A Bíblia é o livro da Redenção. Podemos dizer que ela nos revela o processo dinâmico da Criação-Queda-Redenção. Em outras palavras, Deus, na sua Palavra, conduz a nossa mente a perceber o que de fato é a realidade que nos cerca e como devemos nos relacionar com os fatos desta realidade de um modo positivo e teocentrado.
A Bíblia nos foi dada para revelar como Deus criou o
mundo perfeito e como o homem se desconectou deste Criador, pela ambição de
querer viver no mundo de Deus de uma forma autônoma.
Também a Bíblia nos diz como o amor de Deus pelo
mundo se manifestou no desejo divino de revelar a sua graça de forma
experiencial ao homem, redimindo-o deste cativeiro do pecado e trazendo-o, por
meio da justiça eterna, de volta à comunhão plena com a realidade, que é
mediadora da presença divina para a mente humana.
A “Obra da Redenção” é o foco primário da Sagrada
Escritura! Essa Redenção de todas as coisas ocorre por meio da obra salvadora
do Redentor, que é Cristo, o Filho Encarnado. Por isso, também podemos dizer
que Cristo é o centro da Revelação, porque nEle, todas coisas retomam seu
verdadeiro significado e sentido.
Considerando, portanto, essa essência redencional da
Bíblia, precisamos que nossos pensamentos sobre a vida e os fatos que nos
cercam, sejam tomados em nossa mente como aspectos da obra de redenção que está
sendo proporcionada para cada um de nós e todos nós simultaneamente, pela ação
divina no mundo.
Certa expectativa dessa redenção deve sempre fazer
parte de nossos anseios e participação neste mundo. Devemos perceber e
trabalhar no mesmo fluxo desta redenção, levando cada pensamento e momento
existêncial à submissão ao desejo redentivo de Deus. Também devemos nos
posicionar como agentes redentivos e cooperadores desta obra, por meio de nossas
ações concretas como cooperadores de Deus.
Deixar de desejar ou trabalhar pela Redenção de
todas as coisas é errar profundamente o propósito da existência cristã. O
cristão não pode assim se chamar se sua vida não adentra esse universo
proposicional de servir para a libertação dos homens nas suas diversas esferas
de cativeiro: “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista
aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do
Senhor” (Lc 4.18-19).
Ana, a profetisa octagenária,
descrita por Lucas como mulher fiel e consagrada, ao ver Jesus no templo falava
a respeito deste menino a todos os que “esperavam a redenção”. Deus tem prazer
em revelar aos seus filhos amados os seus segredos, nos fazer conhecedores da
obra maravilhosa que Ele está fazendo, para nos resgatar das trevas e nos
transportar para um Reino de Luz, onde tudo o que existe tem nos faz sentir sua
presença gloriosa.
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