domingo, 26 de maio de 2013

Conduzido Por Cristo em Meio ao Vale da Decepção

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O sentimento de quem passa por momentos difíceis é de que está sozinho, abandonado e desprotegido. Tornamo-nos críticos dos outros, da família, igreja, etc. Nos isolamos e recolhemo-nos em nossa dor. Deus poderia simplesmente retirar a nossa dor, atender nossas orações e nos fazer livres do sofrimento, mas não faz. Então, pensamos: Ele não se importa.
Um dia, um discípulo de Jesus, estava vivendo o mais profundo vale da auto decepção. Estava amargurado, sentindo-se o pior dos homens. Pedro, havia negado o Senhor e isto cortava-lhe a alma profundamente, sabia que tinha sido reprovado.
Talvez estivesse se lembrando do dia em que Jesus lhe chamou para segui-lo e das impactantes palavras, ditas ao povo de dentro do seu barco. Mas, agora, parecia estar só e sem saída.
Cristo ressuscitara e estava bem ali, comendo peixe e falando com seus discípulos (leia João 21.1-18). Pedro cortejava um sentimento estranho, pois estava feliz e triste ao mesmo tempo. Pensava: “Como encarar Jesus agora? A última vez que olhei para os seus olhos eu estava abandonando-o e negando minha fé” (Lucas 22.61).
Jesus veio na direção de Pedro. Seu vale de decepção era profundo e Jesus sabia que mais uma vez ele precisava ser puxado para cima. Fizera isto outras vezes com Pedro. Jesus vai na direção do seu precioso amigo e, por três vezes, lhe diz: “Tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas”.
Jesus prometeu que estaria conosco todos os dias. Ele nunca nos abandonará. E mesmo quando nos tornarmos reprováveis e fracassamos na caminhada, ele se volta para nós para nos restaurar. Ele está sempre disposto a caminhar conosco em nossos vales de decepção. Afinal, veio ao mundo para nos salvar!
“Nisto exultais, embora no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé (...) redunde em louvor” (1 Pedro 1.6-7).
Estas seriam palavras improváveis de serem ditas por Pedro, mas o fato de Jesus ter-lhe dado uma chance, sem reservas no coração, permitiu que Pedro emergisse da profundezas.
Você pode ser um Pedro agora. Deus se importa, Jesus se importa e está com você. Sua fé será provada e você emergirá também. Após provar a sua fé ele estenderá a mão e te trará para cima!   



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Enchei-vos do Espírito - Pentecostes


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

O Dia de Pentecostes sempre foi comemorado pelos judeus para fazê-los lembrar que haviam caminhado errantes pelo deserto, recebido as tábuas da Lei e colhido os frutos de seu andar debaixo da nuvem, quando finalmente entraram na Terra Prometida. Esta festa era a antiga festa das Semanas e recebeu o nome de Pentecostes, quando a língua grega passou a ser fala da também pelo povo judeu, por imposição cultural dos dominadores gregos.
Cinquenta dias após a do dia da Páscoa em que Cristo foi crucificado, os apóstolos estavam reunidos em um grande cenáculo, quando, de repente, um som, como de um vento muito forte, encheu o lugar onde estavam e, sobre eles pousaram línguas como de fogo e começaram a falar as coisas de Deus em línguas de outros povos (Atos 2.1 a 4). Este dia passou a ser considerado o Pentecostes Cristão.
O Espírito Santo iniciou o seu longo ministério junto à Igreja. Ele já exercia o seu papel com o povo de Israel, mas agora, veio para encher o coração dos crentes e guiá-los, na direção de uma vida que amadurece para se parecer com Cristo Jesus.
O apóstolo Paulo apresentou aos efésios esta graça e suplicou a eles que atentassem por serem cheios do Espírito Santo, como a única maneira de se alcançar essa maturidade que nos faz, menos parecidos com os filhos das trevas e mais próximos de Deus. “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5.18).
O enchimento do Espírito Santo é o remédio para a nossa luta contra o pecado. Considere seriamente sobre como você está lidando com isto na sua vida.
O enchimento do Espírito Santo é a busca de ser controlado pela nova natureza que recebemos de Cristo, o que Paulo chamou de “revestir-se do novo homem” (Ef.4.24).
No texto, o verbo “encher” é grafado no imperativo, presente passivo e traduz na ideia geral de que é nosso dever, se desejamos uma vida que agrada a Deus, oferecer espaço e condições para que sejamos alvo deste enchimento.
Paulo diz que este enchimento se daria, primordialmente, em uma vida de comunhão com outros crentes que vivem segundo o mesmo projeto (Ef.5.19 a 21). Por isto, a Igreja e a comunhão com os irmãos é algo de tão elevado valor na vida cristã. O Pentecostes Cristão é uma data que a Igreja deve comemorar sempre, é a data que marca a vida da Igreja Militante.


domingo, 12 de maio de 2013

Esperança Escatológica - Ascensão de Cristo


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

“Por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (Atos 1.11). A fé cristã é de natureza escatológica, sempre foi. Desde os primórdios, quando ainda não era conhecida como “cristã”, a fé bíblica é impulsionada pela expectativa futura.
No dia em que o Senhor prometeu para Adão e Eva que venceria aquele cenário da presença do pecado, por meio da vinda de um Libertador que esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3.15), a fé bíblica desenvolveu o potencial da esperança.
Foi assim também com Abraão, que decidiu crer em Deus e deixou tudo, confiando na promessa de Deus. Mesmo em avançada idade, creu contra a esperança de que Deus lhe daria uma grande descendência.
Moisés, caminhou adiante do povo por quarenta anos, na esperança de chegar à Terra Prometida. Davi, escolhido para lutar em nome de Deus, derrubou o Golias e venceu batalhas, por que confiou no Senhor. Os profetas, não se intimidaram diante de reis e exércitos, para anunciar a esperança da chegada do Messias.  
Enfim, muitos foram aqueles que movidos por sua fé, creram e depositaram em Deus todas as suas expectativas até que Cristo chegou. Por isto é que falamos que a fé cristã, desde o seu início é escatológica, sempre olhando com esperança para o futuro.
Nos dias de Cristo isto foi diferente. Ao viver ao lado dos seus discípulos, ensinar-lhes o propósito da sua vinda, ser crucificado e ressuscitar dos mortos, Jesus estava lhes oferecendo todo o conteúdo para uma fé que transformaria suas vidas e mundo ao seu redor.
Contudo, ao ser elevado aos céus no dia da sua ascensão, Cristo Jesus ofereceu mais um elemento que completaria esta fé transformadora. Jesus lhes concedeu a força da esperança escatológica. Mas, o que é  isto?
Esperança escatológica é uma disciplina da alma que faz o crente viver sempre seguro do amanhã. Quando, no dia da ascensão de Jesus, lhes foi anunciado, pelos anjos, que Jesus voltaria, a mente dos discípulos fora revestida de uma certeza final (escatológica).
Assim, a fé cristã, mais uma vez lançou luzes sobre o futuro. Do mesmo modo como no passado os filhos de Deus creram no Senhor e foram agraciados com a vinda do Messias, hoje, eu e você somos chamados a viver com esperança, no aguardo da volta de Jesus.
A esperança deve marcar a vido do crente e de fazê-lo vencer todas as lutas na expectativa constante de que um dia terá um encontro vivo e maravilhoso com o seu Rei. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O Conhecimento de Deus e o Amor


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Tenho insistido em enfocar o fato de que o Reino de Cristo é o Reino do Amor. O amor é a transformação mais profunda operada em nosso coração pecador. Portanto, na base da nossa busca espiritual deve figurar o anseio por desenvolver um amor a Deus que esteja absolutamente acima de qualquer outro.
O amor a Deus deve ser a mola mestra de toda a nossa vida, definindo e sujeitando as nossas motivações. Nossas escolhas, desejos, sentimentos, ações, tudo deve refletir a influência deste amor e, consequentemente, amaríamos o próximo, do modo como Cristo nos amou: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3.16). Esse amor não somente é o resultado, mas a comprovação prática do nosso amor a Deus.
Crentes bíblicos, interessados em uma fé pura e transformadora, sempre se perguntam: como crescer neste amor a Deus? É possível, em tempos de tanto desafeto, ódio, repulsa pelas coisas espirituais os homens se encontrarem com este amor transformador?
Ainda que tenhamos de lutar contra todos os males que assolam o nosso coração autocentrado, devemos crer que este processo de mudança nas bases do nosso “amor último” ocorre por meio de uma obra sobrenatural de Deus e é fortalecido pelo amadurecimento da nossa fé.
Uma das principais ferramentas do amadurecimento da nossa fé é o “conhecimento de Deus”. Conhecer a Deus é a mais importante ferramenta de mudança de nosso coração. Pois, ao conhecer a Deus nos conscientizamos de sua absoluta pureza, poder e glória.
O Evangelho do Reino não se limita a ser uma regra religiosa, destituída do uso das faculdades racionais. Ao contrário, a ordem de Cristo é que espalhemos o conhecimento de Deus ao mundo. Amaremos mais, conforme conhecermos mais ao nosso Deus e seu Filho Jesus: Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Habacuque 2.14).
Há crentes que defendem a ideia de que o conhecimento embota o amor a Deus. Não existe falácia mais desastrosa! O conhecimento verdadeiro de Deus nos aproxima do Senhor, nos faz mais dedicados e nos mostra quem somos, a ponto de nos capacitar a amar mais o próximo. Quando você rejeita este Evangelho de ensino, está rejeitando o amor a Deus como alvo máximo da sua vida.