A linguagem ilustrativa é uma arte. Usar figuras para ensinar é um método muitíssimo eficaz, pois a mente humana foi criada para imaginar, isto é, dar significado e utilidade à imagens cognitivas construídas para interpretar a realidade que nos cerca.
Deus nos revelou a Verdade a respeito de si mesmo por meio destas imagens, que faz impregnar em nossa mente: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19.1). O salmista afirma que não há linguagem formal, senão aquela que se deixa ver, as imagens das coisas criadas, nos revelando o Criador das coisas.
Muitas imagens são utilizadas na Bíblia Sagrada e transportadas para o nosso universo de conhecimento para nos ajudar a compreender a Verdade da realidade e uma destas imagens é a figura do “pastor de ovelhas”.
“O Senhor é o meu pastor e nada me faltará” (Sl 23.1) - O pastor de ovelhas é a figura campesina, própria da época bíblica em que vivam os profetas e reis de Israel. Eles representavam muito bem, a figura de cuidado, liderança, exemplo e proteção que Deus queria que o povo aprendesse a respeito dEle próprio e daqueles que Ele escolhia para andarem à frente do povo.
Embora a Bíblia tenha sido escrita ao longo de quase dois mil anos, a figura jamais deixou de ser importante e, até aos dias de hoje, graças à própria Bíblia, continua gerando o conhecimento necessário para que vivamos e desfrutemos de um abençoado relacionamento com Deus e com sua santa providência.
Jesus atribuiu a si mesmo a imagem do pastor: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Assim, Deus deixa o patente desejo de nos conduzir pela vida, levando-nos pelos mais seguros e abençoados caminhos verdejantes, onde a justiça e o amor são as experiências comuns (Sl 23.1-3). O contraste que Jesus aplicou à ideia de um pastor bom é o do mercenário, alguém cuja finalidade não é o cuidado do rebanho, mas o egoísmo, pois é movido pela ganância e a covardia. Em face do perigo, deixará o rebanho sem proteção (Jo 10.12-13).
O Bom Pastor, por sua vez, está ali, mesmo que seja um vale de morte (Sl 23.4) para dar a própria vida para salvar seu rebanho (Jo 10.15). Ele faz isso porque há comunhão entre ele e suas ovelhas: “...então, haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10.16). Esse é mais elevado amor que existe, aquele em que o Pastor e a ovelha se tornam um só corpo, como um casamento. Eles vivem juntos para sempre, onde está um, está o outro também (Sl 23.6).
Jesus nos pastoreia exatamente para essa comunhão eterna, que nos faz ver a vida do seu modo e nos leva a vivenciar a sua presença constante. Para este pastoreio, Cristo usa a Igreja e, através de cada um de nós, mantém o seu cuidado, proteção e amor. Somos os braços, a voz, a vara e o aconchegante colo do Bom Pastor, uns para os outros. Neste ano de 2021, o Pastoreio do Rebanho será a nossa comida e a nossa meta como Corpo de Cristo. Participe disto conosco!
Autor: Rev. Maurício Nepomuceno
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