Pai nosso que estás nos céus! Foi assim que Jesus nos ensinou a orar, forçando em nossa mente a constância de uma busca por um relacionamento com Deus que se fundamenta em uma relação de cuidado, autoridade, constância e, sobretudo, amor. Através do profeta Malaquias, no final da história antiga de Israel, essa relação paterna entre Deus e seus filhos está fortemente desgastada, a ponto do próprio Criador se pronunciar por meio de uma pergunta inquiridora: “Se eu sou pai, onde está a minha honra?” (Ml1.6). Acredito que essa pergunta deve sempre ser aplicada ao nosso relacionamento com Deus, quando, por algum motivo, perdemos determinados referenciais como seus filhos. No contexto da crítica apresentada através do profeta Malaquias, Deus se refere ao total desprezo que os filhos de Israel demonstravam ao tornarem o culto a Deus em um lugar absolutamente vazio de amor e completamente conduzido por interesses antropocêntricos: “ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado?” (Ml1.7). Eles tinham um comportamento de honra mais apurada nas suas relações humanas, pois mantinham os protocolos formais no trato com os seus líderes humanos, mas desprezavam sua relação com Deus: “Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso terá ele agrado de ti e te será favorável?” (Ml 1.8). Assim Deus nos chama a pensar muito seriamente sobre como o temos tratado, enquanto nosso Pai. Em sua Palavra, Deus nos ensina que como um Pai irá cuidar de nós e nos protegerá sempre. Chega mesmo a dizer que é possível, embora difícil, que um pai se esqueça de seu filho, no entanto, Ele jamais nos abandonará (Sl 27.10). Porque ele jamais nos tratará de forma vil (Mt 7.11). Neste domingo, em que comemoramos o “dia dos pais” temos diante de nós uma profunda reflexão a fazer: considerar como temos vivido a nossa trajetória como filhos de Deus? Precisamos recuperar em nosso coração sobretudo a nossa relação de amor, honra e respeito para com nosso Pai que estás nos céus. Ele deve receber de seus filhos a glória devida ao seu Nome (Sl 29.1-2) e menos que isso já é desprezo e uma infeliz escolha. “Filho meu, dá o teu coração” (Pv 23.26) - Não existe atitude mais urgente que essa, para o dia de hoje. Agora mesmo, busque ao Pai!
Este BLOG tem o objetivo de armazenar os textos que serviram como pastorais no boletim semanal da Igreja Presbiteriana do Tatuapé. Nosso material pode ser reproduzido, desde que a fonte seja indicada. Esperamos que sirva a todos de uma maneira edificante.
domingo, 8 de agosto de 2021
Se eu sou Pai, onde está a minha honra?
Pai nosso que estás nos céus! Foi assim que Jesus nos ensinou a orar, forçando em nossa mente a constância de uma busca por um relacionamento com Deus que se fundamenta em uma relação de cuidado, autoridade, constância e, sobretudo, amor. Através do profeta Malaquias, no final da história antiga de Israel, essa relação paterna entre Deus e seus filhos está fortemente desgastada, a ponto do próprio Criador se pronunciar por meio de uma pergunta inquiridora: “Se eu sou pai, onde está a minha honra?” (Ml1.6). Acredito que essa pergunta deve sempre ser aplicada ao nosso relacionamento com Deus, quando, por algum motivo, perdemos determinados referenciais como seus filhos. No contexto da crítica apresentada através do profeta Malaquias, Deus se refere ao total desprezo que os filhos de Israel demonstravam ao tornarem o culto a Deus em um lugar absolutamente vazio de amor e completamente conduzido por interesses antropocêntricos: “ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado?” (Ml1.7). Eles tinham um comportamento de honra mais apurada nas suas relações humanas, pois mantinham os protocolos formais no trato com os seus líderes humanos, mas desprezavam sua relação com Deus: “Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso terá ele agrado de ti e te será favorável?” (Ml 1.8). Assim Deus nos chama a pensar muito seriamente sobre como o temos tratado, enquanto nosso Pai. Em sua Palavra, Deus nos ensina que como um Pai irá cuidar de nós e nos protegerá sempre. Chega mesmo a dizer que é possível, embora difícil, que um pai se esqueça de seu filho, no entanto, Ele jamais nos abandonará (Sl 27.10). Porque ele jamais nos tratará de forma vil (Mt 7.11). Neste domingo, em que comemoramos o “dia dos pais” temos diante de nós uma profunda reflexão a fazer: considerar como temos vivido a nossa trajetória como filhos de Deus? Precisamos recuperar em nosso coração sobretudo a nossa relação de amor, honra e respeito para com nosso Pai que estás nos céus. Ele deve receber de seus filhos a glória devida ao seu Nome (Sl 29.1-2) e menos que isso já é desprezo e uma infeliz escolha. “Filho meu, dá o teu coração” (Pv 23.26) - Não existe atitude mais urgente que essa, para o dia de hoje. Agora mesmo, busque ao Pai!
sábado, 31 de julho de 2021
Segundo o Coração de Deus
sábado, 17 de julho de 2021
Quando Faltam Homens Piedosos
sábado, 20 de fevereiro de 2021
Incredulidade: Um Inimigo a Ser Vencido
Somos colocados diante da verdade todos os dias, mas nem sempre é a verdade que guia a nossa vida. A realidade que nos cerca é a verdade que nos desafia. As circunstância factuais, desde as mais simples como o clima em uma manhã de inverno, quanto as mais complexas, como a presença de Deus neste mundo, tudo tem uma finalidade e o nosso desafio diante de tudo é fazer escolhas, delimitar ações, produzir sentimentos, raciocínios e ações que honrem e glorifiquem a Deus.
Neste ponto é que a incredulidade pode ser um problema para
o curso de nossa vida. Afinal, temos uma inclinação natural para não perceber a
verdade dos fatos ao nosso redor e desviar nosso coração do ponto central para o qual
todas as coisas são postas diante de nós, a saber, mediar a presença gloriosa de
Deus e tornar os nossos momentos em oportunidades de encontro transcendente com
o Criador: “(...)
quão magnífico em toda a terra é o teu nome! Pois expuseste nos céus a tua
majestade” (Sl 8.1).
Toda a realidade está impregnada da presença de Deus, quer
na beleza da ordem criacional, nas intenções de amor da parte de Deus
perceptíveis pela sucessão da história, ou simplesmente nos fatos da vida, que sempre redundam em
possibilidades de encontrar a vida. Tudo é parte de um plano, cujo objetivo é
que nossa mente se recorde, perceba e busque a Deus. No entanto, somos capazes
de nos amedrontar com a força do vento e esquecer de confiar em Deus a nossa segurança.
Simplesmente, falhamos em cumprir o propósito de fé para o qual um simples
vento é soprado contra nossa segurança e trocamos esse crer por um sentimento de
desconfiança e desconforto.
A incredulidade não é só uma desconfiança, fundada na
ignorância do poder de Deus, mas um ato de distanciamento, que nos leva a viver
as circunstâncias como se Deus não estivesse ativo em todas as horas e
dimensões da nossa
vida. Assim, ainda que por um pequeno instante, podemos pensar achar que o Pai
não nos salvará, e isso é suficiente para perdermos a beleza da fé: “Deus é o meu escudo; ele
salva os retos de coração” (Sl 7.10).
A incredulidade nos impede vivenciar Deus em nosso existir,
ela nos faz pensar que é possível uma realidade sem Deus, mesmo diante do fato de
que a glória e o conhecimento do Senhor enchem a terra: “(...) santo, santo, santo é
o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3). Um coração incrédulo é um
inimigo da nossa felicidade, pois nos afasta da alegria de encontrar Deus. Mas
este coração incrédulo pode ser curado! Deus trabalha para que o nosso coração
creia: “A
glória do Senhor se manifestará e toda a carne a verá” (Is 40.5).
domingo, 17 de janeiro de 2021
A Expectativa da Redenção
A Bíblia é o livro da Redenção. Podemos dizer que ela nos revela o processo dinâmico da Criação-Queda-Redenção. Em outras palavras, Deus, na sua Palavra, conduz a nossa mente a perceber o que de fato é a realidade que nos cerca e como devemos nos relacionar com os fatos desta realidade de um modo positivo e teocentrado.
A Bíblia nos foi dada para revelar como Deus criou o
mundo perfeito e como o homem se desconectou deste Criador, pela ambição de
querer viver no mundo de Deus de uma forma autônoma.
Também a Bíblia nos diz como o amor de Deus pelo
mundo se manifestou no desejo divino de revelar a sua graça de forma
experiencial ao homem, redimindo-o deste cativeiro do pecado e trazendo-o, por
meio da justiça eterna, de volta à comunhão plena com a realidade, que é
mediadora da presença divina para a mente humana.
A “Obra da Redenção” é o foco primário da Sagrada
Escritura! Essa Redenção de todas as coisas ocorre por meio da obra salvadora
do Redentor, que é Cristo, o Filho Encarnado. Por isso, também podemos dizer
que Cristo é o centro da Revelação, porque nEle, todas coisas retomam seu
verdadeiro significado e sentido.
Considerando, portanto, essa essência redencional da
Bíblia, precisamos que nossos pensamentos sobre a vida e os fatos que nos
cercam, sejam tomados em nossa mente como aspectos da obra de redenção que está
sendo proporcionada para cada um de nós e todos nós simultaneamente, pela ação
divina no mundo.
Certa expectativa dessa redenção deve sempre fazer
parte de nossos anseios e participação neste mundo. Devemos perceber e
trabalhar no mesmo fluxo desta redenção, levando cada pensamento e momento
existêncial à submissão ao desejo redentivo de Deus. Também devemos nos
posicionar como agentes redentivos e cooperadores desta obra, por meio de nossas
ações concretas como cooperadores de Deus.
Deixar de desejar ou trabalhar pela Redenção de
todas as coisas é errar profundamente o propósito da existência cristã. O
cristão não pode assim se chamar se sua vida não adentra esse universo
proposicional de servir para a libertação dos homens nas suas diversas esferas
de cativeiro: “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista
aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do
Senhor” (Lc 4.18-19).
Ana, a profetisa octagenária,
descrita por Lucas como mulher fiel e consagrada, ao ver Jesus no templo falava
a respeito deste menino a todos os que “esperavam a redenção”. Deus tem prazer
em revelar aos seus filhos amados os seus segredos, nos fazer conhecedores da
obra maravilhosa que Ele está fazendo, para nos resgatar das trevas e nos
transportar para um Reino de Luz, onde tudo o que existe tem nos faz sentir sua
presença gloriosa.
domingo, 10 de janeiro de 2021
Rede de Consolação
O apóstolo Paulo viveu sua fé sob constante pressão. Ele nos diz que foi perseguido, açoitado, preso, apedrejado, viveu em perigos entre falsos irmãos, teve sede, fome, sentiu frio etc (2Coríntios 11.23-27). Não bastasse todos este sofrimento para exercer o seu ministério, também sentiu a angústia e a preocupação com as igrejas: “Além destas coisas exteriores, há o que sobre mim pesa diariamente, a preocupação com as igrejas” (2Coríntios 11.28).
Theos Paraclésos (Deus de Consolação) - Consolador é aquele que se coloca ao seu lado em meio ao seu sofrimento. Ele lhe serve como uma espécie de confortador, quando as dores parecem tomar o centro da sua vida.
A segunda Carta aos Coríntios era aquela carta do desabafo de Paulo. Nela, o apóstolo apresenta o seu sentimento como “pai na fé” para os crentes de Corinto, falando-lhes sobre as lutas que vem sofrendo em seu apostolado, especialmente, para ver os convertidos andarem no caminho de Cristo. Paulo compreende que o trabalho que faz em estar ao lado dos irmãos em momentos difíceis para lhes servir de consolo é fruto da sua própria experiência em meio à luta. Portanto, para o apóstolo Paulo, é necessário conferir sentido aos próprios sofrimentos, identificando-os como preparação divina para que possamos ajudar outros que sofrem: “É Ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2 Coríntios 1.4).
A Igreja se pastoreia por meio do consolo. O dever cristão de estarmos conectados uns aos outros não deve ser um acontecimento apenas com finalidades doxológicas, mas também terapêutica. A Igreja é uma comunidade terapêutica, na medida em que servimos de companhia e conforto para que em meio às suas dores, no suporte que podemos dar uns aos outros, os irmãos se sintam apoiados.
As nossas experiência em meio à dor, precisam se tornar em ferramentas para que outros consigam se apoiar nos nossos ombros calejados para vencer suas lutas. Isso faz da conexão de nossas vidas uma rede de consolo, onde todos podem encontrar conforto para hora oportuna. Pela mesma razão, aconselhou aos tessalonicenses: “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente (1Ts 5.11) e para Roma ensinou: “Chorar com os que choram” (Rm 12.15b).
Assim, a Igreja será instrumento de Cristo para que o próprio Cristo enxugue as nossas lágrigas: “Bem aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5.4). Por isso é nossa missão tornar a nossa Igreja em uma rede de consolação.
domingo, 3 de janeiro de 2021
Um Só Rebanho e Um Só Pastor
A linguagem ilustrativa é uma arte. Usar figuras para ensinar é um método muitíssimo eficaz, pois a mente humana foi criada para imaginar, isto é, dar significado e utilidade à imagens cognitivas construídas para interpretar a realidade que nos cerca.
Deus nos revelou a Verdade a respeito de si mesmo por meio destas imagens, que faz impregnar em nossa mente: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19.1). O salmista afirma que não há linguagem formal, senão aquela que se deixa ver, as imagens das coisas criadas, nos revelando o Criador das coisas.
Muitas imagens são utilizadas na Bíblia Sagrada e transportadas para o nosso universo de conhecimento para nos ajudar a compreender a Verdade da realidade e uma destas imagens é a figura do “pastor de ovelhas”.
“O Senhor é o meu pastor e nada me faltará” (Sl 23.1) - O pastor de ovelhas é a figura campesina, própria da época bíblica em que vivam os profetas e reis de Israel. Eles representavam muito bem, a figura de cuidado, liderança, exemplo e proteção que Deus queria que o povo aprendesse a respeito dEle próprio e daqueles que Ele escolhia para andarem à frente do povo.
Embora a Bíblia tenha sido escrita ao longo de quase dois mil anos, a figura jamais deixou de ser importante e, até aos dias de hoje, graças à própria Bíblia, continua gerando o conhecimento necessário para que vivamos e desfrutemos de um abençoado relacionamento com Deus e com sua santa providência.
Jesus atribuiu a si mesmo a imagem do pastor: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Assim, Deus deixa o patente desejo de nos conduzir pela vida, levando-nos pelos mais seguros e abençoados caminhos verdejantes, onde a justiça e o amor são as experiências comuns (Sl 23.1-3). O contraste que Jesus aplicou à ideia de um pastor bom é o do mercenário, alguém cuja finalidade não é o cuidado do rebanho, mas o egoísmo, pois é movido pela ganância e a covardia. Em face do perigo, deixará o rebanho sem proteção (Jo 10.12-13).
O Bom Pastor, por sua vez, está ali, mesmo que seja um vale de morte (Sl 23.4) para dar a própria vida para salvar seu rebanho (Jo 10.15). Ele faz isso porque há comunhão entre ele e suas ovelhas: “...então, haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10.16). Esse é mais elevado amor que existe, aquele em que o Pastor e a ovelha se tornam um só corpo, como um casamento. Eles vivem juntos para sempre, onde está um, está o outro também (Sl 23.6).
Jesus nos pastoreia exatamente para essa comunhão eterna, que nos faz ver a vida do seu modo e nos leva a vivenciar a sua presença constante. Para este pastoreio, Cristo usa a Igreja e, através de cada um de nós, mantém o seu cuidado, proteção e amor. Somos os braços, a voz, a vara e o aconchegante colo do Bom Pastor, uns para os outros. Neste ano de 2021, o Pastoreio do Rebanho será a nossa comida e a nossa meta como Corpo de Cristo. Participe disto conosco!
Autor: Rev. Maurício Nepomuceno