O apóstolo Paulo viveu sua fé sob constante pressão. Ele nos diz que foi perseguido, açoitado, preso, apedrejado, viveu em perigos entre falsos irmãos, teve sede, fome, sentiu frio etc (2Coríntios 11.23-27). Não bastasse todos este sofrimento para exercer o seu ministério, também sentiu a angústia e a preocupação com as igrejas: “Além destas coisas exteriores, há o que sobre mim pesa diariamente, a preocupação com as igrejas” (2Coríntios 11.28).
Theos Paraclésos (Deus de Consolação) - Consolador é aquele que se coloca ao seu lado em meio ao seu sofrimento. Ele lhe serve como uma espécie de confortador, quando as dores parecem tomar o centro da sua vida.
A segunda Carta aos Coríntios era aquela carta do desabafo de Paulo. Nela, o apóstolo apresenta o seu sentimento como “pai na fé” para os crentes de Corinto, falando-lhes sobre as lutas que vem sofrendo em seu apostolado, especialmente, para ver os convertidos andarem no caminho de Cristo. Paulo compreende que o trabalho que faz em estar ao lado dos irmãos em momentos difíceis para lhes servir de consolo é fruto da sua própria experiência em meio à luta. Portanto, para o apóstolo Paulo, é necessário conferir sentido aos próprios sofrimentos, identificando-os como preparação divina para que possamos ajudar outros que sofrem: “É Ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2 Coríntios 1.4).
A Igreja se pastoreia por meio do consolo. O dever cristão de estarmos conectados uns aos outros não deve ser um acontecimento apenas com finalidades doxológicas, mas também terapêutica. A Igreja é uma comunidade terapêutica, na medida em que servimos de companhia e conforto para que em meio às suas dores, no suporte que podemos dar uns aos outros, os irmãos se sintam apoiados.
As nossas experiência em meio à dor, precisam se tornar em ferramentas para que outros consigam se apoiar nos nossos ombros calejados para vencer suas lutas. Isso faz da conexão de nossas vidas uma rede de consolo, onde todos podem encontrar conforto para hora oportuna. Pela mesma razão, aconselhou aos tessalonicenses: “Consolai-vos, pois, uns aos outros e edificai-vos reciprocamente (1Ts 5.11) e para Roma ensinou: “Chorar com os que choram” (Rm 12.15b).
Assim, a Igreja será instrumento de Cristo para que o próprio Cristo enxugue as nossas lágrigas: “Bem aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5.4). Por isso é nossa missão tornar a nossa Igreja em uma rede de consolação.
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