Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno
Como você reagiria se um médico demorasse para ir ao quarto de sua filha por estar atendendo outro paciente e seu atraso custasse-lhe a vida? O texto bíblico que conta a história do contato de Jairo, chefe da sinagoga, com Cristo Jesus (Mc 5.21-24, 35-43) tem uma certa semelhança com este possível drama médico.
“Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva e viverá”. Jesus foi com ele” (Mc 5.23-24). Jairo enfrentava uma grave crise familiar e temia pela vida de sua filha. Ele se referia a ela usando uma palavra que destaca a ideia de “juventude” (Thugater - minha filhinha - novinha). Essa expressão revela o drama que a história pretende nos mostrar.
A caminho da casa de Jairo, Jesus se depara com uma grande multidão que o comprime e atrapalha o trajeto. Entre a multidão, estava uma mulher que também vivia um grave drama pessoal, pois há doze anos sofria de uma doença que além de ter um alto custo financeiro, cobrava-lhe um custo social (Mc 5.25-26).
“Tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. Porque dizia: Se eu apenas tocar as vestes, ficarei curada” (Mc 5.27-28). Ao tocar as vestes de Jesus, a mulher foi imediatamente curada. Jesus interrompeu sua jornada em direção à casa de Jairo para saber quem havia lhe tocado, pois sentira a diferença deste toque (Mc 5.30). A mulher se apresentou e ouviu de Jesus: “Filha, a tua fé te salvou, vai-te em paz e fica livre do teu mal” (Mc 5.34).
Enquanto tudo isso acontecia, Jairo recebia a notícia que buscava afastar: “Tua filha já morreu” (Mc 5.35). Jesus teria se atrasado? A multidão, ou a mulher que fora curada, teriam impedido que sua filha também fosse salva?
Jesus aproximou-se de Jairo, dizendo-lhe: “Não temas, crê somente” (Mc 5.36). Ele dirigiu-se a sua casa e, na companhia de alguns dos discípulos, trouxe a “menina” (Talita) de volta à vida usando sua autoridade sobre a morte: “Menina, eu te mando, levanta-te” (Mc 5.41).
Doze anos de doença ou mesmo a morte não poderiam limitar o poder de Jesus. Marcos nos conduz por essas histórias a colocar a nossa fé na autoridade que Cristo tem sobre a vida e a morte.
Qualquer que seja a circunstância, podemos crer que Jesus agirá na hora certa. Nunca é tarde para Cristo. Podemos e devemos repousar nossa esperança nEle e oferecer-lhe nosso coração e fé. Não temamos, creiamos somente!
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