Nosso título é propositadamente redundante: “Deus é ‘Deus’”. A razão desta proposital redundância é que para muitas pessoas Deus deixou de ser considerado como “Deus” há muito tempo e sua relação com ele beira a “blasfêmia”.
“Ponha Deus contra a parede!” - foi assim que um
pastor, em um programa de televisão, orientava os seus ouvintes e
telespectadores no modo como deveriam orar e determinar suas bênçãos. “Se Deus
é Deus, Ele vai provar” - completava o mesmo pastor, ao ir mais longe para
convencer os que o ouviam de que a oração é uma grande arma que o crente tem em
sua mão.
Você, que tem um pouco mais de bom senso, compreende
que as coisas não são bem assim e que há muito exagero em tais palavras. Mas,
não pense que isso é muito diferente do modo como outros agem, simplesmente
desconsiderando as ordenanças de Deus e suas exortações à uma vida de
santidade. Ou ainda, aqueles que relegam Deus a um segundo plano, dando
primazia à sua própria vontade, falhando em buscá-lo e servi-lo de coração.
Quando Jó mais se exaltava em não aceitar a realidade
da sua vida e procurava censurar Deus com acusações, tais como: “Parece-te bem que me oprimas, que
rejeites a obra das tuas mãos e favoreças o conselho dos perversos? Tens acaso
olhos de carne? Acaso vês tu como vê o homem? (Jó 10.3-4). Muito embora compreendesse a grandeza e o poder de
Deus, Jó precisava de uma resposta sobre sua vida e se perguntava porque o
Todo-poderoso estava contra ele: “Que o Todo-poderoso me responda, que o meu adversário escreva a sua
acusação!” (Jó 31.35b).
Muitas vezes, por não compreendermos bem as
circunstâncias que cercam a nossa vida, nos tornamos assim questionadores de
Deus. O profeta Isaías apresentava o mesmo quadro diante de Israel e propunha a
seguinte questão: “Com quem comparareis a Deus?” (Isaías 40.18). Mais à frente, ele expõe que as ações duras de Deus
tinham um objetivo: mostrar que “Deus é ’Deus’”: “Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de
mim não há outro; eu sou o Senhor e não há outro” (Isaías 45.6).
Da mesma forma, Jó obtém a resposta às suas queixas,
quando Deus lhe propõe uma reflexão profunda sobre a pequenez humana e a
grandeza divina (leia os capítulos 39 a 41). A temática desta resposta é que
quando desejamos vencer as tribulações desta vida, precisamos dispor o nosso
coração a confiar que Deus continua sendo “Deus”, mesmo quando nós sofremos ou
não O entendemos. Essa redundância é necessária e real.
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