Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno
Por que Jesus, sendo inculpável de todo o pecado se submeteu ao batismo de arrependimento ministrado por João Batista? Essa pergunta nos conduz a uma grande reflexão sobre a força do amor.
João Batista fora instruído por Deus sobre quem era Jesus (Jo 1.33-34). Ele dava constante testemunho a respeito de Cristo ao dizer: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Essas declarações nos mostram que a visão de João Batista, à respeito de Jesus era a de sua impecabilidade e excelência natural como Filho de Deus.
Mateus, ao tratar do batismo de Jesus, pontua sobre a importante posição de João que tentou dissuadir Jesus de submeter ao batismo: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt 3.14). Jesus, porém, respondeu a João que aquilo era necessário como parte de todo o cumprimento da justiça (Mt 3.15).
Jesus não se referia à justiça necessária para perdoar os seus pecados, mas falava da sua submissão à justiça de Deus no que nossa condição de pecadores exigia. Pois ele, sabendo que haveria de fazer a expiação dos pecados por nós, já estava, em seu batismo, assumindo o compromisso de se envolver com a nossa queda a ponto de assumir os efeitos judiciais da nossa condição, mesmo que ele próprio não tenha pecado: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21).
Jesus nos amou e isto o moveu em toda a sua caminhada neste mundo. No seu batismo ele declara este amor tanto quanto na cruz. Ele compõe parte de sua humilhação, pois, por amor, ele assume um compromisso de tomar sobre as nossas dores e iniquidades.
O exemplo de Jesus é um apelo para todos nós. Ele não viveu para si mesmo, mas para seu Pai. Ele não pensou em si mesmo, mas em nós. Ele nos estimula a viver o elevado padrão do amor incondicional. Isso é entrega definitiva de suas esperanças a Deus.
O resultado dessa atitude de entrega e submissão do nosso Mestre é a declaração celestial: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo”. Nela, o Pai se manifesta declarando “intimidade”, “amor” e “alegria” para com o Filho. Estes são os resultados próprios da sua decisão de viver para cumprir a vontade do Pai.
O amor tem o poder de nos mover a obras cujos resultados sejam igualmente preciosos. Isso requer ousadia de fé e perseverança. Amar é, portanto, uma preciosa dádiva que nos qualifica diante de Deus e nos move. Imite Jesus, o Filho Amado!
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