Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
O
relato de Atos dos Apóstolos tem como foco mostrar o desenvolvimento da Igreja
de Cristo, após a ascensão do Senhor. Os apóstolos, como os grandes líderes da
Igreja, foram as principais personagens desta história.
Rienk B. Kuiper
sugeriu que o livro de Atos dos Apóstolos deveria ser chamado de “Atos do
Espírito Santo”. Afinal, os “atos dos apóstolos” foram todos realizados porque
o poder do Espírito Santo agia na Igreja e nos próprios apóstolos: Todos ficaram cheios do Espírito Santo...
(At 2.4a).
A presença do Espírito
Santo era o verdadeiro motor do poder espiritual da Igreja. Era a comunhão com
o Espírito que dava a Pedro, Paulo, Filipe, Barnabé, Silas e a toda a igreja
primitiva o poder para sacudir extraordinariamente este mundo com uma mensagem
revolucionária: “Estes
que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6c).
O Espírito Santo abria
corações para ouvir a mensagem (At 16.14); levantava obreiros e os enviava (At
13.2); direcionava o ministério dos apóstolos (At 16.6-9); dava equilíbrio nas
decisões (At 15.28); preparava o coração dos pregadores para enfrentar
dificuldades (At 20.23) etc.. Podemos dizer que o ministério da Igreja era uma
decorrência do ministério do Espírito Santo.
Olhando para este
entrelaçamento tão profundo entre a Igreja e o Espírito Santo, refletimos o
quanto, em nossos dias, nos falta viver esta atmosfera de proximidade e
comunhão. Falamos em avivamento, mas não atentamos para a verdadeira vida no
Espírito, queremos crescimento, mas não o buscamos no poder que vem do alto.
Estratégias, modelos de
gestão, esteticismo litúrgico, retórica, política etc., não podem substituir e
cumprir o papel da perseverança na doutrina, da comunhão, do partir do pão, das
orações e da presença do Espírito Santo enchendo, capacitando, dirigindo e
mudando nossas vidas e famílias.
Estes atos do Espírito Santo são a força
da Igreja: “...não
por força, nem por poder, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6). Sem isso, não haverá vida na Igreja e
seremos como uma planta morta, com muitas folhas, mas sem nenhum fruto
verdadeiro: “...e a
figueira secou imediatamente” (Mt 21.19).
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