Dias
atrás, li no Facebook a mensagem de uma jovem que dizia: “o importante é viver,
estou focada na minha vida”. Eu a conheci, quando sua vida estava ligada à fé
em Cristo Jesus, mas, depois de algum tempo, tornou-se mais inclinada a buscar
sua auto realização, desenvolvendo-se no trabalho e no envolvimento com a
sociedade humana em geral.
Não sejamos hipócritas, todos nós, em uma certa
medida e cada um na sua, também temos expectativas de auto realização neste
mundo. Desejamos ter melhores condições de vida material, ser respeitados na
sociedade, reconhecidos de forma positiva entre as pessoas do nosso círculo de
relacionamentos etc. Tudo isso reflete o impulso natural de manter o foco
na própria vida.
Jesus Cristo também manteve o foco na vida. A
diferença significativa entre Ele e nós é que Ele focava não na “própria vida”,
mas na “nossa”. Certa feita, passando por Samaria, os samaritanos se
recusaram a lhe oferecer pousada, porque viram, em seu semblante, que estava
decidido ir à Jerusalém (Lc 9.51-53).
Pelo modo como Lucas relata esse episódio, inserindo
a nota explicativa “ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao
céu”, podemos inferir que, para o evangelista, toda a caminhada de Jesus tinha
como objetivo completar sua missão de nos salvar, pela morte da cruz em
Jerusalém.
Algumas das ênfases do Evangelho de Lucas recaem sobre o
fato de que os homens, até mesmo os cristãos, perdem o discernimento de que a
vida deve ser medida de uma maneira mais elevada do que apenas a temporalidade
ou a materialidade da presente existência: “...porque
a vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui” (Lc
12.15b). Por isso, Jesus insistia em
que o seu discípulo deveria ter uma visão correta sobre vida e fazer escolhas
superiores: “Assim,
pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser
meu discípulo” (Lc 14.33).
Nestes dias que
antecedem a Páscoa, ou a Cruz de Cristo, somos chamados a falar com Deus sobre
a nossa própria vida. Ninguém pode passar e olhar para Cruz com segurança
eterna, se não tiver realmente foco na verdadeira vida, que implica em aprender
a morrer para viver (Lc 17.33). Quem
não consegue sentir prazer em morrer para si mesmo e receber a vida de Cristo,
vive pequeno, projeta para si mesmo uma
curta alegria e não tem foco na vida!
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