Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno
A afirmação: “Bem sei quem és: o santo de Deus!” (Mc 1.24), não foi feita por um sacerdote, um discípulo devoto, um apóstolo, ou um homem piedoso qualquer, mas fora autoria de um demônio.
Marcos, como já temos explicado há alguns domingos, tem por missão exaltar a pessoa e obra de Jesus, tornando claro que ele era o Filho de Deus.
Na passagem acima, Marcos destaca que até mesmo um demônio, próximo a ser expulso da vida de um homem, proferiu um testemunho verdadeiro sobre Jesus Cristo, o filho de Deus.
O ponto ressaltado nessa passagem é que Jesus Cristo provava ser o Filho de Deus porque sua vida tinha o peso da santidade, que somente Filho do Altíssimo poderia ter.
A santidade de Cristo se comprovava na verdade com que ensinava a doutrina de Deus: “Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mc 1.22). Essa comparação com os escribas ressaltava dois aspectos da verdade que Jesus pregava.
Por um lado, a verdade que Jesus anunciava era também vivida por ele. E isso ressaltava que ele estava separado por Deus para viver segundo o padrão elevado da lei.
O outro lado, decorrente de sua coerência, é que dele não precisava corromper a verdade para justificar os seus próprios erros, o que era, infelizmente, muito comum entre os mestres da Lei (Mt 15.5-9).
Jesus expulsou aquele demônio, não se deixando levar pelo reconhecimento que este lhe dava e todos que presenciavam a cena se perguntavam: “...com autoridade ele ordena aos espíritos imundos e eles o obedecem” (Mc 1.27).
A autoridade de Jesus era provada pelo fato de que a sua santidade não o levava a fazer concessões ao mal. O maligno não dominava o seu modo de pensar e as portas do inferno não lhe resistiam.
Disse o demônio: “...vieste para perder-nos?”. Estava claro que Jesus não faria concessões ao maligno. Como de fato, ficara em toda a sua jornada de obediência ao Pai, até a sua chegada à cruz.
Como igreja de Cristo devemos assumir estes compromissos com a santidade. A santidade que devemos buscar não é derivada da nossa verdade, mas da doutrina de Deus e não podemos negociar valores ou corromper a verdade de Deus.
O mundo ainda há de testemunhar da Igreja: “...sem mácula, nem ruga... santa e sem defeito” (veja Ef.5.27).
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