domingo, 26 de junho de 2011

Precisamos do Espírito da Verdade - 26 de junho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

A Grande Obra da Redenção está se processando neste mundo por meio da ação poderosa do Espírito Santo. A Terceira Pessoa da Trindade é a responsável por todo o trabalho de aplicação da Redenção no coração dos homens redimidos.
Este é um dos temas mais importantes da Teologia Pneumatológica que estuda a Pessoa e Obra do Espírito Santo. Mas, infelizmente, não temos dado tanta atenção para compreender este processo e trabalho do Espírito de Deus.
Jesus Cristo, procurou dar aos seus discípulos a dimensão correta deste trabalho do Espírito Santo, quando focou a descrição da obra do Parácleto no capítulo 16 do Evangelho de João.
O que eu acho interessante considerar é que este evangelho foi escrito já final do período apostólico, por volta do ano 95 d.C. Mas, porque isso é interessante? Porque, João achou ser muito importante enfatizar estes diálogos, naquele tempo em que a Igreja estava sendo ferozmente perseguida e principalmente, estava perdendo suas primordiais referencias humanas, os próprios apóstolos.
Em outras palavras, João achou importante mostrar que o Consolador era o grande poder da Igreja, pois significava a força e a mente de Cristo na Igreja.
No capítulo 16 do Evangelho de João, a palavra de Jesus sobre o Espírito Santo, apontou para várias características da sua obra e dos motivos do Espírito ter sido dado, entretanto, ele destaca uma das mais importantes ações do Espírito Santo: conduzir os discípulos à verdade. Para isso ele destaca, usando o nome: Espírito da Verdade (João 16.13).
O nosso tempo tem repudiado qualquer noção de uma verdade objetiva. Ao contrário, tem procurado estabelecer a idéia de que a verdade é sempre relativa. Mas, ao contrário disto, o Espírito Santo é aquele que nos conduz à Verdade de Deus sobre o homem e sua existência.
A obra da Redenção é aplicada aos escolhidos de Deus por meio de uma obra espiritual que tem como principal arena a “mente humana”. O Espírito da Verdade, tem como trabalho conduzir a mente dos filhos de Deus e fazê-los pensar os pensamentos de Cristo e, se desejamos ser uma Igreja cheia do Espírito, devemos nos lembrar de que é em nossa mente que este trabalho do Espírito tem de prosperar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Precisamos da Correção do Espírito Santo - 19 de junho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Em minha opinião, uma visão distorcida da Pessoa e Obra do Espírito Santo tem influenciado para que a Igreja Cristã não desfrute, em plenitude, da presença gloriosa do Parácleto Divino.
Com a forte ênfase dada à manifestação do Espírito Santo através dos dons, muitos acreditam que o trabalho que a Terceira Pessoa da Trindade exerce é o de promover a igreja através de seu poder espetacular, proporcionando que coisas tidas como “sobrenaturais” estejam presentes no dia a dia da comunidade dos salvos. Mas, reduzir a obra do Espírito a apenas este aspecto de suas capacitações é um erro que precisamos evitar.
Uma das marcas da presença do Espírito Santo na vida do povo de Deus é que Ele nos esclarece sobre a nossa condição humana decaída. Foi desta forma que Jesus se expressou sobre a vinda do Espírito Santo: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).
Uma Igreja que se renova e se enche do Espírito Santo evidencia esta presença e agir de muitas maneiras, mas uma destas maneiras de manifestá-lo está neste processo de contínua busca da santidade, da retidão e do temor do Senhor. Infelizmente, hoje em dia, as pessoas que dizem estar dirigidas pelo Espírito Santo, sequer se preocupam com o seu linguajar, vestimentas, hábitos e outras posturas pecaminosas.
O Espírito Santo, trabalha principalmente para lapidar a Igreja, a noiva de Cristo, tornando-a cada vez mais limpa das marcas e presença do pecado. O apóstolo Paulo assim se expressou: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2. Coríntios 3.18).
Como podemos perceber, o Espírito Santo não deve ser crido e desejado apenas como aquele que nos reveste de poderes espetaculares. Devemos esperar que Ele nos corrija e nos conduza pelos caminhos da santidade. Sua presença na Igreja é primordial para isso, pois não podemos nos esquecer de que ainda somos pecadores.
Nós, em nossos melhores momentos com Deus, podemos ser tentados e cair. O Espírito é a companhia mais importante para nos alertar e, mesmo quando cairmos, nos levantar e nos fazer andar novamente na direção de Deus.

sábado, 11 de junho de 2011

O Batismo Com Espírito Santo Para o Presbiteriano - 05 de junho de 2011


Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Por muitos anos ouvi de irmãos pentecostais: você já foi batizado com o Espírito Santo? Na verdade, o que queriam perguntar era: você fala em línguas? Quando um diálogo deste ocorre entre presbiterianos e pentecostais o resultado já sabemos: divergência.
Para o presbiteriano, o “batismo com o Espírito Santo” não tem nada a ver com o falar em línguas. Para a fé reformada ortodoxa, o batismo com o Espírito Santo é o ato da regeneração, ou seja, o momento em que o Espírito Santo passa a fazer morada na vida do crente, quando ele tem o seu “novo nascimento”.
Já para o pentecostal, o “batismo com o Espírito Santo” é semelhante a uma segunda manifestação do Espírito na vida da pessoa crente, na qual, por meio do falar em línguas, a pessoa dá provas evidentes de um amadurecimento na fé.
Na verdade, quando começamos a falar deste assunto, a confusão fica muito grande. Na minha opinião, a falha não é da Bíblia ou da interpretação que se dá aos textos, mas decorre de que este assunto tem sido tratado à luz da experiência pessoal dos indivíduos e não à luz das Sagradas Escrituras.
Quando você lê um texto como o de 1 Coríntios 12, terá luzes sobre a questão. O verso 13 define que “todos os membros do corpo de Cristo são batizados em um só Espírito”.  E no verso 30, percebemos que a pergunta do apóstolo encerra um ensino: nem todos têm todos os dons, portanto, nem todos falam em línguas. Por isso, falar em línguas  também não poderia ser um sinal de maturidade a ser exigido de todos os crentes.
Evidentemente, discordamos dos  crentes pentecostais em muitas coisas com relação ao “batismo com o Espírito Santo” e o “falar em línguas”, mas caminhando noutra direção, permitam-me fazer duas perguntas: para nós presbiterianos o que o Espírito Santo faz de importante quando nos batiza? Que sinal visível pode ser evidência dessa graça invisível?
Uma nova vida é o resultado do batismo com o Espírito Santo e a grande evidência externa disto é a nossa unidade. O texto citado nos ensina que a principal obra do Espírito é a “unidade do Corpo de Cristo”. O melhor sinal de nosso batismo com o Espírito é a nossa disposição para sermos um só corpo em Cristo Jesus. Esse é o maior desafio da Igreja de Cristo há séculos e essa é a grande obra do Espírito Santo em nós.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

As pontes vivas de Cherrapunji e a Construção de Igrejas Duradouras

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Assisti certo documentário sobre as "Pontes Vivas de Cherrapunji" e fiquei impressionado com a determinação dos indianos daquelas regiões, os construtores das tais pontes. Na verdade, trata-se de um sintonia entre humanos e natureza no objetivo de vencer os obstáculos das correntezas sinuosas e pedregosas dos rios da região. 
Às margens dos rios caudalosos e mesmo dos riachos daquela região, nascem árvores, parecidas com aquelas dos mangues brasileiros, cujas raízes parecem-se muito com cipós. Os habitantes da região, há centenas de anos, descobriram que podiam usar o crescimento dessas raízes a seu favor. 
Então, o que eles fazem, dia após dia, mês após mês, ano após ano, eles vão às margens e vão amarrando as pequenas raízes, procurando dar-lhes a direção que querem, visando entrelaça-las, formando um forte cordão de raízes entrelaçadas. O que desejam fazer é criar uma estrutura que ultrapasse por cima do rio. 
Imagine que o resultado é o que podemos ver na foto acima, uma estrutura viva que serve de ponte natural-viva para a passagem de um lado a outro do rio. O que me espanta nessa história é que uma ponte destas, não é um trabalho de alguns dias, meses ou anos, mas um empreendimento de vidas inteiras. 
Na verdade, quando um morador local começa uma ponte destas, sua família continua a sua obra, que termina em três ou quatro gerações depois. Ou seja, trezentos ou quatrocentos anos em um projeto de vida, cujo o objetivo é abençoar os que virão depois. 
Essa história me impressionou muitíssimo por conta da dedicação destes construtores, seu respeito à natureza, mas principalmente, sua determinação em favor das futuras gerações e isso me levou a refletir sobre a "construção de igrejas duradouras". 
Aquela trança de raízes, realizada ao longo de décadas ou centenas de anos, são como as nossas construções mais importantes, nossos valores e ideais, os quais preservamos e construímos e oferecemos como legado para os que vêem depois de nós. 

Vivermos em uma sociedade extremamente consumista, que, de certa forma, incentiva um espírito depredador. Este comportamento é marcado pelo hábito de usufruir sem se envolver, sem participar, senão dos privilégios e benefícios oferecidos, para depois largar e partir para outra fonte. Assim, os vêem depois recebem apenas carcaças e construções sem vida. 
Imagine se em Cherrapunji, um geração resolver que não irá mais trançar raízes! O trabalho de seus antepassados será totalmente perdido e os seus herdeiros serão mais pobres e terão mais dificuldades e, em muitos casos, sequer poderiam recomeçar. 
Nossa responsabilidade é muito grande e é dupla: primeiro, devemos valorizar o trabalho de todos os que nos antecederam nessa jornada e, em segundo lugar, precisamos deixar pontes fortes para que as próximas gerações usufruam e sejam enriquecidas por nossos trabalhos. 
Construir "Igrejas Duradouras" não é uma tarefa simples, que se faz em um, dois ou três meses e anos, mas é trabalho de vidas inteiras. Vidas que se deixam trançar umas às outras, corajosamente vencendo obstáculos e permitindo com que os que vierem depois busquem outros desafios ainda maiores.
Não tenho dúvidas de que as pontes vivas de Cherrapunji resistirão ao tempo e todas as maiores enchentes. Também não tenho dúvidas que Igrejas construídas com este nível de preocupação e desvelo haverão de permanecer. Sobretudo, permanecem se suas trançadas tiverem uma única raiz original: o fundamento dos apóstolos e profetas, a Sagrada Palavra de Deus, que é encarnada no Verbo Divino, Cristo Jesus. 


terça-feira, 7 de junho de 2011

Fé Que Revoluciona Olha Para o Alto - 05 de junho de 2011

Autor: Rev. José Maurício Passos Nepomuceno

Temos nos referido aos apóstolos como homens que revolucionaram o mundo por meio da fé: “essa é a vitória que vence o mundo, a nossa fé!” (1 João 5.4). E, de fato, eles o fizeram! A ousadia que tiveram, como resultado do contato com o Cristo Vivo, foi determinante para que o Cristianismo se espalhasse pelo mundo.
Para os sociólogos e historiadores, o fenômeno da expansão do Cristianismo seguiu regras humanas, tais como: as carências dos povos, o uso político da fé pelos governantes, o fator agregador do cristianismo como uma fé que não era apenas de um povo, como o judaísmo etc.
Nós nem precisamos negar que estes e outros fatores “humanos” tenham colaborado, mas o que importa reconhecer é que Deus, usando todas essas necessidades e características, esteve ao lado daqueles homens, que em sua maioria, pescadores, não seriam, por si mesmos, capazes desta grande obra revolucionária.
Nossa pergunta recorrente durante estes domingos em que abordamos o tema “fé revolucionária” foi: mas o que aconteceu para que homens simples, tímidos, incrédulos se tornassem que tais, transformadores da realidade ao seu redor?
E a resposta que temos encontrado é que eles aprenderam a enxergar a vida com os olhos da fé! Eles sabiam que, quando olhavam para os céus, lá, assentado no Trono, estava Jesus a cuidar da vida deles e a acompanhá-los em todos os seus caminhos.
João, usando de um recurso literário interessante escreveu a seguinte afirmação, em forma de pergunta: “Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus (1 João 5.5)? Em outras palavras, João está dizendo: ninguém vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus.
Em nossos dias, esse é o pensamento que tem de inundar a nossa alma e nos fazer cheios de esperança. A única coisa que pode tornar a Igreja de Cristo vitoriosa neste mundo é a sua capacidade de viver com os olhos no Trono de Cristo.
Precisamos recuperar essa visão da glória sem par, do alto e sublime Trono do profeta Isaías e da Majestade das descrições apocalípticas de João. Precisamos voltar a enxergar tudo com os olhos da fé e lembrar todos os dias que no Trono está assentado. Precisamos da ousadia daqueles primeiros apóstolos, os primeiros homens a viver com o coração cheio da esperança que vem do Trono da Glória de Jesus Cristo!