segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A missão da igreja - o que queremos ver?



Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno

Quando comissionou sua igreja, Cristo outorgou-lhe a responsabilidade de fazer discípulos (Mt 28.19-20). Mas, antes de enviá-los ao mundo para  ensinar a respeito do Reino, Ele fez a gloriosa afirmação: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18).
Poucas vezes nos perguntamos qual o sentido de nossa missão na terra. Até mesmo nos esquecemos de tudo o que está em jogo no que diz respeito à presença da igreja no mundo. Parece que o tempo e as preocupações da vida roubam a nossa consciência do que é ser igreja.
Acredito que algumas destas questões já estavam presentes nos dias do Evangelista Marcos. A igreja, perseguida pelas forças do Império, retraiu-se e talvez tenha perdido o foco do seu propósito como mensageira do Reino. O testemunho da vida de Jesus, o Evangelho, serviria para recobrar no coração dos filhos de Deus o seu senso de dever e urgência.
No capítulo 2, Marcos nos conta a história de um homem paralítico que fora carregado por seus amigos para ver Jesus. O drama deste encontro é reforçado pelo fato de que os seus amigos içaram o acamado pelo telhado para que pudesse se aproximar de Cristo (Mc 2.4). No instante em que Jesus percebeu aquela ação, imediatamente declarou: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mc 2.5).
Os que estavam presentes pensavam ser um absurdo Jesus declarar o perdão de pecados. Diante desta reação, Jesus disse: “O que é mais fácil? Dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: levanta-te, toma o teu leito e anda? (Mc 2.9).
Todos se maravilhavam dos milagres de Jesus, mas não haviam entendido sua verdadeira missão: trazer o perdão ao mundo (Mc 2.10). Da mesma forma, nós não podemos nos esquecer de que nossa missão neste mundo vai muito além das expectativas que os homens podem ter com a utilidade de uma igreja.
A Igreja de Cristo é chamada a anunciar o perdão de Deus. Caso venhamos nos envolver com qualquer outra causa (educação, solidariedade, saúde etc.) não podemos nos esquecer do fato de que o homem, culto, sadio, socialmente estruturado, se estiver sem Cristo está perdido.
O que a Igreja precisa fazer é se inserir em todos os lugares deste mundo ensinando aos homens que “O Filho do Homem tem autoridade para perdoar pecados” (Mc 2.10). O resultado dessa missão? “A glória de Deus”. Somente homens perdoados podem ver a Deus e a sua glória (Mc 2.12). Isso é o que queremos ver!


sábado, 18 de janeiro de 2014

Bem Sei Quem és: O Santo de Deus!

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

A afirmação: “Bem sei quem és: o santo de Deus!” (Mc 1.24), não foi feita por um sacerdote, um discípulo devoto, um apóstolo, ou um homem piedoso qualquer, mas fora autoria de um demônio.
Marcos, como já temos explicado há alguns domingos, tem por missão exaltar a pessoa e obra de Jesus, tornando claro que ele era o Filho de Deus.
Na passagem acima, Marcos destaca que até mesmo um demônio, próximo a ser expulso da vida de um homem, proferiu um testemunho verdadeiro sobre Jesus Cristo, o filho de Deus.
O ponto ressaltado nessa passagem é que Jesus Cristo provava ser o Filho de Deus porque sua vida tinha o peso da santidade, que somente Filho do Altíssimo poderia ter.
A santidade de Cristo se comprovava na verdade com que ensinava a doutrina de Deus: “Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1.22). Essa comparação com os escribas ressaltava dois aspectos da verdade que Jesus pregava.
Por um lado, a verdade que Jesus anunciava era também vivida por ele. E isso ressaltava que ele estava separado por Deus para viver segundo o padrão elevado da lei.
O outro lado, decorrente de sua coerência, é que  dele não precisava corromper a verdade para justificar os seus próprios erros, o que era, infelizmente, muito comum entre os mestres da Lei (Mt 15.5-9).
Jesus expulsou aquele demônio, não se deixando levar pelo reconhecimento que este lhe dava e todos que presenciavam a cena se perguntavam: “...com autoridade ele ordena aos espíritos imundos e eles o obedecem” (Mc 1.27).
A autoridade de Jesus era provada pelo fato de que a sua santidade não o levava a fazer concessões ao mal. O maligno não dominava o seu modo de pensar e as portas do inferno não lhe resistiam.
Disse o demônio: “...vieste para perder-nos?”. Estava claro que Jesus não faria concessões ao maligno. Como de fato, ficara em toda a sua jornada de obediência ao Pai, até a sua chegada à cruz.
Como igreja de Cristo devemos assumir estes compromissos com a santidade. A santidade que devemos buscar não é derivada da nossa verdade, mas da doutrina de Deus e não podemos negociar valores ou corromper a verdade de Deus.
O mundo ainda há de testemunhar da Igreja: “...sem mácula, nem ruga... santa e sem defeito” (veja Ef.5.27).


sábado, 11 de janeiro de 2014

O Batismo de Jesus e o Amor

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Por que Jesus, sendo inculpável de todo o pecado se submeteu ao batismo de arrependimento ministrado por João Batista? Essa pergunta nos conduz a uma grande reflexão sobre a força do amor.
João Batista fora instruído por Deus sobre quem era Jesus (Jo 1.33-34). Ele dava constante testemunho a respeito de Cristo ao dizer: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Essas declarações nos mostram que a visão de João Batista, à respeito de Jesus era a de sua impecabilidade e excelência natural como Filho de Deus.
Mateus, ao tratar do batismo de Jesus, pontua sobre a importante posição de João que tentou dissuadir Jesus de submeter ao batismo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt 3.14). Jesus, porém, respondeu a João que aquilo era necessário como parte de todo o cumprimento da justiça (Mt 3.15).
Jesus não se referia à justiça necessária para perdoar os seus pecados, mas falava da sua submissão à justiça de Deus no que nossa condição de pecadores exigia. Pois ele, sabendo que haveria de fazer a expiação dos pecados por nós, já estava, em seu batismo, assumindo o compromisso de se envolver com a nossa queda a ponto de assumir os efeitos judiciais da nossa condição, mesmo que ele próprio não tenha pecado: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).
Jesus nos amou e isto o moveu em toda a sua caminhada neste mundo. No seu batismo ele declara este amor tanto quanto na cruz. Ele compõe parte de sua humilhação, pois, por amor, ele assume um compromisso de tomar sobre as nossas dores e iniquidades.
O exemplo de Jesus é um apelo para todos nós. Ele não viveu para si mesmo, mas para seu Pai. Ele não pensou em si mesmo, mas em nós. Ele nos estimula a viver o elevado padrão do amor incondicional. Isso é entrega definitiva de suas esperanças a Deus.
O resultado dessa atitude de entrega e submissão do nosso Mestre é a declaração celestial: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”. Nela, o Pai se manifesta declarando “intimidade”, “amor” e “alegria” para com o Filho. Estes são os resultados próprios da sua decisão de viver para  cumprir a vontade do Pai.
O amor tem o poder de nos mover a obras cujos resultados sejam igualmente preciosos. Isso requer ousadia de fé e perseverança. Amar é, portanto, uma preciosa dádiva que nos qualifica diante de Deus e nos move. Imite Jesus, o Filho Amado!


domingo, 5 de janeiro de 2014

Jesus Cristo Mudou Meu Viver

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
“Toda autoridade me foi dada, no céu e na terra” - Essas palavras marcaram significativamente uma nova era na História. O Filho de Deus, subiu aos céus e assumiu o trono de sua glória. Mas, lamentavelmente, nem sempre conseguimos manter nosso coração confiante nessa premissa da existência.
É comum que nos declaremos crentes nessas afirmações do poder e da autoridade de Jesus Cristo como Senhor de todas as coisas, mas vivermos como se isso não exercesse nenhuma influência sobre o cotidiano
As Escrituras afirmam que Deus exerceu em Cristo o seu poder e: “...fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que tudo enche em todas as coisas” (Ef 1.20-23). Essa convicção tornou homens simples, como os primeiros discípulos e a primeira gerações da fé cristã, em pessoas habilitadas para espalhar a mensagem do Evangelho em todo os lugares.
A ousadia que devemos ter como cristãos e continuadores da obra do Mestre não deve residir em nossa capacidade de dar à nossa fé os contornos mais plausíveis, ou torná-la atraente ao mundo, mas no poder dAquele a quem servimos e que está na direção de todas as coisas.
Da mesma maneira, que ele preside o mundo e tudo o que há, governa com amor a vida dos seus pequenos irmãos adotivos, a Igreja: “...o deu à igreja, a qual é o seu corpo”. Assim, quando nos submetemos a Cristo Jesus como nosso Senhor, estamos nos inserindo em um grupo de pessoas que deve viver sob a mais forte influencia de uma consciência que declara servir ao “Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores” (Ap 19.16). E isso muda a nossa vida.
Quando falamos em mudar a nossa vida, não estamos pensando nas coisas pequenas como por exemplo: um dia ser pobre e depois ficar rico, ou de ser uma pessoa solitária e depois achar companhia. Pensamos em algo muito maior, pois ele muda o sentido da nossa vida: “Não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Ele nos ensina a viver centrados em Deus e não em nós mesmos.
Cada dia da nossa existência, quando vivida sob a intensa influência da fé em Cristo Jesus Rei, é vivido sob novas perspectivas e objetivos. Essa é a força que move a vida de um cristão neste mundo. Esse é o padrão de “vida nova” que Deus espera ver na sua Igreja e que deve mudar o mundo ao nosso redor.