante de Deus e reconhecer nossa completa estultícia: “Ao Todo-poderoso não podemos alcançar; ele é grande em poder, porém não perverte o juízo e a plenitude da justiça. Por isso, os homens o temem; ele não olha para os que se julgam sábios” (Jó 37.23-24).
Caro irmão, aprenda as lições deste grande livro e aprenda a descansar naquele que é justo, mesmo quando, aos nossos olhos, não pareça.