segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cristo, o Arquiteto e Construtor da Casa de Deus


Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno
Quando comecei a minha vida profissional ingressei no ramo da construção civil. Sempre gostei muito desta atividade e, mesmo tendo um chamado ministerial, pensava e insistia na ideia de seguir carreira na construção de edifícios. Hoje, entendo que Deus me guiou para primeiro trabalhar no ramo da construção para me ensinar algumas coisas.
Na construção civil aprendi a lidar com pessoas. Pois, no mundo que é uma obra de grande porte, estabelecemos contatos com diversos tipos culturais, sociais e várias classes econômicas, desde os endinheirados proprietários de empreendimentos, até os mais sofridos pais de família, trabalhando para enviar todo o seu dinheiro para a família em outro estado do Brasil. Também aprendi a lidar com projetos e descobrir a importância de saber ler e confiar naqueles que estabeleceram o mapa da construção, os projetistas, arquitetos e engenheiros.
Hoje, na vida cristã, como pastor de igreja, continuo utilizando estes aprendizados. Primeiro, tenho de me relacionar e entender pessoas de diversos matizes e também preciso entender bem o mapa da construção da Casa de Deus, que somos nós, os filhos que o Senhor chamou das trevas para a luz. O arquiteto e construtor é Deus, por meio da pessoa do Senhor Jesus Cristo: autor da nossa salvação (Hb 1.2; 2.10).  
Uma das coisas importantes em uma construção é confiar na experiência e capacidade de quem elaborou o projeto de construção e esse é um passo decisivo também na vida cristã. Jesus Cristo é apresentado na carta aos Hebreus também como o “Construtor da casa de Deus”. E foi comparado com Moisés, porém considerado maior que ele: “Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu. Pois toda casa é estabelecida por alguém, mas aquele que estabeleceu todas as coisas é Deus (Hb 3.3-4).
Nesta carta que trata, dentre tantas coisas, da construção do verdadeiro “povo de Deus” e do “reino vindouro do Senhor”, somos concitados a confiar no Filho de Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor. Somos chamados a ter um compromisso com a construção que ele está fazendo na História. Essa construção é a “Casa de Deus”. Ele a estabeleceu, isto é, lançou os seus alicerces e agora está construindo sobre este firmamento.
Atendemos ao chamado de Jesus mantendo-nos firmes em viver segundo o projeto de Cristo, isto é, vivemos segundo a Palavra de Cristo. Somos a Casa de Deus, criados para viver em obediência a Deus, para a sua glória. Perder este foco é um erro de leitura do projeto.

sábado, 21 de junho de 2014

Cristo, nosso irmão!

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno
Um antigo poema "Pegadas na Areia" nos fala de Cristo
andando conosco nos momentos difíceis da vida: "Filho só aparecem
as minhas pegadas, porque eu te levava no colo"

Com certeza, o entendimento de Cristo como nosso Senhor é fundamental para um bom relacionamento do crente com toda o mundo que o cerca. Pois, ao subir aos céus e ter sido feito “Senhor de todas as Coisas”, Jesus assumiu a posse de todas as coisas, fazendo com que toda a realidade ao nosso redor viesse a ter um “significado cristocêntrico”.
O Novo Testamento exalta o senhorio de Cristo: “E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (Ef 1.22-23). O escritor da Carta aos Hebreus, por sua vez, propõe a superioridade de Cristo e o seu senhorio sobre tudo como fundamentos da nossa submissão a Ele: “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles”(Hb 1.3-4). Para o escritor bíblico, não se submeter a Cristo e à sua Palavra é um ato de completa insensatez e um perigo eterno: “Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte” (Hb 12.25).
Não obstante a ênfase no “senhorio de Cristo”, o Novo Testamento mostra que toda esta elevada posição não afastou Cristo de sua intimidade e proximidade com cada um nós, seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28.20). Seguindo esse mesmo conceito, a Carta aos Hebreus destaca essa ligação pessoal de Cristo conosco ao pontuar que “Ele é nosso irmão”: “Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hb 2.11).
O Senhor Jesus estabeleceu um governo altamente sensível à nossa dor e à nossa realidade: “Pois, naquilo que ele mesmo sofreu tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18). Você e eu podemos nos sentir não somente seguros, mas amparados por um Rei Celestial que se compadece e entende o que nos sujeita à fraqueza: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas” (Hb 4.15).
Caro irmão, tenha uma certeza: Jesus, nosso irmão mais velho, Rei e Senhor, continua muito próximo de nós. Não importa o que estejamos passando, ainda podemos nos sentir acompanhados e protegidos, pois nosso irmão está ao nosso lado.


domingo, 15 de junho de 2014

Capacitados para testemunhar


Autor: Bel Marcos Cleber Santos Siqueira

David Livingstone nasceu na Escócia, em 1813. Quando jovem, decidiu propagar o evangelho na África, tornando-se o maior missionário daquele continente. Anos mais tarde, outros missionários resolveram retomar os caminhos de Livingstone. Quando começaram a falar de Cristo e de Seu amor, foram surpreendidos pelos nativos: “
Nós já conhecemos este homem! Ele viveu aqui conosco!”. “Não é bem isso”, responderam os missionários. "Estamos falando de Jesus Cristo, que viveu há quase dois mil anos”- explicaram os evangelistas. Posteriormente, os missionários ingleses entenderam que Livingstone teve uma vida tão exemplar que foi confundido com o próprio Cristo.
Semelhantemente, somos chamados para sermos testemunhas de Cristo no contexto em que estamos inseridos. Ser testemunha refere-se a uma pessoa que presenciou um acontecimento ou alguém que apresenta um testemunho no qual defende ou promove uma causa. Embora nobre, tal tarefa não é simples, principalmente quando consideramos nossa pecaminosidade. De fato, não conseguiremos sozinhos ser testemunhas fiéis de Cristo. Precisamos mais do que boas intenções, precisamos do poder do Alto.
O que qualificava e impelia os apóstolos a serem testemunhas de Cristo era o poder do Espírito (At 1.8). Tanto o Espírito quanto os apóstolos compartilhavam da mesma atividade, dar testemunho, “o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim; e vós também testemunhareis...” (Jo 15. 26-27).
Jesus concede ao Espírito Santo o título de Consolador (do grego, parakletos). O termo denota alguém que é chamado para o auxílio ou defesa de outrem. Na cultura da época, em um contexto jurídico, o acusado defendia-se por meio de uma testemunha. Não era necessário que o “advogado” do acusado fosse um profissional altamente treinado, mas alguém que o conhecesse intimamente e o defendesse, alguém que tivesse acompanhado a vida do acusado e pudesse testemunhar, um amigo íntimo.
O Espírito Santo foi o constante companheiro do Filho em Seu ministério, desde o ventre até o túmulo e o trono. Neste cenário, o Espírito é, idealmente, o indicado para ser a principal testemunha em prol de Cristo. O Espírito, que habita em nós, testemunha de Cristo aos nossos corações para que testemunhemos dEle (1Co 12.3).
Aquele que tem o Espírito, tem o testemunho de Cristo em seu coração. Aquele que tem o Consolador, tem a presença bendita do Salvador em seu ser. Aquele em quem o Santo Espírito habita é capacitado com poder para testemunhar do Senhor.


sábado, 7 de junho de 2014

Pentecostes - Verdade e Vida Para as Nações

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

No dia de Pentecostes, segundo a promessa de Jesus, desceu sobre os discípulos o Espírito Santo e lhes concedeu que falassem às diversas nações r
epresentadas em Jerusalém. O ponto central deste momento não era o fato de que os apóstolos estavam falando em outras línguas, mas que povos de diversas línguas podiam ouvir a respeito das “Grandezas de Deus” (At 2.11). Deus, naquele dia, estava reunindo as nações para ouvir a voz do Evangelho.
Jesus, ainda no cenáculo da Páscoa, havia dito aos seus discípulos que o Espírito viria e conduziria os homens à verdade, fazendo-os ouvir a voz do Cristo glorificado: “Quando vier o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.13-14)
Quando voltamos no tempo por meio do texto bíblico, nos deparamos com o episódio em que, num ato de juízo, o Senhor espalhou os seres humanos pela terra, quando lhes confundiu as línguas na “Torre de Babel” (Gn 11.9). Desta forma, Deus punia a arrogância humana, dificultando a comunicação entre as diversas famílias, as quais dariam origem às mais diversas nações.
A partir daquele dia, para que alguma nação ouvisse sobre as grandezas de Deus seria necessário ir à Israel. No Pentecostes, entretanto, Deus operou o milagre de permitir com que o seus discípulos caminhassem na direção de todas as nações e fossem capazes de anunciar o Evangelho das grandezas de Deus: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8).
A presença do Espírito Santo no seio da Igreja é particularmente sentida quando somos guiados à verdade e a Palavra de Deus se torna eficaz na nossa vida, operando mudanças que nos fazem mais obedientes e capazes de viver segundo o padrão de Cristo (Ez 36.26-27). Mas essa presença deve se manifestar também na nossa consciência como divulgadores dessa Palavra. 
O Pentecostes veio trazer à humanidade a possibilidade de ouvir o Evangelho e à igreja a responsabilidade de ser o seu porta voz. Quando somos omissos ou nos equivocamos no anúncio da verdade, caminhamos na direção oposta da vontade de Deus e reeditamos, por conta própria, a dureza do juízo do episódio de Babel e os homens se mantém confusos. Portanto, verdade e vida se unem na Igreja, que prega o Evangelho e o vive no poder do Espírito Santo. 

domingo, 1 de junho de 2014

A Ascensão de Cristo e a Jornada do Crente


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Após a ressurreição, o Senhor esteve por quarenta dias falando aos seus discípulos a respeito do seu Reino (Atos 1.3). Jesus lhes falou sobre o Espírito Santo que viria sobre eles e que os conduziria neste mundo (At 1.5-8).
A promessa da descida do Espírito Santo estava vinculada à Ascensão de Cristo: “Convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16.7).  Na sua ascensão, Cristo Jesus assentou-se no trono, à destra de Deus, donde derramou sobre a Igreja o Espírito Santo: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (Atos 2.33).
A ascensão de Jesus, portanto, não se trata apenas de uma parte do processo da glorificação do Senhor, mas também marca o início de uma ligação celestial da Igreja com o seu Rei. Do céu, por  meio do seu Espírito, Cristo conduz a  sua Igreja: “Quando vier o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.13-14).
O Espírito Santo trabalha com a verdade da Palavra de Deus para nos mostrar o caminho e motivar-nos a viver em santa obediência a Deus. Desta forma, uma das mais importantes tarefas para os crentes que desejam viver segundo a vontade de Deus é aprender e crescer na ciência e prática da Palavra de Deus, que é a “verdade de Deus” (Jo 17.17).
Nossa ligação com o Cristo glorificado se dá especialmente no modo encaramos e nos compromissamos com a Palavra da Verdade. As Escrituras são a joia preciosa que devemos desejar guardar em nosso coração. Elas nos conduzirão por esta vida e nos ajudarão a testemunhar e viver para a glória de Deus. O modo como nos envolvemos com a Palavra de Deus fala muito sobre a nossa vida cristã e o que realmente esperamos desta vida.
Quando um crente despreza a Palavra de Deus, relegando-a a um papel secundário na sua vida, está demonstrando que sua preocupação vital está vinculada a coisas passageiras. Mas, quando o cristão decide que a Palavra de Deus será proeminente na sua vida e norteará as suas decisões, está apresentando ao mundo um modelo de pessoa que vive para coisas eternas.
Aceite o desafio de Cristo e viva ouvindo a Palavra que desce do céu. Deixe o Espírito Santo guiar a sua vida e determinar sua jornada rum o à eternidade com Cristo.