domingo, 17 de abril de 2011

Quando Você se Cala, as Pedras Clamam! - 17 de abril de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O Domingo de Ramos é uma data marcante para o cristianismo, pois nos lembra a entrada de Jesus em Jerusalém em sua última semana, antes da crucificação. Na verdade, Jesus nem chegaria a completar aquela semana e seria morto injustamente.
Não obstante o julgamento forjado, com testemunhas e acusações falsas, a incompetência e conivência de Pilatos e todos aqueles fariseus caluniadores, o que mais impressiona no julgamento de Cristo é que todos se calaram e não houve quem intercedesse a seu favor e lhe defendesse a causa. A multidão que gritara “Hosana” e “Paz no céu e glória nas maiores alturas” (Lc 19.38), tornou-se muda, pelo contrário, certamente muitos deles gritaram: crucifica-o!
O texto de Lucas tem uma palavra final que considero importantíssima: “Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc.19.40). Às vezes, passamos despercebidos dessas palavras, mas elas significam muito na história daquela Jerusalém, que havia sido o palco da entrada triunfal de Jesus. Também podem significar muito na história de todos os que se calam diante de Jesus.
Lucas revela que, quando Jesus ia se aproximando de Jerusalém, não se conteve e chorou. O seu lamento nasceu da dor que lhe causou o conhecer o coração de Jerusalém, que era insensato, tolo e despreparado. Jerusalém não percebia quão perto estava dela a Paz e o Príncipe da Paz e, tolamente, mataria Aquele que a poderia salvar. Jerusalém mantinha seus olhos fechados para a sua salvação: “Ah, se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos” (Lc 19.42).
Em uma visão profética, Jesus declara a sentença: “Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão..., apertarão o cerco..., arrasarão os teus filhos..., e não deixarão ‘pedra sobre pedra” (Lc 19.43 e 44). Desta forma, o que eles negaram com a sua boca, a história mostraria e as pedras derrubadas seriam a boca de Deus para proclamar o erro do silêncio de Jerusalém.
Ainda muitas pessoas preferem o silêncio de suas histórias de negação de Jesus, os sorrisos falsos e as interpretações teatrais de vida com Deus. O Domingo de Ramos é sempre um dia para refletir sobre a hipocrisia de uma vida com Deus que seja irreal e inconsistente.
Cristo reivindica o seu devido lugar na sua mente e o exorta a um compromisso de vida e morte com Ele. As pedras da sua história, muitas vezes revelam a insensatez do seu silêncio. Mas, a visitação de Cristo se torna para você em uma oportunidade para atitudes diferentes. Não se cale!

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