sábado, 12 de dezembro de 2015

Imagens do Messias - O Servo Sofredor

Autor: Rev. José Mauricio Passos Nepomuceno


Filme Nárnia - Cena: A Morte de ASLAN
Na profecia de Isaías, podemos identificar algumas imagens do Messias:  o Filho da Virgem, o  Governante Real e o Servo Sofredor. A imagem de “Servo Sofredor” é particularmente trabalhada na parte final do livro (capítulos 42 a 53),, onde  encontramos vários textos sobre o “Servo de Jehovah” (42.1-7; 49.1-6;;50.4-9; 52.13; 53.12).
A Bíblia, de forma especial, usa o termo “servo”, para designar indivíduos que desenvolveram um relacionamento com Deus de verdadeira piedade e desempenharam papéis específicos na obra de Redenção. Alguns dos mais destacados exemplos deste tipo são: Moisés (Nm 12.7) e Davi (1Cr 17.17).
A partir do capítulo 42 de Isaías, o termo servo é empregada para designar alguém específico, uma pessoa pactual que viveria incondicionalmente para Jehovah e daria sua  vida para cumprir o propósito de levar a termo a sua obra. Sem medir as consequências para si, este homem, escolhido e acreditado pelo próprio Jehovah, viveria apenas para servir.
Esta figura messiânica, que agiria na força de Deus em favor do povo da aliança, seria o promulgador de uma nova maneira de viver, baseada na justiça e no amor de Deus. Mas ele não forçaria Israel a seguir o seu caminho. Antes, o conquistaria para Deus e  a atratividade do seu caráter seria a marca do mundo novo que Deus prometia implementar para o seu povo amado.
No capítulo 65, a partir do verso 17, o próprio Deus  descreve esse mundo novo: “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o meu povo regozijo (Is 65.17-18).  Mas essa visão gloriosa do novo mundo de Deus para o seu povo é antecedida pela obra pesada do “Servo de Jehovah”, o “Servo Sofredor”: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua vida alma como oferta pelo pecado (...). Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si (Is 53.10-11).
Certamente, a figura do “Servo Sofredor” é uma das mais explicativas sobre o ministério e obra de Jesus Cristo, o Messias. Se desejamos entender Cristo é preciso passar pela imagem do “Servo Sofredor”, o qual sofre por amor e se regozija em servir para salvar vidas. Assim também, devemos entender o papel da igreja, pois ela é “igreja sofredora”.
A igreja não é “sofredora” apenas por causa do martírio, resultante da maldade dos homens (como é possível ver em nossos dias, em muitos lugares do  mundo). Somos verdadeiros “servos sofredores” na medida em que aprendermos a amar os perdidos e encontrar razão de existir no modelo de vida que se realiza e alegra quando vive para restaurar vidas. Portanto, este sofrimento é  caracterizado por dar a vida para servir a Deus no propósito redentivo para o qual Ele nos enviou a este mundo, como representantes daquele “Servo Sofredor”, Jesus Cristo, a quem servimos e para quem vivemos.

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