domingo, 24 de abril de 2011

A Manjedoura e o Túmulo Vazio - 24 de abril de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno


Existem muitos aspectos históricos e escriturísticos que aproximam os eventos do nascimento e da morte de Jesus Cristo. Um deles é a presença dos anjos como os anunciadores dessas notícias. O segundo é que ambos apontam para o aparecimento de Jesus.
Por isso, pensar na unidade destes eventos pode nos ajudar a compreender melhor como o evangelho deve ser anunciado. O anúncio da mensagem parece estar na raiz destes eventos, pois ao receberem a notícia, tanto pastores como as mulheres do sepulcro correram a contar aos demais o que sabiam.
Curiosamente, os dois momentos parecem se encaixar nas palavras do profeta Isaías que disse: “O povo que andava em trevas viu grande luz e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz (Isaías 9.2)”. Os resplandecentes anjos de Deus anunciavam o final de um período sombrio: no primeiro, séculos sem a voz de Deus, e no segundo, dias sem a presença iluminada do Filho de Deus. As sombras do silêncio histórico depois do profeta Malaquias e a sombra do silêncio da morte no sepulcro, ambas rompidas pela voz do Evangelho.
Há talvez muitas coisas em comum em relação a estes eventos, mas algo pode ser de importância fundamental: ambos apontam para um “começo de vida”. Na manjedoura a “vida humana de Cristo”, no segundo a “nossa vida em Cristo”.
A manjedoura alcança o seu significado mais completo na cruz e no túmulo vazio. Pois o túmulo vazio é o resultado da manjedoura, ou seja, o Natal não teria o mesmo significado se o túmulo não estivesse vazio e a ressurreição não tivesse sido operada. Paulo disse que, sem a ressurreição a nossa fé seria vã (1 Coríntios 15.17), como se nada tivesse acontecido.
Quando anunciamos o Evangelho, não podemos nos esquecer de dizer a todas as pessoas como é precioso esse Domingo da Ressurreição. Ele é o começo da nossa vida em Cristo Jesus! Aleluia!
Depois destes eventos, Cristo foi ao céu e nos comissionou a proclamá-los. Como os pastores e as mulheres, somos agora os que devem anunciar essas verdades iluminadoras para todos os homens.
Se desejamos ver removidas as trevas que jazem sobre a vida de muitos homens e mulheres com os quais convivemos, essa é a História que devemos anunciar: manjedoura e túmulo vazio!


domingo, 17 de abril de 2011

Quando Você se Cala, as Pedras Clamam! - 17 de abril de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O Domingo de Ramos é uma data marcante para o cristianismo, pois nos lembra a entrada de Jesus em Jerusalém em sua última semana, antes da crucificação. Na verdade, Jesus nem chegaria a completar aquela semana e seria morto injustamente.
Não obstante o julgamento forjado, com testemunhas e acusações falsas, a incompetência e conivência de Pilatos e todos aqueles fariseus caluniadores, o que mais impressiona no julgamento de Cristo é que todos se calaram e não houve quem intercedesse a seu favor e lhe defendesse a causa. A multidão que gritara “Hosana” e “Paz no céu e glória nas maiores alturas” (Lc 19.38), tornou-se muda, pelo contrário, certamente muitos deles gritaram: crucifica-o!
O texto de Lucas tem uma palavra final que considero importantíssima: “Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc.19.40). Às vezes, passamos despercebidos dessas palavras, mas elas significam muito na história daquela Jerusalém, que havia sido o palco da entrada triunfal de Jesus. Também podem significar muito na história de todos os que se calam diante de Jesus.
Lucas revela que, quando Jesus ia se aproximando de Jerusalém, não se conteve e chorou. O seu lamento nasceu da dor que lhe causou o conhecer o coração de Jerusalém, que era insensato, tolo e despreparado. Jerusalém não percebia quão perto estava dela a Paz e o Príncipe da Paz e, tolamente, mataria Aquele que a poderia salvar. Jerusalém mantinha seus olhos fechados para a sua salvação: “Ah, se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos” (Lc 19.42).
Em uma visão profética, Jesus declara a sentença: “Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão..., apertarão o cerco..., arrasarão os teus filhos..., e não deixarão ‘pedra sobre pedra” (Lc 19.43 e 44). Desta forma, o que eles negaram com a sua boca, a história mostraria e as pedras derrubadas seriam a boca de Deus para proclamar o erro do silêncio de Jerusalém.
Ainda muitas pessoas preferem o silêncio de suas histórias de negação de Jesus, os sorrisos falsos e as interpretações teatrais de vida com Deus. O Domingo de Ramos é sempre um dia para refletir sobre a hipocrisia de uma vida com Deus que seja irreal e inconsistente.
Cristo reivindica o seu devido lugar na sua mente e o exorta a um compromisso de vida e morte com Ele. As pedras da sua história, muitas vezes revelam a insensatez do seu silêncio. Mas, a visitação de Cristo se torna para você em uma oportunidade para atitudes diferentes. Não se cale!

domingo, 10 de abril de 2011

Seguir a Jesus Com Um Coração Grato - 10 de abril de 2011

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Entre as maiores angústias que sofremos neste mundo considero estar presente a “ingratidão”. A ingratidão revela o pior lado do ser humano que é o egocentrismo e o desprezo pelo outro.
Imagine-se tendo ajudado alguém que, sem o menor lampejo de tristeza, cause-lhe momentos de dor. Pense, por um instante, se tal pessoa sequer considerasse importante qualquer benefício que você lhe tivesse proporcionado. Simplesmente, de nada se lembrasse e nada do que você tivesse feito pesasse a seu favor e, pensando somente em si, virasse-lhe as costas e fosse embora causando-lhe todo o desgosto. Muitos passam por isso e veem-se às voltas com a ingratidão e todo o peso de dissabor emocional que ela causa.
Quero refletir com você sobre a ingratidão com que muitos tratam o próprio Deus. E imaginar, neste caso, o  que ela pode causar na vida do próprio ingrato. Desejo considerar a possibilidade de pensar que pessoas ingratas sejam as maiores vítimas de sua ingratidão, principalmente quando a sua ingratidão é contra Deus.
Quando o salmista anunciava que “bom é render graças ao Senhor e cantar louvores ao Nome do Altíssimo, anunciando de manhã a misericórdia do Senhor e a sua fidelidade” (Salmo 92.1 e 2), ele estava propondo um modelo de abastecimento da mente, que o levaria a uma condição de felicidade ao longo do dia. Por outro lado, ele comenta sobre os homens que não são capazes de bendizer a Deus desta forma e diz: “O inepto não compreende, e o estulto não percebe isto” (Salmo 92.6).
Pensando neste salmo, podemos dizer que um dos problemas da ingratidão é a impossibilidade de alegrar-se com bênçãos recebidas. Ou seja, o ingrato não pode regozijar-se de forma sadia naquilo que Deus lhe fez, por dois motivos: ou ele não se lembra ou, em sua postura ingrata, prefere não quebrantar o seu coração para dizer: Deus me ajudou! Portanto, sem dúvida, o ingrato torna-se uma vítima de si mesmo.
O ingrato também tem dificuldade imensa de se voltar a Deus uma segunda vez. A vergonha, muitas vezes causa grande dificuldade, pois, enquanto ele se mantém em sua redoma de ingratidão, seu relacionamento com Deus não flui livremente para sentir-se amado e perdoado e ele é, novamente, a principal vítima.
Quem são esses infelizes ingratos? São todos os que, sendo alvos de tantas graças de Deus, viram-lhe as costas, não o louvam, nem se deixam conduzir por sua Lei. São pessoas que usufruem de Deus e de suas bênçãos, mas não lhe prestam a honra como servos humildes e dedicados. São egocêntricos e estão fadados a receber o amor de Deus, sem senti-lo. Isso é muito triste!
Sendo assim, eu o conclamo, meu amado irmão, a manter viva em sua memória os benefícios do Senhor e seguir a Jesus com um coração grato. Procure reconhecer o que o Senhor tem feito em sua vida e usufrua deste amor. Não apenas se regozijando nas bênçãos, mas no amor dAquele que o abençoa.
Uma vida de intensa gratidão a Deus lhe dará a condição de viver a atmosfera deste amor de uma maneira constante e muitos momentos da vida receberão nova perspectiva, pois o coração grato, bendiz ao SENHOR.

domingo, 3 de abril de 2011

Seguindo Jesus de Forma Madura - 03 de abril de 2011


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Mesmo que muito da nossa disposição de seguir a Jesus seja decorrente do entendimento de que sem Ele nada podemos fazer, resta-nos enfrentar seriamente aquilo que ele disse: “quem quiser vir após mim, tome a sua cruz, negue-se a si mesmo e siga-me”.
O enfrentamento dessa proposta de Jesus é um dos mais importantes passos da nossa jornada ao lado do Mestre. Porque, em geral, as pessoas seguem a Jesus porque se sentem interessadas nos benefícios naturais do projeto de vida eterna que Ele oferece. Portanto, no final das contas, o resultado é que buscamos o nosso próprio interesse.
A palavra de Jesus é que enfrentemos essa realidade extremamente egocêntrica da religiosidade natural e sigamos adiante para uma completa mudança do nosso modo de pensar, a qual nos dará condições para adentrar os portais de um relacionamento mais maduro com Deus, escapando de uma religiosidade infantil e interesseira.
Uma religiosidade infantil é aquela que nos faz aproximar de Deus apenas com o objetivo de que tal feito redunde em algum benefício pessoal. Ou seja, você ora e lê a Bíblia por que precisa de coisas, e deseja que pontos a seu favor, venham a se transformar em um agir favorável de Deus Enfim, a religiosidade infantil é aquela que tem como alvo o “eu”.
Mas como seria a religiosidade madura? Bem, neste ponto, as palavras de Jesus Cristo nos ajudam muito. Sigamos o seu pensamento.
Quem quiser vir após mim - religiosidade madura é aquela que se dispõe a ir na direção certa. Ou seja, como disse Jesus, ir na direção em que Ele vai. Portanto, para quem deseja uma vida madura, não há espaço para percorrer os caminhos da própria vontade ou vaidade pessoal, pelo contrário o discípulo maduro vai aonde o seu Mestre for e mandar. 
Tome a sua cruz - O segundo aspecto do amadurecimento da fé é a disposição de pagar o preço. Algumas pessoas querem um evangelho barato, onde as experiências ocorrem como num circo, ou seja, num passe de mágica, por meio do qual a vida se torna em um espetáculo de risos. Jesus nos convida a viver as realidades de uma vida de cruz, que é o mesmo que dizer: enfrente as dificuldades naturais de quem vive com Jesus e vá em frente.
Negue-se a si mesmo - Enfim, o grande dilema decorrente do ato de caminhar com Jesus é a necessidade de aprender a amar a Deus sobre todas as coisas. Para isso, você deve aprender a deixar tudo, inclusive o “eu” para se por à caminho com Cristo. Quando tudo isso começar a acontecer em você, você estará iniciando na vida madura como discípulo de Jesus e sua alma estará segura e madura em Cristo Jesus.