A Reforma Protestante foi um movimento que reconhecidamente alterou a vida Ocidental. Suas contribuições para a economia, política, educação, democracia etc são exaltadas, estudadas e reconhecidas. Em face de sua amplitude como movimento transformador da sociedade ocidental, muitas vezes, nos esquecemos do coração da Reforma: a mudança espiritual do Cristianismo. O foco dos reformadores era libertar a “Fé Cristã” das superstições, dos dogmas não bíblicos e da prática de uma religião sem vida, controlada pela hierarquia da Igreja, mecânica e não espiritual.
Calvino, por exemplo, buscou uma vida piedosa, como declara o prefácio das suas Institutas (principal obra de Calvino), dedicada ao Rei Francisco da França: “Quando, de início, tomei da pena para redigir esta obra, de nada menos cogitava, ó mui preclaro Rei, que escrever algo que, depois, houvesse de ser apresentado perante tua majestade. O intento era apenas ensinar certos rudimentos, mercê dos quais fossem instruídos em relação à verdadeira piedade quantos são tangidos de algum zelo de religião. E este labor eu o empreendia principalmente por amor a nossos compatrícios franceses, dos quais a muitíssimos percebia famintos e sedentos de Cristo, pouquíssimos, porém, via que fossem devidamente imbuídos pelo menos de modesto conhecimento” (Institutas, Livro I, Prefácio).
Para Joāo Calvino, a oração não poderia ser efetiva sem que o homem que ora a considerasse como um “exercício perpétuo de fé”. Ele escreveu: “A menos que separemos certas horas do dia para a oração, isto escapa facilmente de nossa memória.” Para ele, a oração era requisito central da vida cristã piedosa e, deveria seguir algumas regras importante.
A Oração deve ser conduzida com sincera reverência - Na oração, devemos “ter a disposiçāo de mente e coração que convém a quem inicia uma conversa com Deus”. Para Calvino, a oração deve ser realizada com a mente atenta de que se trata de uma conversa que rompe a distância entre a criatura e o Criador e faz aquela adentrar o espaço da eternidade para um encontro real com Deus.
A oração é um ato de arrependimento - o homem que ora, Para Calvino, deve reconhecer sua necessidade: “orar a partir de um sentimento sincero de carência e com penitência”. Cada frase de nossa oração deve caminhar na direção de alguém que está ali na presença de Deus como quem clama sua misericórdia: “com afeto sincero de coração, e ao mesmo tempo desejando obter isto dele”.
Os Reformados devem procurar continuar a tradição de pessoas que oram com frequência e buscam, em suas orações, experimentar a Majestade de Deus como um profundo sentimento de entrega e vida.
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